Foi-se o tempo em que a sala de aula era atrativa. Cada vez mais, jovens e adultos estão aderindo ao Ensino a Distância (EaD). É o que mostra dados do Censo EAD.BR 2011, confirmando que aumentou o número de alunos que aderiram a este tipo de ensino no Brasil, somando mais de 3,5 milhões de estudantes.
Mais da metade (56%) dos cursos a distância são livres, ou seja, não precisam de autorização do Ministério da Educação (MEC) para funcionarem. Com isso, as universidades estão perdendo força e quem escolhe aprender em casa alega que a principal motivação é o tempo.
De acordo com o professor Felipe Vieira de Souza, mestre em Direito pela Universidade Candido Mendes e pós-graduado em Educação a Distância pelo Senac, as universidades não estão perdendo terreno devido ao Ead. “Não há propriamente um surgimento da EaD. O que está acontecendo é uma reformulação do próprio conceito de universidade”, ressalta, lembrando que esse processo de ensino já vem sendo incorporado à educação oficial e profissionalizante no Brasil pelo menos desde a década de 60, com os cursos operados por correspondência, através de mídias, como por exemplo, rádio e televisão.
“Aliás, EaD não significa, como muitos pensam, um tipo de ensino, sequer se constitui num método. Trata-se apenas de uma ferramenta didático-pedagógica”, frisa Felipe. Ele ainda conta que do ponto de vista da eficácia pedagógica o principal mérito dessa ferramenta é fundamentalmente ampliar e agilizar o acesso à informação.
Apesar de ser alvo de certo preconceito, as aulas pela internet têm ganhado cada vez mais adeptos. “A educação a distância não prejudica quem estuda, exige, sim, maior responsabilidade. Há métodos hoje eficazes para avaliações online e que medem de fato quanto o aluno assimilou”, comenta Hamilton Werneck, professor e conferencista. Ele também lembra o que “o Ministério da Educação, quando criado no Brasil, incluía os Correios e Telégrafos exatamente porque se pensava nesse estilo de ensino, que é antigo em muitos países. O ensino a distância ou por correspondência data do século XIX”.
Quem defende o EaD garante que este tipo de ensino não prejudica o aluno, porém, exige maior responsabilidade. “Há métodos hoje eficazes para avaliações online e que medem de fato quanto o aluno assimilou. Há casos em que a educação a distância se aplica bem, e outros em que não se aplica. Você aprenderá uma língua estrangeira a distância, no entanto, a formação de um professor para esta língua exigirá uma série de tarefas presenciais, inclusive o estágio supervisionado”, frisa Hamilton.
“A tecnologia eletrônica agregada ao ensino superior não é, em si, prejudicial, seja ao aluno ou à instituição, mas pode se tornar absolutamente inútil à formação acadêmico-universitária se não for devidamente operada, pois o propósito último de uma instituição acadêmica é formar pessoas”, acentua o professor Felipe Vieira, afirmando que o EaD não traz prejuízos, mas oportunidades.
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