Rir é o melhor remédio: testemunha protegida desprotegida

quarta-feira, 21 de novembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Luiz Flávio Gomes*
Estão noticiando que a principal testemunha (Jorge Luiz) do caso do goleiro Bruno não irá ao julgamento, por se sentir desprotegida (embora esteja num programa de proteção). 
Rir é o melhor remédio: a testemunha, que faz parte do Programa de Proteção do Estado, há um ano, entra escoltada na sala de audiências e passa a um metro de distância dos dez acusados de assassinatos, sequestros, extorsão, roubo e estupros. Depois de uma longa caminhada pela sala de audiências se acomoda em uma cadeira, bem perto do juiz, que inicia a inquirição.
JUIZ: Qual é o seu nome?
TESTEMUNHA: Está no processo e eu estou a sob proteção do Estado.
JUIZ: Aqui você tem a obrigação de dizer a verdade, sob pena de ser processado por falso testemunho! Vamos, diga o nome e a profissão:
TESTEMUNHA: Está no processo. 
JUIZ: Estamos numa audiência pública e a verdade não pode ser subtraída das partes nem dos reús presentes.
TESTEMUNHA: Meu nome é fulano de tal e sou comerciante.
JUIZ: Onde? Qual rua, qual bairro?
TESTEMUNHA: Rua tal, bairro tal...
JUIZ: Em quais dias você costuma estar no seu estabelecimento comercial e de que hora a que hora?
TESTEMUNHA: De segunda a sábado, das 8 às 20h.
O juiz prosseguiu até que a testemunha ponderou: Doutor, antes de prosseguir, posso fazer um pedido final a Vossa Excelência? 
JUIZ: Diga.
TESTEMUNHA: Posso dar um telefonema para encomendar meu funeral e marcar a missa do 7º dia?

*LFG – Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do atualidadesdodireito.com.br. Foi promotor de justiça (1980 a 1983), juiz de direito (1983 a 1998) e advogado (1999 a 2001). www.professorlfg.com.br.

**Calaborou: Danilo Fernandes – Pós-graduando em direito constitucional na PUC-SP.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade