O superintendente da Águas de Nova Friburgo, Christian Portugal, foi o entrevistado do programa Cidade Real, apresentado por Zury Maurer, nesta semana das comemorações do meio ambiente. Em pauta, as estações de tratamento de esgoto (ETEs) e as tarifas praticadas pela concessionária que, há três anos, administra os serviços de captação, produção e distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto sanitário em Nova Friburgo.
O país não tem muito a comemorar quando o assunto é saneamento, que está evoluindo, mas não com a velocidade que o governo gostaria, revelou Christian logo no início da entrevista. Segundo ele, o governo federal tem como meta levar água potável de qualidade e fazer o tratamento de esgoto para toda a população brasileira até 2020.
O superintendente da concessionária destacou, ainda, que qualquer cidadão pode consultar o Sistema Nacional de Informações Sanitárias (SNIS) e encontrar dados impressionantes como: apenas 51% da população brasileira tem algum tipo de serviço de esgotamento sanitário. O PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), que envolve pesados investimentos em saneamento, entre outros, não tem conseguido acelerar este ritmo de investimentos de forma satisfatória.
A média nacional de esgoto tratado está abaixo de 40%, disse Christian Portugal. Os dados deixam Nova Friburgo numa situação de destaque em obras de implementação do Sistema de Esgotamento Sanitário. A ETE Centro, que vai ser inaugurada ainda este semestre, vai tratar 35% de todo o esgoto gerado no município. Junto com a ETE Olaria, em funcionamento desde 2010, teremos 65% de esgoto tratado na cidade. Com a construção da ETE Conselheiro (ainda este ano), ETE Ponte da Saudade, ETE Córrego Dantas e ETE Cônego, a empresa prevê que mais de 90% do esgoto coletado receberá tratamento adequado até o fim de 2013. Serão construídos quarenta e sete quilômetros de interceptores e as seis ETEs tratarão juntas mais de um bilhão de litros de esgoto por mês.
AS TARIFAS PRATICADAS ESTÃO ABAIXO DA MÉDIA NACIONAl E DO ESTADO
O apresentador do Cidade Real, Zury Maurer, questionou o superintendente da Águas de Nova Friburgo sobre as tarifas cobradas pelo tratamento da água e do esgoto e, para explicar o valor, Christian Portugal comparou a tarifa mínima básica ou referencial praticada em Nova Friburgo, de R$ 1,83/m³, com a média das tarifas nacional e do estado, respectivamente R$2,12/m³ e R$ 2,15/m³. Daí conclui-se que as tarifas praticadas em Nova Friburgo estão 13,7% menor que a média nacional.
O superintendente complementou, ainda, que só este ano a concessionária vai investir vinte milhões de reais e, até o fim de 2013, totalizará mais de 80 milhões de reais em investimentos, o que coloca a cidade novamente em posição de destaque. O investimento anual da empresa por habitante é de R$ 111,95 e a média per capita nacional é de apenas R$ 44,89. A Águas de Nova Friburgo investe 149,4 % a mais em saneamento do que a média nacional.
INTERCEPTORES ÀS MARGENS DO RIO: UMA SOLUÇÃO CONSAGRADA
Outra questão que foi abordada no programa Cidade Real e sempre traz polêmica é a coleta dos esgotos através dos interceptores às margens do rio, o que foi defendido pelo superintendente como uma solução consagrada e utilizada em diversos municípios do Brasil e exterior, tais como Poços de Caldas, Cachoeiro de Itapemirim, Viçosa, Strasbourg e Bordure (França), e caracteriza uma forma rápida e eficiente de solucionar a questão do lançamento de esgoto não tratado na bacia do Rio Bengalas. A instalação dos interceptores é feita às margens do rio com auxílio de equipamentos tais como geradores e escavadeiras hidráulicas.
Christian Portugal aproveitou a oportunidade para lembrar que, tradicionalmente, em época de eleições municipais, muitos candidatos em Nova Friburgo fazem campanha contra as concessionárias e repassam informações incorretas sobre tarifas, o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário e prazos contratuais.
“As concessionárias anteriores tinham problemas na parte de saneamento e problemas contratuais. Quando nós entramos na concessão, em 2009, procuramos equacionar tudo isso. Foi feito um amplo trabalho da Fundação Getúlio Vargas na questão do valor da tarifa, do custo da concessionária, os investimentos que tinham que ser feitos para que pudéssemos praticar as tarifas que temos hoje e os reajustes no contrato. Tudo isso de maneira o mais transparente possível. A Fundação Getúlio Vargas foi indicada pela Agência Reguladora do Estado e fez este trabalho durante a transição do governo Saudade Braga para o governo Heródoto Bento de Mello”, explicou Christian Portugal.
O superintendente da Águas de Nova Friburgo recentemente encerrou o ciclo de palestras do Fórum Eco Serra, organizado pelo Sistema Firjan/Sebrae, com o objetivo de tratar de questões que envolvem o meio ambiente e antecipar as discussões que vão permear a Rio+20, de 13 a 22 de junho. Na ocasião, para uma plateia de estudantes no auditório do Senai, Christian Portugal explicou o funcionamento das ETEs e fez o mesmo alerta quanto às informações truncadas e maldosas de alguns candidatos.
“O Fórum Eco Serra foi direcionado aos empresários e estudantes, formadores de opinião que atendem bem às necessidades de divulgação e esclarecimento à população geral. Fazer campanha política falando mal das concessionárias é uma prática que foi utilizada com sucesso pelos candidatos do passado, principalmente pelo fato de a concessionária que nos antecedeu não ter conseguido realizar os investimentos que a população exigia. A realidade agora é diferente, nossa empresa vem cumprindo à risca todas as exigências do contrato de concessão e tem trabalhado em sintonia com a Prefeitura e todos os setores organizados da sociedade. Desta forma, conseguimos resgatar a credibilidade do saneamento em Nova Friburgo, principalmente após o desempenho heroico de nossos funcionários no restabelecimento do abastecimento após a catástrofe de 12/01/2011. Sinceramente, não acredito que os candidatos irão utilizar deste expediente para tentar obter votos, pois é grande a possibilidade que saiam no prejuízo com esta atitude. De qualquer maneira, estamos preparando uma forte campanha de mídia focada nos argumentos que estes políticos normalmente usam para atingir a empresa, com objetivo de evitar que nossos clientes sejam influenciados por discursos eleitoreiros que faltam com a verdade”, refletiu Christian Portugal.
E para encerrar o programa Cidade Real, o superintendente chamou a população para participar de uma campanha simples: Não jogue lixo nos rios.
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