Especialistas em mudanças climáticas do Brasil e do exterior reuniram-se em Brasília nesta segunda-feira, 16 de dezembro, para discutir cenários e alternativas para adaptação à mudança do clima no Brasil até 2040. Em análise sobre a mudança na temperatura média da superfície da Terra entre 1901 e 2012, de acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), verificou-se que o Brasil apareceu como o país de maior elevação de temperatura média nos últimos 100 anos, com um aumento de 2,5 graus.
"De todos os países da faixa tropical, o relatório mostrou que o Brasil foi o país que mais apresentou aumento de temperatura. Isso pode ter ocorrido mais em função dos desmatamentos. As regiões do país que mais sofreram aquecimento foram Nordeste, Sudeste e Sul. O que nos leva a crer que esse aquecimento está mais ligado ao desmatamento do que aos efeitos climáticos”, disse o subsecretário de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Sérgio Margulis.
O debate sobre os aspectos relevantes para uma visão de longo prazo para a adaptação do Brasil às mudanças do clima e a necessidade de pactuar agendas de trabalho que integrem o projeto sobre o tema ocorreu durante o workshop "Adaptação à Mudança do Clima no Brasil em 2040: cenários e alternativas”, promovido pela SAE com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Rede Clima.
"Na agenda de sustentabilidade, nenhum problema é mais importante do que a mudança do clima. Esse fenômeno perpassa por toda a vida na Terra e todas as atividades econômicas. É impossível pensar estrategicamente um país do futuro sem entender quais poderão ser os impactos da mudança do clima. Muito mais do que um problema de meio ambiente, este é fundamentalmente um problema de desenvolvimento”, disse Margulis.
Segundo o subsecretário, a SAE pretende contribuir com esse tema, focando principalmente a agenda de adaptação, por se tratar de uma área multissetorial mais ligada ao desenvolvimento, energia, uso da terra e relações internacionais. Ele destacou que o desenvolvimento de uma estratégia de adaptação do clima deverá levar em conta aspectos como projeção de impactos e tempo, indicadores de medidas de prevenção e remediação, e identificação de critérios de decisão.
"Nesse sentido, o horizonte de planejamento é muito importante. Se não pensarmos desde agora em medidas viáveis e possíveis soluções para as mudanças climáticas, poderemos ter sérios problemas futuros”, ponderou Margulis, ao identificar as medidas políticas, mobilização de diversos setores, desenvolvimento de sistemas de alerta, projetos de engenharia e parcerias público-privadas como importantes ações para a adaptação ao clima. (Fonte: SAE)
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