Obras de arte escapam do virtual e se exibem num espaço reale

quarta-feira, 12 de setembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Obras de arte escapam do virtual e se exibem num espaço reale
Obras de arte escapam do virtual e se exibem num espaço reale

Nesta quinta-feira, 13, na galeria da Usina Cultural, da Energisa, no centro da cidade, inaugura-se a exposição “Museu Artenarede – a trajetória de um sonho”. São dezessete obras de artistas brasileiros e estrangeiros doadas através da internet para o acervo de um futuro museu de arte contemporânea em nossa cidade. O objetivo da mostra é dar visibilidade ao projeto e mobilizar o governo municipal, entidades públicas e empresas privadas para viabilizar a instalação do museu em nossa cidade e dar a Nova Friburgo um lugar inédito na cultura e artes plásticas do interior do estado do Rio de Janeiro. 
O projeto “Museu Artenarede”, pioneiro nas artes plásticas, inverte o caminho do virtual para o real. Fruto de um trabalho de conclusão de curso de Sistemas de Informação, dos alunos Julio Stutz (hoje coordenador do curso de Análise de Sistemas da Unesa Friburgo), Cristiane Tarazona e Wanderson Berbert, sob orientação da professora Catherine Beltrão—na época, coordenadora do curso de Análise de Sistemas—, em 2000, ganhou unânime nota dez. A iniciativa tornou-se empresa com a sociedade de Catherine e Julio e foi abrigada na incubadora da Uerj. A tecnologia de catalogação de obras de arte criada pelo projeto foi registrada e ganhou o certificado de Mérito no Prêmio de Inovação Finep, em 2004.
A ideia inicial de criar um banco de dados para catalogação de obras de arte na rede visava registrar obras de inúmeros artistas, em qualquer lugar do planeta, a qualquer hora. Além disso, as imagens das obras catalogadas poderiam ser utilizadas em outros contextos como, por exemplo, ilustração de cartões virtuais, cartões de visita, calendários, papel de carta e jogos que utilizam imagens, como quebra-cabeças e jogo da memória. O projeto cresceu tanto que atualmente conta com 4.602 obras catalogadas.
O sucesso do empreendimento gerou, em 2002, a iniciativa de solicitar aos artistas do site “Artenarede” a doação de obras de arte para a formação de um museu na cidade de Nova Friburgo. Seria o primeiro museu do município em seus quase 200 anos de existência. Outra vez, a resposta dos artistas foi surpreendente e os trabalhos começaram a chegar da cidade, do Brasil e do exterior criando o site “Museu Artenarede”. Hoje o acervo é de 67 obras vindas de vários estados do Brasil—Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, além de outros países como Portugal, França e Argentina. De 2003 a 2005 algumas dessas obras foram expostas em quatro mostras realizadas na Acianf (Associação Comercial e Agrícola de Nova Friburgo), na Queijaria Suíça, e no Colégio Anchieta. 
Catherine Beltrão, entusiasmada com o projeto, diz que “um sonho não se torna realidade sem o envolvimento de mais pessoas além do sonhador. A criação e construção do museu envolveu 38 artistas que acreditaram no projeto e doaram 67 obras. O “Museu Artenarede” já possui uma história, um caminho percorrido. Mas essa história está só começando, pois mais artistas deverão doar obras que precisam de um espaço permanente para serem apreciadas pelo público. A cidade de Nova Friburgo, com quase 200.000 habitantes e a seis anos de seu bicentenário, merece um museu: o “Museu Artenarede” precisa sair do espaço virtual e ocupar seu espaço real.”

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