Nas fotos de ontem e hoje, a busca pelo resgate da autoestima de Nova Friburgo

quinta-feira, 31 de maio de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Nas fotos de ontem e hoje, a busca pelo resgate da autoestima de Nova Friburgo
Nas fotos de ontem e hoje, a busca pelo resgate da autoestima de Nova Friburgo

Exposição de Osmar de Castro no Centro de Arte mostrará as belezas além das montanhas da cidade

Henrique Amorim

A partir de amanhã, 1º de junho, até o próximo dia 27, os apaixonados por Nova Friburgo poderão conferir no Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas 71, subsolo) as inúmeras belezas naturais e arquitetônicas do município—na mais nova mostra de Osmar de Castro, um especialista em registrar pelos mais variados ângulos toda a magia de Nova Friburgo. E olha que ele já reúne nada menos que 220 mil arquivos digitais de imagens friburguenses em seu rico e cobiçado acervo, valiosa fonte de pesquisa, memória e também nostalgia, de um município belo por natureza, desde os idos do século XIX. Na exposição “Nova Friburgo: hoje e ontem”, Castro reúne, com curadoria do Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama), aproximadamente 30 fotos, que irão ocupar as salas Nêgo, Villa-Lobos e Guignard.

Contudo, engana-se quem pensa que, ao se chegar à mostra, se deparará com murais de fotos em tamanhos normais. Ao invés, a exposição chamará atenção pela grandiosidade—não só do conteúdo, mas também do tamanho e do ineditismo. Todas as imagens poderão ser apreciadas permitindo viagens ao passado e aos inúmeros cartões-postais friburguenses em painéis de até dois metros de comprimento com 1,40 metro de largura e com revestimentos em chapas de madeira do tipo MDF. Verdadeiros pôsters com imagens em alta definição obtidas através de modernos recursos gráficos a cargo da empresa local de comunicação visual HN.

“Esta exposição é para impressionar e vai mudar conceitos. Temos uma beleza sem igual. Olhe, veja, pare. Fique alumbrado: é Nova Friburgo!”, diz o fundador do Gama, Júlio Cezar Seabra Cavalcanti, o Jaburu, um entusiasta da nova mostra de Castro. E Chico Figueiredo, presidente do Gama, completa: “Depois desta exposição, muita gente vai pensar antes de viajar pelo mundo em busca de belezas sem antes conhecer os encantos que Nova Friburgo tem. Essa exposição vai ajudar a levantar a autoestima de Nova Friburgo”, disse ele ao conferir com a reportagem de A VOZ DA SERRA alguns dos painéis já finalizados por Davidson, da HN. Depois da temporada no Centro de Arte, o Gama pretende levar a mostra para espaços públicos de Olaria e Conselheiro Paulino e ainda para a galeria do Teatro Municipal, no Suspiro.

Osmar de Castro reservou para a mostra olhares diferenciados de cenas comuns, mas que encantam pela singeleza, como a Praça Getúlio Vargas com destaque para a imponência de seus eucaliptos centenários, o casarão do antigo solar do Barão de Nova Friburgo, hoje sede da Oficina-Escola de Artes, mesclado ao bucolismo típico do interior com o romantismo de um casal de namorados num dos bancos da gigantesca praça. Castro também mostra uma visão diferente e completa do Cão Sentado com a rocha mãe que deu origem à pedra. E ainda a imponência do casarão do Anchieta com um novo ângulo; e a fachada do atual Instituto de Educação (Ienf), sem construções ao redor e charmoso por natureza, com uma das estátuas das quatro estações na atual Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Para os saudosistas, imagine mergulhar no simbolismo da Praça Getúlio Vargas no início do século XX com suas alamedas ainda de terra batida, as luminárias antigas, os casarios ao redor e a população com roupa de gala em passeios durante o dia. A maria-fumaça deslizando pela linha férrea que deu lugar a hoje movimentada e importante veia econômica local, a Avenida Alberto Braune. Tudo isso em tamanho gigante que até nos remete a um telão de cinema.

A mostra de Castro tem também passeio pelos casarões antigos, como o do extinto Hotel Engert, as margens do Bengalas no Centro com a ponte branca e visuais incríveis do meio rural com as imponentes montanhas e o verde exuberante que são marcas vivas de Nova Friburgo. E muito mais, que não iremos contar aqui para não estragar a surpresa. Quem for conferir, garantimos, vai se emocionar. Tudo aquilo que está sendo montado para brilhar a partir de amanhã é de tirar o fôlego mesmo. Pegando carona na fala do Jaburu, “É Nova Friburgo!”.

Osmar de Castro: “A melhor foto é a que ainda não foi feita”

Reunir o invejável acervo digital de fotografias de Nova Friburgo que Osmar de Castro possui é, sem dúvida, uma tarefa invejável. Toda essa dedicação pela fotografia e pelo resgate da memória local vem da infância quando ele começou a procurar fotos antigas da casa onde morou na atual Rua Sete de Setembro. Foi um encontro com o saudoso historiador Raphael Jaccoud que permitiu a Castro descobrir sua paixão pelo resgate de fotos antigas da cidade. A profissionalização foi algo que fluiu naturalmente, embora, modesto, Castro prefira ser definido como “amante de Nova Friburgo” e não fotógrafo.

Mas, ele se especializou no ramo, adquiriu equipamentos com recursos especiais e aliado as boas condições de luz e tempo, descortina uma Nova Friburgo de puro encanto toda vez que sai em busca de novos ângulos destas terras. Sempre com emoção aliada ao talento nato. Perguntado sobre a melhor foto já feita, ele sustenta: “A melhor foto é a que ainda não foi feita”. E lá vai o Castro (osmarcastro@hotmail.com) em meio ao urbano, a natureza, a escalada de montanhas e o leito dos rios na caça a melhor imagem. “Osmar de Castro é um artista”, define Jaburu.

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