Texto: Flávia Namen / Fotos: Regina Lo Bianco
Em meio aos novos blocos que a cada ano surgem em Nova Friburgo, uma tradição da década de 80 volta a ter destaque pelo cunho criativo e sustentável. Trata-se do "Carnaval da Moita”, que agita a localidade de Rio Bonito de Cima, em Lumiar, com foliões fantasiados de "homem selvagem”. Cobertos de plantas e com máscaras no rosto, eles capricham no visual para saírem nas noites de carnaval sem serem descobertos.
Além do anonimato, outra regra desta folia inusitada é que ninguém pode se negar a dar bebida aos fantasiados de moitas. Os "homens selvagens” usam canudinho para beber cerveja, cachaça, refresco ou refrigerante nos copos alheios – e ai de quem não der: será amaldiçoado, conforme diz a lenda.
O uso das plantas para a confecção das fantasias é um costume surgido na Idade Média, quando as boas colheitas eram celebradas com fogos e roupas feitas de mato. A antiga tradição foi resgatada para animar o carnaval da localidade nos anos 80, por um morador chamado Vitor. Uma pesquisa do Instituto Rio Bonito de Lumiar, feita por Cristina Pape, revela que ele promoveu um concurso de fantasias de plantas para premiar quem ficasse incógnito até o final do carnaval. As folhas foram escolhidas como matéria-prima pelo sentido ecológico: da mata vieram, para a mata retornariam.
O "Carnaval da Moita” é uma ótima opção para quem quer conhecer uma genuína manifestação popular. Turistas e friburguenses interessados em participar também são bem vindos a Rio Bonito de Cima, conhecida como a "Terra do inhame”. Os "desfiles” são a partir das 22h e costumam envolver a quem assiste. Vale dar um passeio à localidade, cercada por rios, cachoeiras e pela Mata Atlântica, e conferir esta folia verde.
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A genuína manifestação popular agita a localidade e costuma encantar a quem assiste
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Cobertos de plantas e com máscaras no rosto, os foliões saem a partir das 22h e não podem ser identificados
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