A Justiça condenou a 17 anos de prisão, em regime fechado e sem direito de redução da pena, Vanda Siqueira de Oliveira, 47 anos, acusada de ter encomendado a morte do marido, o pedreiro Geraldo de Jesus Medeiros, 58 anos, brutalmente assassinado a pauladas e enforcado com fios elétricos na noite de 5 de setembro de 2010, num trecho ermo da Rua Manuel Alexandre de Moura, conhecida como estrada Catarcione-Varginha. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Nova Friburgo e teve quase 13 horas de duração. De acordo com os autos do processo, o crime foi cometido por Marcos de Oliveira Taixeirão, morto ano passado, com a participação de Vanda. Ainda segundo familiares de Geraldo, Marcos seria amante de Vanda e ambos teriam planejado a morte do pedreiro para se apoderarem dos aluguéis de suas casas em Catarcione.
Na sentença, o juiz da 1ªVara Criminal do município, Gustavo Henrique do Nascimento Silva, destacou que Vanda demonstrou “uma sanha assassina incomum, pois os fortes golpes que Geraldo recebeu na cabeça causaram-lhe intensos sofrimentos nos seus últimos momentos de vida”. O magistrado observou ainda que Geraldo não merecia ter sido vítima de tamanha brutalidade, já que nas quase duas décadas de relacionamento com Vanda a sustentou, assim como os quatro filhos dela. O juiz Gustavo frisou ainda na sentença que Vanda não poderá recorrer da condenação em liberdade, pois “sua conduta fragiliza a ordem pública, além de ter causado grande revolta e indignação na comunidade do bairro Catarcione”, onde Geraldo morava e era bastante conhecido.
Como foi o caso
Segundo familiares e relatos à polícia à época do crime, Geraldo de Jesus Medeiros foi vítima de uma emboscada após ter proposto separar-se de Vanda assim que descobriu que ela o traía com Marcos Teixeirão. Ao sair de um culto na igreja evangélica Deus é Amor, na Rua Coronel Zamith, no Bairro Ypu, na noite de 5 de setembro de 2010, Geraldo dirigiu-se com Vanda em seu carro, o Escort KSO 6463, ao bairro Catarcione, onde moravam. No trajeto Vanda pediu ao marido que desse uma carona a Marcos até Varginha. Geraldo, solícito, aceitou.
Já na Rua Manuel Alexandre de Moura, que é bem erma e com iluminação deficiente, Vanda teria simulado mal súbito, obrigando Geraldo a parar o carro e tentar socorrê-la com a ajuda de Marcos, que teria se armado de um moirão que pesava aproximadamente três quilos e desferido vários golpes na cabeça da vítima. Geraldo ainda foi sufocado com fios elétricos enrolados no pescoço. Após o crime, Vanda e Marcos teriam fugido num carro vermelho, de placa e marca não identificadas.
O Escort de Geraldo foi encontrado por populares com as portas abertas e o cadáver no chão, no meio da via. Em depoimento à polícia, Vanda sustentou que na hora do crime estava em casa, na Rua Romualdo Machado, e que, inclusive, avistara o Escort de Geraldo passar pelo bairro com demais ocupantes. Disse ainda que o marido tinha o costume de oferecer caronas a vizinhos e que ele tinha o hábito de ingerir bebidas alcoólicas. No julgamento ela voltou a negar ter cometido a atrocidade.
Vanda já estava presa na Casa de Custódia de Magé e agora foi condenada por homicídio qualificado. Ela deverá cumprir a pena no complexo penitenciário feminino de Bangu, no Rio de Janeiro. Os detalhes do crime apresentados pelo promotor de acusação do Ministério Público, Bruno de Faria Bezerra, e os assistentes de acusação, os advogados Wilson Júdice Maria Júnior e Wilson Júdice Neto, impressionaram os jurados e o público.
Para um dos filhos do pedreiro Geraldo de Jesus Medeiros, “enfim, foi feita justiça”. “Sei que jamais terei meu pai de volta, mas esse crime hediondo não poderia ficar impune. Graças a Deus e à justiça dos homens cumpri a promessa que fiz ante o caixão do meu pai no velório—de que não deixaria a morte dele ficar impune. Agora sim, a alma dele poderá descansar em paz. Foi um bom homem, que não merecia ter se envolvido com pessoas assim, que o mataram por causa de dinheiro. Não sei o que passou e o que ainda passa na cabeça dessa mulher.”
Trânsito: três feridos em acidentes no Centro e em Córrego Dantas
Duas colisões na noite de quarta-feira, 27, fizeram mais três vítimas no município. Na Avenida Comte Bittencourt, no Centro, a estudante Sheina da Silva Alves, 21 anos, que viajava na garupa da moto vermelha KZN 6318, teve ferimentos no braço esquerdo, pé direito e no joelho com a batida do Palio azul AGO 1462. Sheina precisou ser socorrida no setor de urgência do Hospital Municipal Raul Sertã e contou aos policiais que o piloto da moto, o auxiliar administrativo Wallace Veiga do Amaral, parou na esquina com a Rua Fernando Bizzotto e assim que o sinal abriu provavelmente mudou de faixa e chocou-se na lateral esquerda da moto, causando o acidente.
Já na altura do quilômetro 65 da RJ-130 (Nova Friburgo-Teresópolis), no bairro Córrego Dantas, o motorista do Fusca KTG 7397, Armando da Cunha Ferraz, 50 anos, teve ferimentos graves e foi socorrido no Hospital Raul Sertã após colidir com o Santana LBF 8052. Com o choque, o motorista do Santana, Israel Pereira Pinheiro, 23 anos, e o carona, Ivo da Silva Fernandes, também ficaram feridos. Israel precisou ser internado no Hospital São Lucas. A polícia apurou que Israel trafegava na pista de sentido a Duas Pedras e dobrou à esquerda para acessar o bairro São Geraldo, chocando-se com o Santana que ia em direção a Teresópolis.
Quase cem cápsulas e sacolés de pó recolhidos com adolescentes no Dedé
Apreensão é resultado de duas operações de repressão ao tráfico feitas pela PM
O tráfico de drogas no Alto do Floresta, o Morro do Dedé, distrito de Conselheiro Paulino, teve 96 cápsulas e sacolés de cocaína já prontos para revenda e com selos alusivos a facções criminosas apreendidos na quarta-feira, 27, por policiais do 11º BPM, em duas operações de repressão à atividade criminosa. As investidas da polícia foram motivadas por investigações e denúncias anônimas à central 190. Nas incursões realizadas em trechos diferentes da Rua Aureliano Barbosa Faria, foram conduzidos à 151ª DP e encaminhados à Promotoria da Infância e Juventude de Nova Friburgo quatro adolescentes, entre 15 e 17 anos.
Na primeira investida da PM, por volta das 16h, os policiais militares flagraram duas menores de 15 e 17 anos em atitude suspeita numa localidade conhecida como Corrimão, onde, segundo as investigações, costuma haver comercialização de entorpecentes. Elas tentaram fugir por uma viela assim que avistaram os PMs, mas foram interceptadas com 70 cápsulas plásticas de cocaína. Todas as embalagens tinham a inscrição “Trem Bala” e seriam vendidas a R$ 5, cada. Com uma das garotas os policiais recolheram ainda um celular e R$ 469.
Cerca de quatro horas depois, em outra operação de combate ao tráfico no Alto do Floresta, a PM surpreendeu em outro trecho da Rua Aureliano Barbosa Faria, onde segundo a polícia, existe uma boca de fumo, dois rapazes de 16 e 17 anos. Em revista foram arrecadados mais 26 sacolés de pó e R$ 40. Ainda de acordo com a polícia, tem sido uma prática constante do tráfico a utilização de adolescentes na venda a varejo de drogas em bocas de fumo.
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