Editorial - Vinte anos outra vez

quarta-feira, 13 de junho de 2012
por Jornal A Voz da Serra

DE HOJE até o dia 22 de junho, o Rio de Janeiro se torna a capital mundial da sustentabilidade, com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável, a Rio+20. Dirigentes de nações e milhares de membros da sociedade civil estarão reunidos para discutir a chamada “economia verde”.

A POUCO mais de uma centena de quilômetros do foco das atenções mundiais, Nova Friburgo sofre, como a maioria das cidades brasileiras, com a falta de uma política de desenvolvimento sustentável. A questão esbarra na falta de infraestrutura e recursos financeiros capazes de remover os entraves desta nova forma de gestão ambiental com a participação efetiva da sociedade.

DESDE a Rio 92, há 20 anos, os compromissos de melhorar os aspectos ambientais do planeta vêm sendo perseguidos, porém, sem efeitos práticos palpáveis. Nações, estados e municípios não produziram, neste período, resultados que pudessem afastar o risco ambiental do foco das preocupações. Ao invés, as evidências são cada vez maiores e sentidas em todos os lugares, inclusive em Nova Friburgo,como ocorreu em 2011.

A QUESTÃO ambiental no Brasil vive no foco das atenções de políticos, empresários e da população pela diversidade dos nossos problemas que não são comuns em todo o país. Cada região possui sua própria carência de gestão ambiental, mas em comum, todas possuem uma preocupação com a nossa privilegiada diversidade, que hoje corre perigo de norte a sul.

TAMANHO patrimônio natural não deve sobreviver sem a devida atenção das autoridades, pois está em risco a vida de milhões de pessoas, que até agora somente assistiram a degradação e espera a tão sonhada solução. Neste contexto situa-se a Mata Atlântica, da qual Nova Friburgo detém uma parcela substancial em seu território.

A PROMOÇÃO do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável neste período, portanto, é uma época conveniente para se discutir e, se possível, começar a fazer o que todos aguardam—medidas de prevenção, proteção e conservação. A discussão engloba desde os nossos mananciais de água às florestas, a poluição, a coleta seletiva do lixo, o tratamento de esgoto, como também a educação ambiental e uma nova postura da sociedade frente ao meio ambiente.

A TRAGÉDIA climática de 2011 foi um duro recado para que a população pudesse refletir sobre o meio ambiente e buscar medidas que possam ser adotadas a nível individual. As riquezas produzidas nos últimos 50 anos quintuplicaram, os automóveis e o consumo não permitiram à natureza a renovação das fontes de matérias-primas. É preciso racionalizar enquanto é tempo.

OS GOVERNOS enfrentam o desafio ambiental cada vez mais presente e o assunto ganha dimensão em todos os lugares, principalmente junto à população, que procura incorporar novas atitudes em seu cotidiano. Trata-se de um capítulo do qual os líderes políticos reunidos no Rio não poderão fugir, se quiserem realizar um trabalho voltado aos interesses da população e com foco no crescimento sustentável. É tarefa que deve ser compartilhada com toda a sociedade.

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