SOS Vila Nova: moradores espalham faixas de protesto contra o abandono do bairro após 18 meses da catástrofe

quinta-feira, 19 de julho de 2012
por Jornal A Voz da Serra
SOS Vila Nova: moradores espalham faixas de protesto  contra o abandono do bairro após 18 meses da catástrofe
SOS Vila Nova: moradores espalham faixas de protesto contra o abandono do bairro após 18 meses da catástrofe

Além do cenário de destruição provocado pela tragédia climática de 2011, outro fato vem chamando atenção de quem passa pela Vila Nova. O bairro está repleto de faixas de protesto contra a falta de soluções para os problemas decorrentes da catástrofe, que completou 18 meses no último dia 12. O manifesto é um desabafo dos moradores ao descaso do poder público, que pouco fez para recuperar as áreas atingidas do bairro. Um exemplo disso é o prédio comercial na Rua Prudente de Moraes 117, que continua repleto de marcas da Defesa Civil indicando sua demolição. Ao lado há uma casa também marcada para ser demolida há mais de um ano. As construções estão entre os locais escolhidos pela comunidade para afixar as faixas de protesto.

Com frases de impacto, os cartazes foram espalhados em vários trechos da Rua Prudente de Moraes, como na fachada e no entorno do Edifício Humberto Spinelli, localizado no nº 105. Desabitado desde a catástrofe, o prédio está situado próximo à área onde uma vila inteira foi dizimada e 17 casas desabaram. Na montanha ao fundo, nenhuma obra de contenção foi feita para evitar novos deslizamentos e o trecho está se degradando cada vez mais devido à erosão, deixando a comunidade apreensiva.

Outro ponto onde há uma faixa de protesto afixada é na entrada do campus da Uerj. Várias marcas da catástrofe ainda estão presentes na Rua Alberto Rangel, que dá acesso à universidade. Logo na subida, uma casa interditada esta repleta de mato e sujeira e há trechos com deslizamento e necessitando de capina e limpeza. O acesso precário é mais uma prova da falta de atenção do poder público aos problemas existentes no bairro.

A queda nas vendas do comércio e a insegurança que tomou conta do trecho desocupado foram destaque de algumas faixas. Uma delas citava o saque e a invasão aos imóveis interditados, o que vem revoltando a comunidade. Num dos furtos, ocorrido no início deste mês, os bandidos levaram até a fiação elétrica de uma das residências interditadas, além de um aparelho de som, roupas de cama, mesa e banho e kits de ferramentas.

Vale destacar que a situação da Vila Nova já foi mostrada em diversas reportagens veiculadas pelo jornal ao longo dos últimos meses. A mais recente delas, publicada na edição de 22 de junho, mostrava o abandono do bairro desde a catástrofe do ano passado. “Ninguém tomou providências aqui. Está tudo abandonado, cheio de mato e expondo todos nós a uma série de riscos”, disse na época o comerciante Cléber de Souza Pinto, que também reside no bairro.

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