Vinicius Gastin
O Natal é uma das datas mais importantes do cristianismo. Entretanto, apesar do caráter religioso, a troca de presentes, a ceia natalina, as músicas, festas de igrejas, refeições especiais, a exibição de decorações diferentes e outros aspectos envolvem o aumento da atividade econômica. A celebração do nascimento de Jesus contempla também os não cristãos, e por isso tornou-se um período-chave para o comércio.
No mês de dezembro as lojas reforçam os estoques e as vendas aumentam cerca de 20%, segundo previsões da Câmara de Dirigentes Lojistas de Nova Friburgo. Para atender à demanda, as empresas contratam funcionários temporários para o período.
Na opinião de grande parte dos consumidores, este tipo de planejamento gera resultados positivos. A maioria dos friburguenses aprova o atendimento recebido durante as compras deste ano, e observa uma evolução em relação a 2012. Alguns dos entrevistados pela reportagem de A VOZ DA SERRA, no entanto, alertam para a falta de preparo em alguns casos, e ressaltam que a baixa remuneração pode desestimular os vendedores e interferir no atendimento ao cliente.
"Este ano está bem melhor em relação ao ano passado. As lojas se organizaram melhor para este Natal, fizeram mais promoções para atrair os clientes e melhoraram bastante o atendimento. Vale a pena a população entrar nas lojas olhar os produtos e comprar até o fim do ano, apesar do tempo não ajudar muito. Tudo está corrido, mas o importante é o bom trabalho dos atendentes, que nos deixam tranquilos para fazer as compras.”
Christofer Barres Pereira, 36, fisioterapeuta, Centro
"A grande maioria dos atendentes é bem educada e paciente para atender os clientes. Em comparação a 2012, dá para perceber uma melhora considerável. Acho que ano passado as pessoas queriam vender a todo custo, e dessa vez isso foi corrigido. Fui a três lojas, e mesmo sem querer levar, acabei convencido para comprar pelo bom atendimento. Uma dessas compras, inclusive, foi no dia seguinte, pois o vendedor me deu essa opção.”
Adejair Damasceno Neto, 28, técnico em telefonia e internet, Duas Pedras
"O atendimento está bom. Os vendedores estão mais bem preparados e até mesmo tolerantes, mais pacientes com os clientes. Antigamente, as pessoas reclamavam mais, pois os vendedores demonstravam até mesmo um mau-humor, e tratavam mal. Acho que essa realidade mudou bastante, e já fui até convencida a levar algo que eu não iria comprar porque recebi atenção especial.”
Yuli Kevelin Gomes Verly, 20, secretária, Bairro Suíço
"Existe a boa vontade dos vendedores, mas acho que o movimento está muito fraco. A própria cidade não se preparou como deveria para este Natal, pois não há uma iluminação especial ou uma programação atraente. Quando entramos numa loja os vendedores estão encostados no balcão, e na hora de nos atender, estão desestimulados e tristes, nem atendem como deveriam. Ficam 12 horas dentro de uma loja sem movimento e sabem que não ganharão comissão. Os empresários investem nesta época de Natal, mas se os governantes e o turismo não colaboram, de nada adianta.”
Carla Carvalho, 50, massoterapeuta, Catarcione
"Os vendedores até se esforçam para atender bem, mas como o movimento é pequeno, não existe estímulo. Quando chega um cliente, a surpresa é tão grande que a educação fica em segundo plano. Eles sabem que normalmente a pessoa entra apenas para perguntar algo, pesquisar os preços. A ansiedade para vender acaba atrapalhando em certos momentos.”
Larissa Carvalho Correa, 17, estudante, Catarcione
"O comércio está funcionando muito bem, e o atendimento está excelente. Os vendedores são atenciosos até demais, e o movimento bem maior deste ano, em comparação a 2012, ajuda bastante. Os preços e condições de pagamento também melhoraram, e parece que o poder aquisitivo melhor um pouco. Tudo isso estimula o vendedor.”
Edson da Silva, 64, aposentado, Centro
"Estou muito satisfeita com o atendimento nas lojas. Embora eu compre quase sempre nos mesmos lugares e já conheça os vendedores, eu sinto uma empolgação maior por parte do comércio de uma forma geral. Todos estão motivados a vender mais que no ano passado.”
Daniele Melhorance, 26, estudante, Cônego
"Na minha visão, o espírito natalino contribui para o melhor atendimento no comércio. As pessoas ficam mais tolerantes, atendem com mais paciência e sabem que geralmente o movimento aumenta. Só lamento que o verdadeiro espírito do Natal fique em segundo plano na maioria das vezes, mas as lojas não podem se basear nisso e precisam vender.”
Luiz Carlos Nogueira, 43, autônomo, Cordoeira
"Geralmente, as pessoas que trabalham no comércio estão de passagem, enquanto não se formam ou buscam uma especialização. Por isso, não existe tanta preocupação com a satisfação do cliente. Acho que as lojas deveriam motivar mais os funcionários, oferecer cursos de qualificação e salários melhores. Seria melhor para todo mundo, inclusive para os clientes.”
Lívia Oliveira, 54, empresária, São Jorge
"Eu penso que existem casos e casos. A maioria está dentro de um padrão aceitável, embora o funcionário quase sempre não seja bem remunerado. Mas o vendedor tem que tentar fazer o melhor, afinal de contas está prestando serviço para uma empresa e recebendo pra isso, mesmo que pouco.”
João Carlos de Paula Magalhães, 58, entregador, Lagoinha
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