(SECOM) Gilberto Paulo de Souza Filho assumiu a Secretaria de Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho de Nova Friburgo em maio deste ano, e já sabe o tamanho do empenho que precisará para “arrumar a casa”, e em pouco tempo. O novo secretário tem consciência do tamanho do desafio que terá pela frente, mas não foge da luta.
“Os cursos que a gente poderia fazer em 2011 praticamente não existiram. Nós estamos retomando agora com algumas parcerias: a panificação, o corte de cabelo, manicure e mais algumas coisas que devem acontecer no meio do ano de 2012. Nós vamos tentar pôr tudo em dia, não é fácil, mas a gente tem que tentar para ver o que dá para fazer. Não é inventar, a gente tem que ver se consegue fazer pelo menos alguma coisa”, avaliou o novo secretário.
Gilberto Filho chegou à Secretaria no inicio de 2010 como subsecretário e acompanhou de perto a tragédia ocorrida em janeiro de 2011. Segundo ele, foi o momento mais difícil, pois todo o planejamento de uma gestão foi desperdiçado. “O trabalho social é muito bem desenvolvido pela nossa equipe, pelos nossos técnicos, mas em 2011 aconteceu a chuva que veio atrapalhar todo o nosso serviço de assistência social e todos os nossos programas. Foi aí que começou toda a nossa luta. Você se vê no princípio do ano com um ‘problemaço’ que afetou todo mundo, mais de três mil famílias, com a questão de desabrigo e todos os tipos de problemas. Os nossos técnicos também com problemas, alguns com problemas de perda de entes e problemas de vizinhanças falecidas. 2011 foi um ano muito complicado”, esclarece Gilberto.
O novo secretário tem a consciência de que terá trabalho para arrumar a situação deixada pelo seu antecessor. Gilberto citou os programas da Pasta como o PET—Programa de Erradicação do Trabalho Infantil—que voltam a caminhar; o Bolsa Família e também a questão do Aluguel Social.
“Hoje a gente tem o PET funcionando, temos um convênio com a Campesina e estamos com 80 crianças aprendendo música. O Bolsa Família e o Aluguel Social estão sendo muito bem geridos pelo Márcio Schuler, que está empenhadíssimo junto ao governo do estado; o Bolsa Família, com o Bruno Sanches (coordenador), está indo muito bem também”, destacou Gilberto.
Questionado sobre as situações mais polêmicas, como no caso do abrigo montado no Sase de Olaria, o novo secretário não fugiu da pergunta e ressaltou que o problema não é só de ordem material, mas também há questão do lado sentimental das famílias que perderam tudo na tragédia.
“Já foram oferecidas, na época, outras moradias para o Aluguel Social, mas eles não quiseram sair porque foi feita uma promessa de que eles sairiam de lá com a casa própria, o que não aconteceu, e agora a gente tem que ver, porque está insalubre, o ambiente lá não da para ninguém morar, mas a gente está vendo isso com carinho. Tem gente que perdeu a família toda. Nós contemplamos com móveis e vamos contemplar com a casa, mas quando ele entrar na casa vai faltar alguém. O material a gente tem a obrigação de fazer o possível para atender, mas o sentimental é complicado”, destacou o secretário.
Gilberto destacou também que o trabalho pode ser muito melhor do que vem sendo feito até o momento, mas a falta de estrutura prejudica o trabalho, já que os Cras (Centro de Referência de Assistência Social), principais portas de entrada da secretaria, foram destruídos, o que centralizou todo o serviço.
“O Cras de Campo do Coelho ainda sobreviveu, mas o do Suspiro praticamente caiu, o de Olaria transformou-se em abrigo, e o de Conselheiro, que havia sido recuperado em dezembro [de 2010], pintado, todo bonitinho, entraram quase dois metros de água, quer dizer, nossos aparelhos de entrada na Secretaria de Assistência foram completamente prejudicados. Infelizmente a estrutura deixa a desejar. A gente precisaria de mais espaço para atender o público; a casa [secretaria] é grande, mas o espaço está muito pequeno para atender o pessoal com mais conforto”, ressaltou Gilberto.
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