QUANDO assumiu a Presidência da República, Dilma Rousseff deu o tom de que vinha para avançar na gestão das políticas públicas. Como promessa, além da educação, a saúde ganhou destaque em seu primeiro discurso após o resultado das urnas. Mas a ampliação dos serviços do SUS, como ela queria, não teve efeitos na rede pública hospitalar, da qual Nova Friburgo é parte integrante e o que vemos é um verdadeiro caos de norte a sul do país.
OS BENEFÍCIOS para a população brasileira seriam evidentes se as promessas fossem cumpridas. A expectativa nacional pela melhoria do serviço médico prestado na rede pública foi provavelmente o apelo eleitoral que mais pesou na hora de eleger a sucessora de Lula. O caos na saúde verificado no cotidiano de todas as cidades brasileiras mostra que o clamor social, infelizmente, deverá continuar.
OS MUNICÍPIOS fora da Região Metropolitana do Rio, como Nova Friburgo, sentem a falta de um serviço mais ampliado. Não é difícil constatarmos nas noites friburguenses filas à porta do HRS com pacientes em busca de uma marcação de consulta para o próximo ano, se chegarem até lá. Acabar com este quadro de vergonha nacional é, pois, um desafio que não se impõe somente ao gestor em Brasília. Também requer o empenho estadual e, na ponta do atendimento, o governo municipal, que, efetivamente, cuida da população.
É SABIDA a carência de recursos humanos e técnicos do Hospital Raul Sertã para dar atendimento digno a uma população que não se restringe a Nova Friburgo. Centro de referência médica na região, o município ainda sente falta de serviços que levem em conta a regionalização da saúde com a melhoria da qualidade de vida de habitantes de mais de 10 municípios.
ENTENDIMENTOS com o governo estadual poderão minimizar a crise na saúde friburguense. O governador Sérgio Cabral, inclusive, admitiu a montagem de uma unidade hospitalar de campanha para suprir as necessidades da população. E o prefeito Sérgio Xavier propõe um pacto entre o poder público e as demais unidades de saúde do município para a mudança desse triste quadro.
O ASSUNTO, pela dimensão e complexidade, será tema na campanha eleitoral e terá reflexos no futuro governo, que enfrentará logo no início do mandato a pesada incumbência de oferecer mais qualidade de vida e dignidade aos usuários da saúde pública em Nova Friburgo.
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