Dalva Ventura
Depois da alta ocorrida em função da tragédia de janeiro de 2011, quando muitas pessoas tiveram que deixar suas moradias em busca de locais seguros para morar, os preços de casas e apartamentos, tanto para aluguel como para venda, começaram, aos poucos, a voltar à normalidade.
É o que garante o diretor da sub-região do Creci (Conselho Regional de Imóveis) em Nova Friburgo, o corretor Camilo Abicalil. Sim, houve uma queda expressiva no ano passado, já que havia poucos imóveis disponíveis na cidade, tanto para alugar como para comprar. Segundo Abicalil, desde o mês de abril já se pode perceber certo aquecimento, que deve se manter estável a partir de agora.
Ou pode ser com uma certa alta, como já é tradicional aqui em Nova Friburgo. Abicalil diz que em Nova Friburgo é sempre assim. No primeiro trimestre geralmente poucos negócios são fechados. De abril a junho a procura já começa a melhorar, para aquecer de verdade a partir do terceiro e do quarto trimestre.
“O ano passado foi completamente atípico”, afirma Abicalil. “Hoje o mercado não está mais comportando preços exorbitantes”, continua. Para comprovar, cita um exemplo: no dia 1º de janeiro do ano passado, poucos dias antes da fatalidade que atingiu a cidade, sua imobiliária alugou um apartamento de três quartos no centro da cidade por R$ 1.200. Os inquilinos deram sorte, pois semanas depois teriam dificuldades para encontrar um imóvel semelhante. Atualmente este mesmo apartamento poderia ser alugado por cerca de R$ 1.500. Mais caro, sim, mas nem tanto, ao se considerar o reajuste da inflação e o preço dos imóveis residenciais no ano passado.
A verdade é que a cautela dos consumidores mexeu com o mercado imobiliário e a tendência no momento é que o preço dos imóveis se estabilize ainda mais. Por isso mesmo, Abicalil aconselha quem está pensando em comprar ou alugar a “pagar apenas o que acha justo, não aceitar especulações”. O Creci não dispõe de dados atualizados, mas segundo Abicalil o mercado não está parado, embora os preços estejam subindo menos.
Já o diretor o Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis (Secovi), José Henrique Ruiz, afirma que o mercado imobiliário de locação local está bem aquecido. “O preço até aumentou, principalmente no caso de apartamentos de quarto e sala e de dois quartos no Centro”, diz.
“A compra e venda diminuiu um pouco, o que é normal nesta época do ano, ou seja, estamos demorando um pouco mais para conseguir fechar negócio, mas não estamos deixando de vender não”, continua. José Henrique ressalta também a baixa nos juros de financiamento da Caixa Econômica Federal, que já está contribuindo para aumentar a demanda.
Não é o que parece
Pode ser, mas não é o que parece. Quem olhar com atenção para muitos prédios da cidade poderá observar muitas placas de compra e venda, aluga-se e alugo ou vendo afixadas nas janelas. Para Abicalil, isso não quer dizer nada e apenas confirma suas declarações. “Como eu disse, o que está acontecendo é que o mercado está se estabilizando e voltando ao que era antes da enchente, nada mais”, diz.
Numa rápida consulta junto às corretoras da cidade pode-se observar queda nos negócios imobiliários, principalmente para locação. Uma delas alugou 22 apartamentos em março, oito em abril e apenas sete em maio. Venda? Só quatro no trimestre. Em outra corretora, o ritmo de transações foi ainda menor: cinco apartamentos alugados em março e só um em abril.
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