Ato público pede revisão do contrato com a Águas de Nova Friburgo

A Praça Dermeval Barbosa Moreira ficou movimentada no fim da tarde da última terça-feira, 7. Tudo por conta de manifestação pela revisão do contrato de concessão da empresa Águas de Nova Friburgo, que atraiu a atenção de quem passava pelo local. Promovido pelo Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, o ato público reuniu sindicalistas e representantes de associações de moradores de alguns bairros da cidade, como o Lagoinha, que constava em uma das faixas de protesto. O principal motivo, segundo os manifestantes, “é a cobrança de 100% na taxa de esgoto por um serviço que não é prestado”. 

“A população friburguense sofre há 13 anos com os péssimos serviços e altas tarifas cobradas pelo serviço de água e esgoto, desde a privatização da Amae. Após o controle acionário da empresa ter sido passado para o Grupo Águas do Brasil, a situação se agravou e foram feitos vários termos aditivos em favor da concessionária”, destacava trecho do panfleto distribuído durante a manifestação. O sindicalista Edil Nunes fez um breve discurso sobre a importância da mobilização da comunidade contra um serviço que vem deixando a desejar. Para isso, Edil convocou toda a população a aderir ao abaixo-assinado que será encaminhado às autoridades pedindo a revisão imediata do contrato de concessão. “Precisamos de dez mil assinaturas para que essa concessão seja revista. Só a mobilização da população garantirá essa vitória ao povo friburguense”, disse ele, acrescentando que o abaixo-assinado está disponível nas sedes dos sindicatos da cidade, como o dos Trabalhadores do Vestuário, que fica na Avenida Alberto Braune 4/1º andar, Centro.

A manifestação também foi uma crítica à postura do poder público desde a privatização do serviço. “A insatisfação da população é geral, é chegada a hora de corrigir essa injustiça. Os vários governos pós-concessão nada fizeram e foram cúmplices da empresa”, citava outro trecho do panfleto. Ao final, os manifestantes rumaram para a Câmara Municipal a fim de expressar seu descontentamento pelo adiamento de uma sessão específica com a concessionária e cobrar dos vereadores uma solução para “essa sangria nos bolsos da população”.

O superintendente da concessionária Águas de Nova Friburgo, Christian Portugal, divulgou a seguinte nota oficial a respeito do protesto. 

“O manifesto realizado na praça atende exclusivamente ao interesse de grupos políticos que se declaram de esquerda. Estes grupos distorcem as informações referentes ao contrato, sua história e seus aditivos, tentando assim conquistar a simpatia do eleitorado ao prometer reduções na conta de água e cancelamento da cobrança do esgoto. A concessionária encaminhará solicitação de direito de resposta à Câmara de Vereadores e espera que possa exercer seu direito no dia 21/05. Nessa ocasião serão esclarecidas definitivamente todas as dúvidas em relação ao contrato e seus aditivos, da mesma maneira que já foi feito nos anos de 2009, 2010 e 2012.

Importante esclarecer que a empresa avisou antecipadamente que não compareceria à reunião, pois embora tenha recebido o ofício em 10/04/2013 solicitando a reunião, a pauta foi enviada somente na sexta-feira, 03/05, às 16h55, o que tornou inviável o levantamento das informações solicitadas até a data da reunião (terça-feira, 07/05).”