Gilmar Marques
Os produtores de gado bovino no estado do Rio de Janeiro têm até o dia 30 de novembro para imunizar o rebanho contra a febre aftosa na segunda etapa deste ano da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, que foi aberta no último dia 1º. O estado do Rio de Janeiro está há 15 anos sem nenhum registro da doença com vacinação. Em Cantagalo, a Secretaria municipal de Desenvolvimento Agropecuário está dando suporte aos produtores durante a campanha, que é obrigatória e cujas doses devem ser adquiridas pelos criadores.
Nesta segunda etapa, a campanha teve uma mudança na estratégia de imunização: poderão ser vacinados apenas os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. No entanto, na primeira etapa da vacinação de 2013, que será realizada em maio, o produtor deverá vacinar novamente todos os animais, em qualquer idade. A medida foi autorizada pelo Ministério da Agricultura e atende à reivindicação dos pecuaristas fluminenses.
Contando com um rebanho bovino de mais de 55 mil cabeças, Cantagalo é considerado o maior produtor bovino da Região Serrana, o que dá ao município o título de responsável pela maior bacia leiteira da região. Na primeira etapa deste ano, em maio, o município conseguiu, mais uma vez, ultrapassar a meta estabelecida, conforme divulgou o Núcleo Regional de Defesa Agropecuária, superando os 95%, resultado do trabalho das equipes da Defesa Agropecuária, da Secretaria municipal de Desenvolvimento Agropecuário, do Sindicato Rural e da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro), aliado à conscientização dos criadores sobre a necessidade da imunização do gado.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário de Cantagalo, Rodrigo Vollú, a investida tem como meta manter o rebanho sadio, apto a atender aos mercados nacional e internacional, com o fornecimento de material genético (sêmen, embriões, matrizes e reprodutores) e carne de qualidade. Ele também explica que, durante as etapas, são feitas ações para a conscientização dos pecuaristas sobre a importância da imunização dos rebanhos.
“A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa entre os animais de casco fendido [bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, ovinos e animais silvestres]. A vacinação é realizada somente em bovinos e bubalinos de todas as faixas etárias, inclusive os recém-nascidos (exceto na segunda etapa deste ano, agora, em novembro). É muito importante a participação de todos nesta campanha. Vamos vacinar os animais e erradicar de vez esta doença”, destaca Vollú, acrescentando que, após vacinar o rebanho, o produtor deverá entregar a declaração de vacinação ao Núcleo Regional de Defesa Agropecuária ou ao Sindicato Rural de Cantagalo. Para isso, é preciso apresentar a declaração de vacinação e a nota fiscal de aquisição das vacinas, comprovando a imunização de seus animais, o que terá que ser feito até o quinto dia útil após o encerramento da campanha—7 de dezembro.
Quem não declarar a vacinação estará sujeito a receber auto de infração, ter a propriedade interditada, ser multado em até 20 mil Ufirs, além de arcar com o pagamento da taxa de duas Ufirs por animal não vacinado. As dúvidas podem ser esclarecidas com o Núcleo Regional de Defesa Agropecuária, que fica no Parque de Exposições Raul Veiga, em Cordeiro—(22) 2551-1673 e (22) 2551-1395. Outras informações também podem ser obtidas no Sindicato Rural de Cantagalo (Rua Prefeito Licínio José Gonçalves 71, Triângulo) ou através do telefone (22) 2555-5200. Já a atualização do cadastro da propriedade só poderá ser feita no Núcleo Regional de Defesa Agropecuária.
Por conta dessa campanha, que ocorre duas vezes por ano—maio e novembro—, o Estado do Rio tem conseguido se manter, há 15 anos, como Área Livre de Febre Aftosa com Vacinação, título concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Segundo Rodrigo Vollú, o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa tem como estratégia principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela OIE.
Conforme informações da Defesa Sanitária Estadual, os últimos casos de febre aftosa registrados no estado do Rio de Janeiro foram em 1997, em Itaperuna, na Região Noroeste Fluminense, e em Magé, na Baixada Fluminense.
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