Adinf quer sensibilizar médicos para adesão ao projeto “Amigo do Jovem com Diabetes”

terça-feira, 03 de julho de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Henrique Amorim

A Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo (Adinf) está à procura de oftalmologistas no município que se disponham a atuar como voluntários no projeto “Oftalmologista Amigo do Jovem com Diabetes”. A intenção é sensibilizar esses profissionais médicos a “adotarem” uma criança ou um jovem diabético (até 30 anos e portador do diabetes tipo 1, com início geralmente na infância ou adolescência) para acompanhamento anual de exames oftalmológicos, inclusive o de fundo de olho. A intenção é que o acompanhamento gratuito do paciente se estenda até ele completar 30 anos de vida assim evitando o aumento dos casos de retinopatia diabética—uma complicação microvascular considerada a principal causa da cegueira em pessoas com idade produtiva, entre 16 e 64 anos. De acordo com os oftalmologistas, a cegueira pode ser evitada na maioria dos casos com diagnóstico e tratamento na fase inicial da doença.

O projeto prevê ainda que os diabéticos sejam atendidos nos próprios consultórios e clínicas oftalmológicas de Nova Friburgo. Atualmente, a iniciativa já é desenvolvida no Rio de Janeiro. Essa semana, por exemplo, a Adinf subsidiou a viagem de seis crianças com diabetes tipo 1 para a primeira consulta com oftalmologistas cariocas que sensibilizaram-se com a causa. “Esperamos que o maior número possível de oftalmologistas integrem-se ao projeto para beneficiarmos cada vez mais pacientes”, acredita Flávia Lopes, secretária da Adinf, que reúne atualmente cerca de 150 crianças com diabetes tipo 1. Ela alerta que todas as crianças e jovens com diabetes tipo 1 devem procurar rapidamente a Adinf para preencherem um cadastro gratuito para encaminhamento posterior aos oftalmologistas que abraçarem a causa. A Adinf, que é presidida por Sônia Bittencourt, fica na Avenida Maximilian Falck, anexa à fábrica Ypu.

A prevenção à retinopatia diabética tornou-se uma bandeira de luta da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro (Uaderj), ainda mais depois da conclusão a partir de estudos de que mais de 90% dos diabéticos do tipo 1 desenvolvem algum grau de retinopatia, principalmente após 20 anos com diabetes. Estima-se que 50% dos pacientes tenham perda parcial ou total da visão. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da retinopatia, segundo a Uaderj, são a hiperglicemia (glicose em jejum acima de 100 mgl) persistente, o tempo da doença e ainda a hipertensão arterial (pressão alta), além da história de vida do paciente e predisposição hereditária da doença.

A melhor forma de detectar-se a retinopatia ainda em fase inicial é através do exame de fundo de olho que pode ser realizado facilmente em consultórios ou clínicas oftalmológicas, mas em Nova Friburgo, não é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que dificulta a prevenção da doença. O atendimento dos pacientes por oftalmologistas voluntários que aderirem ao projeto terá o acompanhamento de técnicos da Uaderj. A seleção dos pacientes priorizará crianças, adolescentes, jovens e adultos de baixa renda.

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