A voz das ruas não se cala!

segunda-feira, 24 de junho de 2013
por Jornal A Voz da Serra
A voz das ruas não se cala!
A voz das ruas não se cala!

Henrique Amorim 

A exemplo de centenas de municípios brasileiros, Nova Friburgo também aderiu à onda de protestos em série e a população tem ocupado as ruas do Centro desde a noite da última quarta-feira, 19, data que entrou para a história com a tomada das ruas por cerca de sete mil pessoas (número oficial, apesar de contestado por quem participou ou assistiu ao manifesto). Uma verdadeira explosão de democracia. De forma ordeira, um "mar humano” invadiu a Avenida Alberto Braune para reivindicar um mundo, um país, um estado e uma Nova Friburgo mais justos, com qualidade dos serviços públicos, menos impostos e tarifas condizentes à média salarial local. Tudo sem violência. 

A massa, em sua maioria composta por jovens com caras pintadas, máscaras, faixas e cartazes com mensagens da revolta coletiva, fez protestos em frente à Prefeitura e em seguida parou no Paissandu, simulando um abraço à Praça Marcílio Dias. O comércio fechou as portas mais cedo. Muitos moradores apoiaram de casa o movimento com panos brancos, bandeiras do Brasil e piscadas de luzes. Jovens deitaram no chão e, interromperam o trânsito. A cidade parou em meio aos congestionamentos. 

Na quinta-feira, 20, desta vez em quantidade bem menor, grupos de jovens voltaram a tomar conta do Paissandu interrompendo o trânsito por mais de três horas. O nó nas vias adjacentes foi inevitável e quem não conseguiu acessar desvios acompanhou de perto o movimento. A PM não registrou incidentes graves, nem houve prisões. Alguns motoristas escaparam dos congestionamentos acessando ruas em contramão e outros que aguardavam ônibus no Centro tiveram que voltar para casa a pé ou aguardar o fim do movimento. Pequenos grupos também percorreram a Avenida Alberto Braune e pararam o trânsito por alguns minutos também na Praça Getúlio Vargas. 

Jovens sentados no chão e outros deitados impunham faixas com reivindicações por um Brasil melhor com mais saúde, mais educação e melhor distribuição de renda. A todo momento gritavam em coro conclamando a adesão de mais populares ao som do bordão: "Vem pra rua”. A situação só começou a se normalizar depois das 21h. Os manifestantes voltaram às ruas nessa sexta-feira, 21, exigindo paciência redobrada dos motoristas, principalmente no eixo rodoviário. 

Os protestos em Nova Friburgo, sem lideranças definidas, são, assim como os demais pelo Brasil afora, convocados através das redes sociais e já se prevê uma nova grande passeata no centro da cidade a partir do fim da tarde da próxima quarta-feira, 26. O comandante do 11º BPM, tenente-coronel Marcelo Freimann, tem escalado todo o seu efetivo para acompanhar as manifestações públicas, garantindo a segurança. Para tanto, policiais de setores administrativos também reforçam o patrulhamento e a escala de folgas foi reduzida. "As manifestações são válidas. O povo deve expressar seu sentimento desde que seja de forma pacífica, sem violência e danos ao patrimônio público”, sintetizou o comandante da PM. Neste fim de semana estão previstas manifestações também em Bom Jardim e Santa Maria Madalena. 

 

Na noite de quinta-feira, os manifestantes, mesmo em número bem menor, ocuparam

a rotatória do Paissandu, mais uma vez parando a cidade em protesto sem violência 

 

Os jovens ocuparam a Avenida Padre Roberto Saboia de Medeiros,

impedindo a passagem de veículos por mais de três horas. Teve

gente que preferiu abandonar os ônibus e voltar para casa a pé 

 

O Viaduto Geremias de Mattos Fontes também teve o fluxo interrompido

na noite de quinta-feira. Em protesto, jovens cercaram aos acessos.

Os motoristas que tentaram furar o bloqueio foram impedidos 

 

O principal acesso a Olaria também foi interrompido na noite

de quinta-feira. O Paissandu foi escolhido pelos manifestantes

como o ponto-base do grito por uma sociedade melhor    


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