Carta aberta às Unidades Escolares e seus Conselhos a propósito das eleições para escolha de diretores

terça-feira, 27 de novembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

A próxima semana será a culminância de um projeto sonhado e buscado por um grupo imenso de educadores de Nova Friburgo ao longo dos últimos anos. As eleições para escolha democrática dos gestores escolares (cf. LM 3989/11) é uma etapa importante na busca pela qualidade da educação, tanto no seu aspecto técnico-pedagógico, quanto na dimensão político-social.
O processo impulsiona uma mudança de perspectiva na administração da escola pública municipal. Ajuda a inaugurar um novo tempo, em que há maior preocupação com a escola e a educação propriamente ditas, e, menos, com as questões de ordem político-partidária.
Óbvio que há diversos desafios ainda a serem superados: questões ligadas à própria lei (que precisa ser reformulada), ao processo em si (especialmente na execução de campanhas, formação de chapas etc) e questões ligadas aos vínculos funcionais dos profissionais do magistério na Rede Municipal de Ensino (especialmente os entraves criados pelas celeumas jurídicas em função dos concursos públicos mais recentes). Esses problemas, todavia, não podem obstruir o processo; ao contrário, devem incentivar a melhor compreensão da situação e, com isso, favorecer a busca por direitos há muito negligenciados. 
Registre-se que a semana entre 26 e 30 de novembro de 2012 é, apenas, uma etapa importante de um processo nascido há anos e que, ultimamente (especialmente em 2012), se intensificou, tanto na formação de quadros para concorrer eleitoralmente, quanto nos aspectos de execução e logística das eleições (inscrições, avaliações, burocracias, campanhas, apurações etc).
Ainda permanecerão muitas unidades sem terem suas equipes diretivas formadas por meio das eleições, mas todo avanço alcançado deve ser visto como o início de um processo que não tem mais volta. 
A implementação da gestão democrática, de fato, deve modificar a visão do gestor (diretor e adjuntos), como um cargo meramente político, que mais do que atender a favores, deve representar a comunidade escolar. Deve defender e lutar por um plano de gestão que apresenta objetivos elaborados para atender as demandas da Unidade de Ensino. Sendo assim, o processo de escolha dos gestores está mais ligado à escolha do plano do que propriamente dos componentes de uma chapa. 
Deve estar claro que o gestor, além de representar a comunidade escolar, é um representante da Secretaria Municipal de Educação; é um elo entre a SME e a UE (funcionários, alunos e comunidade). E o fato de ser escolhido através de processo democrático o compromete com essas duas esferas. Compromete-o, sobretudo, com a garantia de direitos constitucionais dos educandos.
Liderar, nesses termos, é servir e estar pronto a acolher, administrando diariamente as conquistas, avanços, críticas e entraves.
Por fim, cabe aqui um apelo pela transparência e correção nas atitudes de todos os atores envolvidos no processo de escolha democrática dos diretores escolares.
Minha esperança é que esse passo possa ser um a mais rumo a uma escola verdadeiramente pública, democrática e de qualidade.
Parabéns e obrigado a todos que estão de mangas arregaçadas para o trabalho.

Cordialmente,
 
Prof. R. Lengruber
Secretário de Educação – Nova Friburgo/RJ

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