Moradores de Amparo querem conclusão da obra da unidade básica de saúde

quinta-feira, 22 de agosto de 2013
por Eloir Perdigão
Moradores de Amparo querem conclusão da obra da unidade básica de saúde
Moradores de Amparo querem conclusão da obra da unidade básica de saúde

Os moradores de Amparo são unânimes em afirmar que o maior problema do 4º distrito é a saúde. O atual posto de saúde é insuficiente para atender a população: pequeno (em imóvel alugado), com poucos profissionais, sem ambulância, sem carro para que a médica de família possa fazer suas visitas, poucos equipamentos. Para solucionar o problema os moradores começaram a ganhar um presente: uma nova unidade básica de saúde (UBS), logo na entrada do distrito. Mas o que seria uma solução acabou virando outro problema: a obra, prevista para terminar em março passado, está parada.

SEM ATENDIMENTO DE SAÚDE - A situação se agrava à medida que há doentes acamados sem assistência. Quando a pessoa piora ou alguém passa mal os vizinhos prestam socorro e encaminham o doente para o Hospital Raul Sertã. A comerciante e trovadora Hermelina Schuenck é uma das que se queixam da situação. Ela tem uma irmã doente que não recebe visitas médicas há cinco anos e utiliza o Raul Sertã. 

O presidente da associação de moradores local, Valtair Maya, e seu sobrinho e também diretor Jânio Maya, concordam com os demais moradores e dizem que a obra da UBS está parada por causa da burocracia e esperam que a obra seja retomada. Enquanto isso não acontece, Valtair frisa que a agente de saúde, dentro do possível, tem feito visitas a pé. Mas os doentes de lugares mais distantes ficam sem atendimento. Para atender todo o distrito seriam necessárias três equipes e a associação está pleiteando pelo menos duas. Contatos têm sido tentados pela associação de moradores com a Fundação Municipal de Saúde, mas não são respondidos.

DEMAIS SERVIÇOS - O Rio São José também é motivo de reclamações. Segundo críticas dos diretores da associação de moradores, o serviço da draga foi mal feito, o leito foi apenas alargado sem ser aprofundado, continua assoreado e precisa ser novamente dragado, de forma correta. As pontes, destruídas durante a tragédia climática de janeiro de 2011, foram refeitas pelo moradores, porque o governo não deu apoio, segundo Valtair e Jânio, que se mostram preocupados — como toda a comunidade — com a chegada da nova estação chuvosa a partir de outubro.

De acordo com os diretores da associação de moradores, as duas escolas municipais de Amparo — Hermenegildo Gripp, no centro do distrito, e Tiradentes, no loteamento do mesmo nome — foram reformadas e estão fisicamente em boas condições. Mas pecam pela falta de professores e pessoal de apoio, problema crônico no distrito. A creche está sem merendeira e a própria diretora faz a merenda das crianças.

A associação pleiteia junto às autoridades e Faol mais horários de ônibus. O primeiro horário Amparo-Centro é às 4h40 e outro é reivindicado às 4h20; o segundo, às 5h, e a reivindicação é que haja outro às 4h50. O último horário Centro-Amparo é às 11h20, com pedidos de outro às 11h40. Entre 17h e 20h os intervalos são grandes e os coletivos trafegam lotados.

O policiamento é bom, até pela presença do posto de policiamento ostensivo (PPO) local. E também há rondas pelo distrito. O comércio é pequeno e satisfaz as necessidades básicas dos moradores. As indústrias também são pequenas. E poucas. Em Amparo fica o Aubergue Suisse, responsável pela circulação de turistas pelo distrito.

A água não falta, mas fica turva, barrenta, quando chove. O esgoto acaba no Rio São José. A energia elétrica é boa, o mesmo acontece com a iluminação no centro, porém deficiente nas redondezas. A associação de moradores reivindica a instalação de iluminação nos lugares mais retirados, como por exemplo, na estada de acesso à localidade de Toledo. O telefone funciona bem e celular só da Vivo — entretanto, com um serviço que gera críticas.

O recolhimento de lixo é bom, porém há moradores que insistem em depositar o lixo nas ruas depois que o caminhão passa, principalmente nos fins de semana. Assim, cães abrem as sacolas e esparramam o lixo.

No Barroso a dificuldade dos moradores é circular sem calçadas, dividindo espaço com os carros. O local precisa de quebra-molas, junto à Igreja Nova Jerusalém e no cruzamento com a Rua Gracira Gripp, acesso à antiga Aldeia da Criança Alegre (que, aliás, está abandonada), onde já houve acidentes, inclusive com mortes, devido à alta velocidade dos veículos.

A parte social e esportiva fica a cargo do Amparo F. C., que tem um bom campo, com escolinha de futebol e jogos de adultos, veteranos e bengalinhas. O time principal foi o terceiro colocado da recente Copa SAF, inclusive com o artilheiro da competição.

ADMINISTRAÇÃO LOCAL – Lugar tranquilo e aparentemente bem cuidado no centro, Amparo esconde outra realidade. A administração local não dispõe de máquinas e equipamentos. O caminhão é pequeno, uma retroescavadeira faz falta e são seis funcionários para cuidar de todo o distrito. Fazem todo o serviço no braço. Sem dar conta de tudo, os buracos se proliferam nas muitas estradas de chão, que estão em condições precárias.

O administrador Eroildo Moraes (Guidão) é elogiado pelos moradores. No centro, as ruas e o rio estão limpos dentro do possível, mas os buracos das estadas precisam ser consertados, especialmente no Jardim do Edem e Tiradentes. A Estrada José Henrique Emmerick precisa ser pavimentada, pois há muitas casas ao longo da via e não há transporte coletivo. Uma van leva os alunos às escolas, mas quando chove o serviço é suspenso e os alunos ficam sem estudar.

Valtair atribui à burocracia a paralisação da obra da UBS

Valtair está à frente da associação há três anos e haverá eleição em dezembro próximo. Ele pensa em se candidatar à reeleição a fim de dar seguimento aos seus planos, como cursos e atividades. Ele já tem promessa de dez computadores do Aubergue Suisse, para cursos de informática. Uma das lutas atuais da AM é o tombamento de 25 imóveis da Rua Antônio Lugon, no centro, incluindo o Cine-Theatro.

PREFEITURA FALA SOBRE A PARALISAÇÃO DA OBRA DA UBS – A gerente de Atenção Básica de Saúde da Fundação Municipal de Saúde, Viviane Medeiros, cita que a obra da UBS de Amparo está paralisada porque está sem os repasses de verba do Ministério da Saúde, através do PAC 2, que representa 80% da obra.

A construção da UBS foi iniciada em 2011 e o atual governo já a encontrou em fase de paralisação, mas está envidado esforços junto ao Ministério da Saúde para que os repasses sejam feitos e a obra possa ser reiniciada.

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