O asfaltamento da Estrada Serramar—como é conhecido o trecho da RJ-142 entre o distrito de Lumiar e o acesso ao litoral fluminense—foi aguardado por décadas pelos friburguenses, que, enfim, desde 2006 já podem chegar às praias de Rio das Ostras com mais rapidez. Mas com a pavimentação da rodovia surgiram alguns problemas até então inimagináveis para o pacato distrito de Lumiar. Todo o tráfego de veículos rumo à praia, por vezes intenso, principalmente nos fins de semana e feriados prolongados, passou a congestionar o centro do distrito, que atrai igualmente um grande número de visitantes nos fins de semana graças à diversidade de belezas naturais.
A situação agravou-se com a implantação da linha de ônibus intermunicipal Nova Friburgo-Macaé, que, embora por determinação do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro) só possa ser operada com micro-ônibus, por vezes são usados coletivos grandes que mal conseguem fazer as curvas estreitas de parte do percurso tanto na área urbana de Lumiar, como ao longo do trecho Serramar, aliás, bastante sinuoso.
Há casos em que o motorista do ônibus tem que apelar aos proprietários de veículos para manobrá-los ou retirá-los de vagas nas ruas para que o coletivo consiga fazer a curva na rua do Bar do Vovô, atrasando a viagem e irritando os ânimos até dos mais pacientes. É, quem diria: engarrafamento em Lumiar. Coisa da modernidade ou falta de planejamento? Há, sem dúvida, defensores para ambas as opções.
Os próprios moradores da região questionam o motivo das obras de um desvio de aproximadamente 800 metros terem sido esquecidas pelo governo do estado. O desvio conhecido no local como “Variante de Lumiar” evitaria que todo o tráfego rumo ao litoral tivesse que obrigatoriamente ser escoado pelas estreitas ruas do centro do distrito.
O tal desvio, inclusive, já teve todo o seu traçado elaborado ainda na época do asfaltamento do trecho Serramar da RJ-142, faltando ainda a pavimentação e a edificação de uma ponte de concreto com cerca de 60 metros de extensão. Ainda de acordo com os moradores, o estudo do impacto ambiental da obra já teria sido aprovado, embora o proprietário de uma área tivesse contestado judicialmente a construção do desvio.
Consultado, o DER-RJ informou que aguarda apenas um parecer de instituições ambientais para iniciar as obras do desvio. A reportagem de A VOZ DA SERRA contatou por algumas vezes o núcleo regional do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para saber se há realmente alguma pendência que impede a retomada das obras, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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