Conhecida por muitos como cidade-exposição, Cordeiro sedia hoje uma das maiores e mais antigas estruturas para exposições agropecuárias de todo o território fluminense. Inserido numa área de proteção ambiental (APA), o Parque de Exposições Raul Veiga é de propriedade do governo estadual e administrado pela Emater-Rio desde 2001. Ao todo, são 113 hectares de área total, sendo 75 hectares de floresta remanescente da Mata Atlântica.
Na estrutura do parque funcionam diversos setores da Secretaria estadual de Agricultura e Pecuária, entre eles o escritório local da Emater-Rio, o escritório de Engenharia Rural da Região Serrana, um núcleo de Defesa Agropecuária (responsável por seis municípios), além do Centerj, o Centro de Treinamento da Emater-Rio.
Criado para treinar produtores rurais e capacitar técnicos agropecuários, o Centerj Cordeiro possui unidades demonstrativas e de observação de pecuária de leite, piscicultura, fruticultura, suinocultura, silvicultura, além de um setor administrativo e didático composto por alojamentos, refeitório e dois auditórios.
No local, várias ações incentivadas pelo Programa Rio Rural na pecuária leiteira vêm sendo colocadas em prática. Entre elas, o uso de tanque comunitário para resfriamento de leite, ordenhadeiras mecânicas, pastoreio rotacionado, sistema de irrigação econômica, utilização de máquina para triturar alimento para o rebanho (picadeira de forragem) e o uso de cana e ureia em períodos de estiagem. Outras técnicas ali utilizadas são a inseminação artificial por tempo fixo (IATF), a fertilização in vitro (FIV), o uso de sêmen sexado e o controle reprodutivo.
Na unidade de bovinocultura leiteira, o rebanho é composto por 32 vacas, sendo 15 em lactação. Através de duas ordenhas diárias, esses animais produzem, em média, 170 litros por dia, escoados na totalidade para uma cooperativa em Macuco. Já as áreas de pastagens foram divididas em 32 piquetes, cultivados com capim napier, 22 de tifton irrigado, além do plantio de 1,2 hectares de cana forrageira, 2,5 hectares de mombaça e de uma capineira de 1,5 hectares.
Gerenciada pela Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro), a unidade de piscicultura possui um laboratório para produção induzida de alevinos, além de centenas de reprodutores de tilápia tailandesa. A unidade de fruticultura, por sua vez, tem como objetivo qualificar técnicos e produtores nas práticas de poda, tratamento fitossanitário e irrigação por microaspersão. Atualmente, são produzidas oito toneladas de goiaba paluma por safra, integralmente comercializadas na região.
Na suinocultura, o plantel é de dois reprodutores da linhagem MS60 (conhecido como suíno light, porque tem até 40% a menos de gordura), oriundos da Embrapa, e de cinco matrizes F1, originárias do cruzamento das raças Landrace e Large White. O objetivo é produzir leitões para futuros reprodutores, a serem repassados aos criadores da região, prioritariamente aos da agricultura familiar. Já na unidade de observação de reflorestamento com eucalipto, são seis hectares de espécies diversas e outros dois com o clone urograndis, implantados em 2006.
Toda a estrutura do Centerj é mantida com recursos da Emater-Rio e também através de parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Prefeitura de Cordeiro e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca. De acordo com o chefe do Centerj, Ozemy Cavalcante Pereira, as unidades demonstrativas e de observação estão abertas à visitação de agricultores, extensionistas rurais, pesquisadores e estudantes, mediante agendamento prévio.
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