ESPORTES - Ressurreição do vôlei depende de esforço conjunto

quarta-feira, 04 de julho de 2012
por Jornal A Voz da Serra
ESPORTES - Ressurreição do vôlei depende de esforço conjunto
ESPORTES - Ressurreição do vôlei depende de esforço conjunto

Há um questionamento no setor esportivo da cidade sobre a decadência de esportes como vôlei, basquete, futsal e handebol. Esta semana, inclusive, um desportista famoso, que pede para não ser identificado, colocou em xeque a importância da imprensa esportiva da cidade dizendo: “A imprensa não fala nada, se cala, não aponta os erros e os culpados pela queda, principalmente do vôlei, que já chegou a ser o segundo esporte municipal. Ninguém se manifesta”, afirmou.

Ele tem razão quando diz que o vôlei já foi o segundo esporte. Realmente foi, não é mais, mas a culpa não é da imprensa. Os jornalistas não organizam, não têm poder de decisão, não desviam verbas, não fazem esporte pensando na sua conta bancária etc.

Mas ele não tem razão quando diz que a imprensa se cala. Não é verdade. O A VOZ DA SERRA já produziu mais de cinco matérias sobre o desprestígio, não só do vôlei, mas do esporte friburguense como um todo. A função da imprensa é noticiar, mostrar os fatos e isso, aqui no jornal, tem sido pauta frequente do setor esportivo.

No início da década de 80, a nossa cidade tinha 20 times de vôlei, três quadras, vôlei de areia e vôlei de rua. Nova Friburgo foi a primeira do interior do estado a organizar o Campeonato de Vôlei de Rua e a coordenação foi deste jornalista. Naquele momento, reunimos 18 times que jogavam entre si com dois jogos por domingo, cada um numa rua diferente.

Nossa experiência depois foi seguida por Petrópolis, Teresópolis e Cabo Frio e a cidade importou inclusive arbitragem para estas praças esportivas. Mais adiante, Nova Friburgo recebeu durante quatro anos seguidos, no ginásio Celso Peçanha, campeonatos estaduais e brasileiros de várias categorias diferentes. Na década de 90, eventos como a Copa SAF de Vôlei, Copa Sesc, Copa Country Clube, foram as principais atrações esportivas da Suíça Brasileira.

O problema é que neste período quem organizava as competições e eventos pensava única e exclusivamente na evolução do vôlei e sua projeção da cidade. Nomes como Walter Thiele, Guilherme Lima Jatobá, Luiz Roberto Scheidt, Juarez Cunha Krebs, Sérgio Carvalho da Fonseca, Coqueiro, Jorge Marcos Freitas (Jorginho), José Fernando Nogueira Miranda e tanto outros deixaram sua marca registrada e ainda hoje são lembrados com muita saudade, pelos grandes eventos que produziram.

De todos estes nomes, o único que ainda trabalha pelo vôlei da cidade é Luiz Roberto, assim mesmo lutando com muita dificuldade, colocando dinheiro do próprio bolso se dividindo entre treinador, dirigente, diretor de marketing, organizador de tabela e arbitrando jogos.

Pouca gente se lembra de Maria Júlia Batista Freire, viúva, mãe de sete filhos. Ela atuava como “pãe”, misto de pai e mãe, e duas vezes por semana ia para a quadra do Celso Peçanha, comandar o treino de seu time composto pelos filhos Pascoal, Kenedy, Edson, Ângelo, Edmundo, Kátia, e no fim de semana, ainda era a treinadora durante os jogos. Este exemplo de mulher abnegada, comprometida com tantos afazeres, ainda lavava e passava o uniforme do time todo e transformava sua casa no local das reuniões do time.

A realidade é que, hoje, quem organiza não visa o esporte. As reuniões dos órgãos competentes se transformam num verdadeiro muro de lamentações e só se fala em verba, dinheiro, projeto financeiro, leis de captação de recursos etc.

Hoje, um campeonato com 20 clubes custa, para os cofres dos times, a bagatela de R$ 200 de inscrição, sem contar despesas com material esportivo, uniforme, às vezes condução e alimentação etc. Como então, um time do nível da nossa cidade teria condições de participar?

É por isso que o vôlei friburguense sobrevive da iniciativa individual de Gustavo Titoneli, no Friburgo Vôlei/Friburguense, à custa de uma tremenda guerra para não deixar o sonho morrer.

Portanto, não surpreende a situação deste esporte, hoje. Percebe-se que está tudo errado, é chegada a hora de parar e fazer uma reflexão. É preciso o esforço conjunto e a união de todos para que o esporte possa “moldar” os cidadãos do futuro. Temos que esquecer um pouco a conta bancária e nos dispormos a trabalhar seriamente pelo esporte. Criar escolinhas de vôlei, atender meninos e meninas carentes da cidade, oferecer opções para que estes jovens não sejam amanhã, os cidadãos perdidos em caminhos tortuosos que vemos diariamente na mídia.

Resgatando o passado

JOSÉ MARIA MURY (ZÉ MARIA)

O homenageado desta semana é José Maria Mury (Zé Maria), vendedor, natural de Nova Friburgo, nascido em 3 de agosto de 1945. Aos nove anos já ensaiava seus primeiros passos no mascote do Serrano Futebol Clube. Ele atuou em todas as categorias e se sagrou campeão de vários torneios inícios, competição em que o clube alvirubro se destacava, levando vantagem na cobrança de pênaltis. Aliás, o Serrano sempre contou com grandes goleiros e era privilegiado pelos excelentes batedores que possuía.

O jogador Zé Maria, após se destacar pela equipe serranista, foi convidado a ingressar no Fluminense, onde disputou as temporadas de 1965 e 1966, porém as raízes com o clube do saudoso Olávio Fonseca Coelho falaram mais alto e, em 1967, ele estava de volta, permanecendo no Serrano até encerrar sua carreira de forma brilhante, no apogeu, em 1975.

Atuando como lateral direito, Zé Maria atuou ao lado de grandes jogadores como: Jorginho, Alemão, Tuninho, Miracema, Gigi, Tuti, Manoel Farias, Almir e Waldir Dutra, Rapizo, Mauro, Carlinhos Machado, Luizinho, Tião Mercedez, Eraldo, Careca, Flávio, Jorge, Ademir Costa, Sapê e tantos outros que vestiram as camisas do Serrano, Fluminense e Seleção Friburguense. Zé Maria teve também passagem marcante no Roqueano Social Clube.

Foi um jogador versátil, atuou na lateral direita, passou pelo meio campo e firmou-se na zaga central como um dos melhores zagueiros desta época fantástica de grandes jogadores. Clássico, leal, inteligente, como se diz na gíria do futebol, “só bola”. Era um gentleman e possuía a virtude de exímio batedor de faltas e pênaltis. Um jogador acima da média.

Dentro da área, ditava o ritmo, sem dar chutões. Neutralizava uma jogada complicada com a simplicidade dos grandes mestres da bola e saía jogando,sempre, de forma elegante e eficiente.

Este foi Zé Maria, um artista da bola, craque que, nos dias de hoje, ao nos lembrarmos de suas atuações, ficamos mais saudosos de um futebol vistoso, clássico, leal e, sobretudo, eficaz.

Edson Barboza depende do nosso voto

Termina segunda-feira a votação que vai eleger os destaques do esporte internacional. A cidade de Nova Friburgo tem um representante concorrendo. O lutador Edson Mendes Barboza Junior é o nosso representante. Ele concorre pelo UFC do Rio de Janeiro, pelo nocaute de seu adversário. A votação é aberta. Acesse o site: http://espn.go.com/espys/bestplayvote?vote=8083430&lang=en&round=1&bypass=y e garanta a eleição do nosso lutador.

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