Sesquicentenário da Euterpe

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Sesquicentenário da Euterpe
Sesquicentenário da Euterpe

Embora tenha amanhecido nublado, o último domingo foi de sol intenso, garantindo um brilho especial às festividades do sesquicentenário da Euterpe Friburguense, contando naquele dia com missa, a partir das 11h e um desfile extraordinário pela avenida do mesmo nome, e em frente à sede da agremiação musical. Para o público presente, músicos e diretores, além de um ensaio, aqueles momentos foram de uma verdadeira avant-première da festa que vai durar todo o dia de hoje.
Realizada a partir das 14h, a apresentação contou com a participação da Associação de Carros Antigos de Nova Friburgo (Acanf) e foi realizada especialmente para a gravação de uma reportagem da TV Brasil, a televisão estatal brasileira, prevista para ser veiculada nesta própria terça-feira, 26, dia do 150º aniversário.

Missa em colégio do maestro fundador
A missa em ação de graças pelos 150 anos da Euterpe foi celebrada pelo padre Lourenço e teve lugar no Ginásio Santa Paula Frassinetti, do Colégio Nossa Senhora das Dores (CNSD)—coincidentemente, o primeiro educandário na cidade em que o maestro e fundador Samuel Antonio dos Santos lecionou música, na época em que o estabelecimento era o Colégio Freese (do engenheiro inglês Jonh Henry Freese).
Com participação conjunta do coral dos Arautos do Evangelho e da banda sinfônica Euterpe, respectivamente sob as regências dos maestros Ferronato e Nelson José da Silva Neto, a celebração começou exatamente com uma explicação do padre quanto ao fato de ter música numa missa em plena quaresma: “O momento hoje especial, a nossa Euterpe está fazendo 150 anos! Uma data importante, não só para a banda, mas para toda Nova Friburgo”, disse o celebrante.
Durante o sermão, padre Lourenço destacou ainda que “a Euterpe nasceu de uma tempestade, aparentemente de uma desgraça” para fazer uma comparação: que cada um de nós passa por muitas provas. Ele ainda lembrou o evangelho do dia (de São Lucas), em que Jesus assume o seu corpo na glória.
Um momento de emoção foi uma das apresentações conjuntas da banda e coral, na música “Tu és, Senhor, o meu Pastor/ Por isso nada em minha vida faltará”, acompanhada pelo público que lotou o ginásio, ocupando além das cadeiras da quadra, boa parte das arquibancadas.
A oração da comunidade foi conduzida pela professora Irene Carestiatto Silva, esposa do presidente da SMBEF, Francisco de Assis da Silva que, ao final da celebração, fez uma saudação especial, lembrando sempre da fé presente na vida de todos.

“Os homens passam e a Euterpe permanece”
 Iniciando com agradecimentos especiais a Deus “pela oportunidade de estar aqui nessa comemoração”, o presidente Assis teve logo sua voz embargada por choro emocionado e, por isso, pediu desculpas, mas justificou que é sempre muito emotivo.
Também mencionando o fato de a Euterpe ter nascido de uma promessa, lembrou que o maestro Samuel começou a trabalhar em Nova Friburgo, lecionando música exatamente no Colégio N. S. das Dores, na época Colégio Freese.
Fazendo rápido retrospecto da trajetória da agremiação musical, o presidente Assis afirmou que “a Euterpe nasceu na Monarquia, sobreviveu à República e sempre foi muito perseguida, sobretudo até 1930, mas continua aí, firme, forte e sempre vibrante.
“Os homens passam e a Euterpe fica”, ressaltou.
Agradecendo ao padre Lourenço, à irmã Conceição e às doroteias, finalizou dizendo que eles vêm “superando as dificuldades de mãos dadas” e ainda mencionando o fato de que Santo Antônio, santo de devoção do fundador, era franciscano, e aproveitou para encerrar com uma saudação da Ordem Franciscana: “Paz e Bem!”.
O padre Lourenço encerrou, agradecendo a oportunidade de ter celebrado a missa e destacou a caminhada dos Arautos junto à Euterpe, através do maestro Nelson, que também é professor de música daquela instituição religiosa, e falando da importância de levar música às comunidades.

Especialmente para a TV
A equipe da TV Brasil, com a repórter Eliane Benício, o cinegrafista Charles Mathura e o produtor Eduardo Virgílio chegaram a Nova Friburgo pontualmente às 14h, quando a Avenida Euterpe e a banda estavam preparadas para o desfile.
A Autarquia Municipal de Trânsito (Autran), sob a direção do coronel Hudson Aguiar Miranda, garantiu todo o apoio ao bloqueio do tráfego, que foi desviado pela Rua Carlos Éboli sob a supervisão do diretor operacional Carlos Alberto Bayer, o Beto Bayer.
Além de gravações da própria apresentação da banda sinfônica, em frente à sede; de passagens e entrevistas com músicos, professores e diretores, além de alunos da escola de música Samuel Antonio dos Santos, a apresentação contou com a participação de um pequeno, mas vibrante e participativo público. 
A equipe da TV também esteve na Praça do Suspiro, filmando a capela de Santo Antônio, mas o grande e especial momento daquela tarde de domingo, foi a ida da Euterpe ao Country Clube.
Com total apoio do presidente Antonio Baptista Filho e a presença do vice-presidente de Cultura do clube, Roosevelt Concy, a apresentação dos músicos na pequena ilha do lago principal, em frente ao chalé que foi residência oficial do 1º Barão de Nova Friburgo, Antonio Clemente Pinto, primeiro-presidente da SMBEF, transformou-se num destaque naquele fim de tarde ensolarado.
Com o repuxo do lago ligado, contracenando com um sol que garantiu uma beleza especial, um arco-íris parecia brindar aquele momento, para alegria e deleite de fotógrafos e cinegrafistas, no registro de um instante da história de Nova Friburgo para o conhecimento futuro das próximas gerações.
Segundo a repórter da TV, Eliane Benício, a reportagem especial sobre o sesquicentenário da Euterpe será veiculada nesta terça-feira, 26, exatamente dia do aniversário, em dois horários: ao meio-dia e às 21h.

PROGRAMAÇÃO
O dia todo será de festa, iniciando-se às 8h com o cortejo da banda nos trenzinhos e acompanhamento de carros antigos da Acanf. O desfile sairá da sede da banda até Duas Pedras, depois dirigindo-se ao Cônego, pela Via Expressa, e retornando por Olaria; volta ao Centro pela Avenida Comte Bittencourt, passa pela Rua José Ruiz Boléia e segue pela Rua Sete de Setembro, até a Praça Dermeval, em direção à Alberto Braune e Rua Moisés Amélio; retorna pelo elevado Geremias de Mattos Fontes (viaduto), Paissandu, e finalmente volta para a sede.
Ao meio-dia, almoço para músicos e diretores, com homenagens a diversos sócios prestantes (músicos mais antigos) e à noite, o grande momento da festa de aniversário, com inauguração da iluminação cênica—um presente da Energisa—na fachada recentemente restaurada pela Loja Maçônica; inauguração da foto oficial e da placa alusiva ao sesquicentenário, com o nome de todos os diretores e músicos que compartilham desse momento histórico.

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