A noite solitária (e solidária) de quem trabalha no Natal

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
A noite solitária (e solidária)  de quem trabalha no Natal
A noite solitária (e solidária) de quem trabalha no Natal

Ceia, família, presentes, amigo secreto, músicas, luzes, abraços e orações. A essência da noite natalina encontra traduções entre as lembranças mais queridas para a maioria das pessoas, com pequenas variações que podem ser de ordem religiosa ou circunstanciais. Existe, no entanto, uma minoria importante para a qual a noite em que a humanidade celebra o nascimento de Jesus é, também, hora de trabalhar.

Policiais civis e militares, bombeiros, plantonistas em hospitais, prestadores de serviços essenciais, hoteleiros, trabalhadores em abrigos, taxistas, chefes de cozinha, funcionários do transporte coletivo, profissionais da imprensa e porteiros são exemplos desses profissionais que não podem parar. Afinal, para que muitos possam se reunir e celebrar em segurança, alguns poucos precisam pegar no batente.

O sacrifício, no entanto, não parece ser capaz de abalar a paz do espírito natalino. "É sempre complicado abrir mão desse momento com a família. Por isso mesmo é preciso se doar ao serviço, saber dividir, e também curtir quando a chance permite, porque nós trabalhamos com escala e nem sempre precisamos trabalhar no Natal”, explica Carla Nunes Borges, recepcionista de hotel. E o trabalho não impede que os envolvidos, unidos pela responsabilidade e pelo sacrifício, celebrem juntos a importância e o significado do momento. "Geralmente quem trabalha nessa noite encontra apoio de todas as partes, chefes e clientes, e de alguma forma o Natal acaba sendo vivido. Mas não é fácil não; é preciso amar aquilo que se faz”, encerrou.

A enfermeira Lilian Malhard é outra que já trabalhou no Natal, e enxerga no ato de cuidar uma celebração até mais legítima do que as tradições comerciais. "Com a chegada do período natalino nós vemos todo esse movimento em lojas e shoppings, a data cada vez mais explorada em sua esfera capitalista. Os presentes têm seu significado, claro, mas o verdadeiro sentido do Natal não pode jamais ser contrariado. Seria ótimo se todos pudessem desfrutar desse momento de forma igualitária, mas não, não é assim que acontece. Muitos nessa época ficam mais sensibilizados por perdas recentes, outros são pegos de surpresa por partidas inesperadas e há ainda aqueles que estão sofrendo em um leito de hospital”, lembra Lilian.

"A sensibilidade das pessoas acaba sendo nutrida nessa época pelo espírito natalino, mas pacientes necessitam de sensibilidade e amor fraternal o ano inteiro, o tempo todo. Esses são os principais valores que o enfermeiro deve preservar no exercício de sua profissão. Trabalhar no Natal, cuidar de quem precisa, é viver o espírito natalino em sua plenitude. É ofertar amor, e lembrar do aniversariante da maneira mais coerente. Felizmente nosso trabalho carrega a sensibilidade natalina e o amor todos os dias, quando assume o papel de enfrentar desafios como a doença, a dor e a morte.”

A todos os profissionais que trabalham nessa noite especial, portanto, fica nosso reconhecimento e nosso agradecimento.

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