Como descartar pneus corretamente

Na primeira página da edição de quinta-feira, 27, A VOZ DA SERRA publicou uma fotolegenda mostrando o mau hábito de se jogar pneus no rio, principalmente o Bengalas, numa época de conscientização sobre a importância da reciclagem para a preservação do meio ambiente. O problema de descarte de pneus velhos em locais inadequados é antigo em Nova Friburgo, envolvendo rios, córregos e terrenos baldios, entre outros locais, o que contribui para a ocorrência de enchentes e alagamentos nos períodos de chuvas fortes. Apesar de toda fiscalização dos órgãos responsáveis, essa prática ainda é comum no município.

PNEUS NÃO SÃO RECOLHIDOS – Em matéria publicada neste jornal em setembro de 2010, o responsável pela coleta de lixo domiciliar da EBMA, Carlos Alberto Siqueira (Beto) já alertava que pneus velhos não podem ir para o aterro e a responsabilidade de destino para esse material é de quem vende.

O jornal alertou também naquela edição que jogar lixo e detritos em logradouros públicos é passível de multa, com base no Código de Posturas, e todo cidadão deve denunciar casos de flagrante.

INEA RECOMENDA DEIXAR NA LOJA – A titular da agência do Inea em Nova Friburgo, Margareth Nacif, diz que o procedimento correto é deixar os pneus na loja no ato da troca, até porque, as lojas são obrigadas a dar destinação correta ao material a fim de cumprir lei neste sentido.

Caso a pessoa tenha uma grande quantidade de pneus pode acionar o Disque-Pneus, um serviço particular na cidade do Rio de Janeiro, através do telefone (21) 2573-4412, desde que dê para encher um caminhão. Ou se comunicar com o Inea. Em Nova Friburgo o contato pode ser feito pelo telefone 2543-6017. Margareth frisa que em hipótese alguma pneus velhos devem ser jogados no rio, afinal, rio não é lixeira. 

RECOLHIMENTO PARA BIODIGESTOR - A concessionária Águas de Nova Friburgo recolheu mais de 500 pneus em três meses no ano passado. No mês de setembro eles foram transportados para Petrópolis a fim de serem aproveitados em um biodigestor do grupo Águas do Brasil.

Assim, a Águas de Nova Friburgo, mesmo não tendo obrigação de recolher pneus nos rios, deu um fim adequado ao material, que leva 600 anos para se decompor na natureza. Para se ter uma ideia do volume de pneus recolhidos foram necessárias quatro viagens de caminhão.

DEIXE OS PNEUS NA LOJA – Em Nova Friburgo, só para citar dois exemplos, as firmas Dimasa, no Bairro Ypu, e Frivel, em Duas Pedras, recolhem os pneus. O gerente da Dimasa, Carlos Alberto Sardinha (Beto) mostra o depósito (coberto, é bom frisar), onde os pneus dos clientes são recolhidos e guardados até serem despachados por um caminhão, que os leva para o Rio de Janeiro, a cada 15 dias. Esse mesmo caminhão recolhe os pneus da Frivel também. Beto apresentou, inclusive, um documento do Inea, necessário para o transporte do material. Ele supõe que os pneus sejam reaproveitados na produção de asfalto, depois de triturados.

E veja que interessante: quem tem pneus velhos pode levá-los à Dimasa. Beto garante que os aceita, guarda e libera para o transporte. "Se cada um fizer o seu papel não haverá pneus na natureza”, enfatiza.

APROVEITAMENTO - A reciclagem ou reaproveitamento do lixo assume um papel fundamental na preservação do meio ambiente, pois, além de diminuir a extração de recursos naturais, também diminui o acúmulo de resíduos nas áreas urbanas. Os benefícios obtidos são enormes para a sociedade, para a economia do país e para a natureza. Reduzir, reutilizar e reciclar são palavras chaves nesse sentido. 

Outra forma bastante usual para destinação final de pneus, após serem triturados ou picotados, é a sua utilização como combustível para o processo produtivo da indústria de cimentos. Os pneus inteiros podem ser reutilizados em para-choques, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e como estrutura em recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira. Atualmente estão sendo aproveitados também para produção de asfalto, depois de triturados.