No mês de junho vence mais um prazo para a extinção definitiva do uso indiscriminado das sacolas plásticas no comércio varejista—o que, na realidade, está muito longe de acontecer. Isto porque existe um enorme lucro por traz do uso dessas sacolas plásticas e uma cadeia produtiva muito extensa. O sindicato das indústrias do plástico derrubou a proibição do uso das sacolas plásticas nos supermercados na cidade de São Paulo com a argumentação de que seriam demitidos imediatamente seis mil trabalhadores; que o faturamento ultrapassa a ordem de R$ 1,2 bilhão por ano; e no caso especifico da cidade de São Paulo são distribuídas 2,4 bilhões de sacolas plásticas no comércio varejista por mês. Isto mesmo, imagine como é complexa toda esta dinâmica.
Direcionando o foco para a enorme cadeia produtiva do plástico, pode-se imaginar quantos milhões de reais e empregos estariam em jogo, sem contar como vai se frear uma indústria que utiliza o plástico para quase tudo que se é fabricado no mundo moderno, como peças para veículos, TVs, eletrodomésticos, utensílios domésticos e profissionais.
Voltando à realidade nua e crua, não há interesse dos órgãos públicos em alavancar campanhas publicitárias para redução do uso das sacolas plásticas. Isto, com certeza, vai ter que partir do próprio consumidor, pois é onde entra aquela história da formiguinha, levando aos poucos e continuadamente informação e conscientização para a população em geral, para que não façam uso das sacolas plásticas e carreguem sempre uma sacola reutilizável. E com o passar dos anos poderemos mudar esta cultura.
O uso das sacolas reutilizáveis encontra dificuldades pela falta de interesse da cadeia produtiva e também pelo alto custo de uma campanha publicitária. Não obstante esta situação, algumas entidades institucionais estão fechando parcerias com grandes grupos do comércio varejistas para transformarem o uso das sacolas reutilizáveis de boa qualidade em divulgação de marketing próprio e institucional empresarial de médio e longo prazo, assim podendo haver retorno—e, em muitos casos, fazendo com que o próprio consumidor pague por esta divulgação. Em suma, o consumidor é que vai acabar ficando com o ônus do custo desta tão propalada mudança de hábito e cultura; é o consumidor que vai ter que meter a mão no bolso.
O Projeto Florestar & Cia. tem como principio lógico e objetivo conscientizar, em suas visitas às escolas, crianças e jovens a não usar sacolas plásticas para que, como formadores de opinião, consigam sensibilizar seus familiares.
O coordenador do Projeto Florestar & Cia, Luiz Latour, também explica que a questão das sacolas plásticas passa por um processo seletivo próprio, involuntário, imposto por quem recebe estas sacolas plásticas, que é o uso para acondicionar o lixo, prática que já está na cultura doméstica há algumas décadas. Por causa deste uso, por conta da quantidade existente e por ser bastante lesivo ao meio ambiente, contribui, em muito, para entupimentos de bueiros e galeria de águas pluviais.
Como ação pontual, Luiz Latour enaltece a ação individual de um gerente de supermercado que começou há alguns meses a usar caixas de papelão para entregas de compras nas residências, tendo observado a economia de 50 mil unidades destas sacolas plásticas por mês. “A ação de um único gerente de uma única unidade varejista é sim pontual e de extrema importância porque através deste ato individual outros o seguiram. E isso é positivo.”
O coordenador do Projeto Florestar & Cia agradece a todas as empresas privadas que ajudam nas atividades de conscientização pública, empresarial e escolar, com isso fazendo movimentar o terceiro setor em prol de cuidados e conceitos de preservação do meio ambiente, em especial a EBMA, Stam, Tuti-Fruti, A VOZ DA SERRA e todos os meios de comunicação que se engajam nas ações pertinentes à preservação do meio ambiente. “Um conceito lógico, objetivo e muito simples, também pontual, é a prática de passar a usar sacolas reutilizáveis, mesmo que tenha que pagar por elas. Faz sim uma diferença enorme porque iremos multiplicar por milhões. Fique atento e não espere por ações mais concretas que não seja a sua própria”, finaliza Luiz Latour.
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