(SECOM) O prefeito Sérgio Xavier, juntamente com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Boueke, e o ex-deputado estadual Rogério Cabral estiveram reunidos na tarde da última quarta-feira, 13, com o vice-governador Luiz Fernando Pezão e com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno. O objetivo do encontro, realizado no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, foi discutir uma lista de pleitos que visam a manutenção e o desenvolvimento do setor metal-mecânico de Nova Friburgo.
Também estiveram no encontro a presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no Centro-Norte Fluminense, Nelci Porto; o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de Nova Friburgo (Sindmetal), Cláudio Tângari; o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Cláudio Santos Verbicário; o presidente do Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo (Codenf), Antônio Carlos Celles Cordeiro; assim como o subsecretário estadual para a Reconstrução da Região Serrana, Affonso Monnerat.
A principal reivindicação da comitiva friburguense, acatada pelo vice-governador e pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, foi a renovação do decreto estadual que prevê a manutenção da alíquota do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias) em 12% para as vendas internas do setor metal-mecânico de Nova Friburgo no estado. Em 2013, este convênio expiraria e o valor da alíquota poderia ir para a base normal de 19%. Vale salientar que o incentivo fiscal para este setor é fundamental para que não haja a diminuição no nível produção e consequentemente uma menor geração de empregos. O impacto seria devastador não somente para as empresas, como também para a economia do município e do estado.
Para o prefeito Serginho, a reunião foi muito positiva e é o desdobramento de um encontro com o governador Sérgio Cabral, realizado em 18 de abril. “Nós já tivemos uma primeira reunião com o governador, que já deixou claro que quer ajudar a nossa cidade. Essa retomada é fundamental, principalmente depois de tudo o que aconteceu, por isso, não podemos deixar que aconteça o esvaziamento econômico da cidade. Para tanto é preciso haver a manutenção dos incentivos”, destacou o prefeito, que disse ainda que o encontro é considerado um fato histórico para a cidade, pois a manutenção da alíquota e a criação do distrito industrial vão trazer avanço e desenvolvimento. “Assim, só temos a agradecer ao governo do estado pelo apoio”, disse o prefeito.
Distrito Industrial
Outra proposta apresentada, e aceita com empolgação pelo vice-governador, é a criação do Distrito Industrial de Nova Friburgo, com previsão de inclusão do mesmo em um plano de controle de impacto ambiental. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, destacou que vê de forma positiva o Distrito Industrial de Nova Friburgo. “A cidade de Nova Friburgo precisa de um distrito industrial. Assim, já foi combinado com o vice-governador e ficou decidido que nós vamos operar junto com os empresários do setor e o município para a realização disso”, explicou Bueno.
A criação do distrito prevê uma realocação das unidades industriais, o que permitiria a desocupação de terrenos urbanos, que são muito importantes para moradias, uma vez que o espaço urbano encontra-se cada vez mais concorrido. Segundo o plano, as empresas que se instalarem no distrito teriam uma espécie de benefício fiscal, sendo essa uma das alternativas apresentadas para a recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) da cidade, que caiu depois da tragédia climática de janeiro de 2011. Para o ex-deputado Rogério Cabral, a preocupação não é a de atrair novas empresas, mas sim ajudar a desenvolver as que já existem na cidade e lutam para permanecer produtivas. “Estamos planejando criar o Distrito Industrial de Nova Friburgo nas áreas mais planas que temos, que são na região de Conquista, depois de Campo do Coelho, até a divisa com Teresópolis”, explicou Rogério.
Na pauta do encontro também estava o pedido para que o governo estadual intercedesse junto ao governo federal para que se diminua o peso das importações de produtos do setor metal-mecânico, principalmente os que são originários da China. Segundo dados apresentados ao vice-governador, essas importações subiram cinco vezes nos últimos cinco anos, além disso, segundo os empresários, esse tipo de medida já foi realizada em outros setores. O objetivo é que as normas sejam iguais tanto para produtos brasileiros como para os estrangeiros. Dessa forma, conforme o pedido, quando se exige um determinado tipo de licença ambiental para a comercialização dos produtos nacionais do setor metal-mecânico, também seria razoável que se exigisse a mesma norma para produtos provenientes de outros países—logo, como afirmam os empresários, seriam regras iguais para todos, sem distinção, com garantia de concorrência no mesmo patamar.
Segundo o presidente do Sindmetal, Cláudio Tângari, Nova Friburgo precisa de todos esses estímulos para poder crescer e ser mais competitiva. “Isso vai fazer com que se aumente o número de empregos. Também precisamos tirar o mercado de fechaduras, por exemplo, que está nas mãos da China, e trazer de volta para nós, em Nova Friburgo. E o apoio do governo do estado nesse pleito é fundamental para que isso aconteça”, comentou Cláudio, representante das empresas metal-mecânicas de Nova Friburgo. E vale ainda salientar que o setor metal-mecânico de Nova Friburgo conta atualmente com mais de 140 indústrias na cidade, com produtos vendidos em todo o Brasil e até para outros países.
O vice-governador Pezão se colocou à disposição para ajudar em tudo o que for possível o setor metal-mecânico de Nova Friburgo. “Vamos manter a alíquota de 12% e também vamos criar o distrito industrial. Estamos nos colocando à disposição para fazer a desapropriação do local. Queremos ajudar em tudo o que for possível. Vamos fazer um distrito industrial seguro, com todas as licenças ambientais, com galpões planejados, com previsão de linhas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por meio do Invest Rio (Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro). Falta agora saber o custo de tudo isso, que ainda nos vai ser apresentado. O objetivo é que Nova Friburgo volte a crescer”, explicou o vice-governador.
A parceria com o governo do estado permite a Nova Friburgo entrar em um novo ciclo de desenvolvimento, conforme destacou o secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Nova Friburgo, Carlos Boueke: “Esse é um novo ciclo. O ano de 2011 foi apenas um marco de que era a hora de nós tentarmos fazer um novo movimento por Nova Friburgo. Então, o resgate do desenvolvimento econômico, que foi duramente afetado, vai trazer para Nova Friburgo benefícios imediatos, isso com as parcerias que estamos buscando com o governo do estado”, explicou Carlos Boueke.
O presidente do Codenf, Antônio Carlos Celles Cordeiro, frisou que os membros do Conselho entendem que o setor metal-mecânico é a segunda das atividades industriais mais importantes em termos de geração de empregos em Nova Friburgo, com quatro mil empregados, que representam 20% de todos os empregos industriais da cidade. Além disso, o setor goza do melhor salário médio, e tem o melhor potencial de crescimento. “Então, esse movimento articulado é para apoiar um setor da economia friburguense que entendemos ser estratégico e promissor para a geração de empregos de qualidade, que traz desenvolvimento para a cidade. O ‘sim’ já foi dado, agora vamos em busca do como fazer”, comemora Antônio Carlos.
Presidenta Dilma anuncia que o Rio de Janeiro receberá R$ 3,6 bilhões para obras
O vice-governador Pezão anunciou, durante o encontro com a comitiva de Nova Friburgo, que a presidenta Dilma Rousseff assinou, no início da tarde da última quarta-feira, 13, junto a executivos do Banco do Brasil, o maior contrato de financiamento para um estado na história da instituição financeira no país—o governo do Rio de Janeiro receberá R$ 3,6 bilhões para obras de mobilidade urbana, de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável.
O acordo foi assinado no Palácio Guanabara e prevê 14 projetos de mobilidade urbana. Estes serão contemplados com o dinheiro injetado pelo Banco do Brasil. Entre os principais estão a duplicação de rodovias estaduais, obras de contenção de encostas de estradas da Região Serrana, aquisição de barcas para o trecho Rio-Niterói, a conclusão do Arco Metropolitano—há anos em construção para conectar de forma direta os municípios de Itaguaí e Itaboraí—, a criação da Linha 3 do Metrô, na ligação entre Niterói e São Gonçalo, além da Linha 4, já em andamento, que vai unir o trecho entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, foco dos maiores congestionamentos na capital fluminense.
Estão previstas ainda melhorias na infraestrutura urbana do Rio de Janeiro, como serviços de pavimentação, drenagem e sinalização nas vias dos 92 municípios do estado, obras de urbanização em comunidades carentes, além de projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, como a recuperação das lagoas da Barra da Tijuca e da Joatinga, na Zona Oeste da capital.
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