(Assessoria de imprensa do Friburguense) - No mês de abril de 2011, o celular de Gerson Rodrigues Andreotti tocou. Era um convite arriscado, para um projeto audacioso e que significaria um grande desafio para a carreira do treinador. Andreotti prontamente aceitou e, dias depois, foi a Bangu assistir a um jogo contra o Ceres. Em 28 de abril assumiu oficialmente o comando do Friburguense. Um ano depois, o ex-jogador de Fluminense e Atlético-PR comemora a conquista de mais alguns objetivos traçados em sua nova vida profissional. O acesso à elite carioca, a vaga na série D nacional e a oitava melhor campanha no carioca 2012 ilustram o sucesso de Gerson Andreotti no Frizão.
Sentado em um de seus locais de trabalho, o banco de reservas, concedeu entrevista com a mesma serenidade e educação que conquistaram os diretores, jogadores e torcedores. Adaptado a Nova Friburgo, diz estar empolgado com o projeto tricolor, a ponto de recusar propostas de outros clubes do país. Andreotti encontra-se motivado para levar o Friburguense à terceira divisão nacional e sonha mais alto. Em cinco anos, quer ver o clube entre os maiores do Brasil.
No dia 28 de abril, você assistiu a Friburguense x Teresópolis no Eduardo Guinle. Este foi o primeiro jogo de fato acertado como novo treinador da equipe. O que o levou a aceitar o desafio de dirigir o Frizão?
GÉRSON ANDREOTTI: Antes eu havia assistido aquele jogo contra o Ceres, no qual o Friburguense venceu por 3x1. Eu aceitei o desafio pautado numa estrutura que o Friburguense criou ao longo de um certo tempo. Fora daqui tive a oportunidade de trabalhar com outros atletas como Sergio Gomes, Leomir, Cadão, Bidu e outros que já não estão mais aqui. Através deles e do próprio Alexandre (supervisor de futebol), nosso companheiro de clube, surgiu essa indicação. Eu me senti muito fortalecido com a proposta de trabalho numa segunda divisão difícil de se conquistar. Mas eu tinha esse respaldo do grupo, por já ter essa identidade com eles. Você chegar num grupo com tudo mais ou menos preparado é altamente positivo. Realmente nós fomos felizes. Tive essa facilidade de ter aceitação na totalidade do grupo. Foi muito para mim, para eles, para o Friburguense, enfim, para todos nós.
A respeito da série B: deixar o título escapar teve um gosto amargo ou isso foi superado pela sensação de dever cumprido?
Andreotti: Ficou sim. A gente não gosta de dizer, mas pela construção da equipe, pelo que ela fez, nós tínhamos tudo para conquistar o título da segunda divisão. Foi a melhor equipe indiscutivelmente, mas nem sempre o melhor ganha. Nós vimos o Barcelona agora na Champions League. Era, sem dúvidas, a melhor equipe e não foi campeã. Mas a gente conquistou o direito de estar na primeira divisão em 2012, que a gente queria tanto e era o objetivo. Mas valeu e, na sequência, veio a Copa Rio. Fomos à final novamente, do qual nós vamos iniciar a série D agora em função daquela situação. Sentimos tanto de não ganhar o título, mas tínhamos a certeza de que a Copa do Brasil era um tiro curto. E a série D é um projeto, onde de repente se galga uma série C, série B e até uma série A. Todo mundo está crucificando tanto os estaduais e temos que ter o respaldo de disputar campeonatos nacionais.
Depois da série B e da Copa Rio veio a disputa da série A, que era o grande objetivo. Qual a avaliação feita?
Andreotti: Fizemos grandes jogos. Nós fizemos um primeiro turno muito bom em nível de pontuação. Uma vitória contra o Duque de Caxias aqui e estaríamos nas semifinais. E na segunda fase a gente fica se cobrando para tentar saber por que não foi igual à primeira fase. O número de jogos fora, nove no total, tirou um pouco a possibilidade do Friburguense brigar com mais contundência pela semifinal. Se você analisar de 2011 para 2012, fizemos uma média de 70 jogos e perdemos apenas duas em casa. Nesse ponto de vista, analisamos que pode ter sido isso. Mas fizemos bons jogos fora também, e um segundo turno razoável. Não foi tão bom quanto o primeiro, mas nos deixou numa situação tranquila. Faltavam quatro rodadas pra terminar e estamos tranquilos em nível de rebaixamento. E assistimos equipes que investiram muito, seis delas brigando contra a queda. Essa tranquilidade nós tivemos no segundo turno.
A oitava colocação, então, ficou de bom tamanho, visto que o Friburguense era tido como um dos candidatos ao rebaixamento?
Andreotti: Exatamente. No nosso primeiro jogo, contra o Fluminense, fomos muito mal. No Rio de Janeiro, ouvi amigos meus do futebol, treinadores, empresários e comentaristas questionando que não tínhamos contratado. Mas eu e o Siqueira estávamos certos de que tinha sido um “acorda” para a gente. Nós até fizemos uma reunião com o grupo naquela semana. Porque sabíamos da qualidade deles, ninguém desaprende a jogar de um dia para o outro. Pela união, harmonia, identidade que temos, não poderíamos crucificar uma equipe que vinha jogando um ano de certa forma e bem. Tínhamos a certeza que a coisa iria dar certo. Foi bom porque a mídia, a opinião pública cedeu àquilo que a gente tinha pensado e foi altamente positivo.
O Friburguense conseguiu o acesso, a vaga na série D e a oitava melhor campanha no carioca. Pode se dizer que todos os objetivos foram alcançados até o momento?
Andreotti: A gente, quando vem para uma equipe, pensa no melhor. Sonhava em chegar às finais do campeonato carioca. Mas a coisa não aconteceu. Eu tenho comigo a perseverança. Acho que a perseverança é a lei do sucesso. Temos que continuar acreditando. Às vezes não vem numa situação e você aprende com isso. Onde foi que deixamos de fazer alguma coisa que poderia ter sido melhor. Em cima disso a gente vai galgando situações melhores, e oportunidades para que conquistar os objetivos.
Quando que o Gerson poderá dizer que cumpriu a missão à frente do Friburguense?
Andreotti: Não posso dizer quando isso vai acontecer. A gente não sabe o dia de amanhã. O Friburguense tem os seus sonhos, eu também tenho os meus e são os melhores possíveis. Quero viver o dia a dia. No futebol você faz o projeto, mas é o dia a dia que conta. Temos que viver jogo a jogo, campeonato a campeonato. O importante é a intensidade, a forma que você pensa. Fazer o grupo entender o que é importante para ele. Às vezes eu saio, um jogador sai, mas o trabalho continua. Aí você vê o grupo de atletas evoluir, o clube evoluir e todos conquistando os seus sonhos e objetivos. Não sei quando isso vai acontecer, mas que quero ver, num futuro bem próximo, esses jogadores em time grande e saber que eu contribuí pra isso também.
Como imagina o Friburguense no futuro, daqui a cinco anos, por exemplo?
Andreotti: Eu imagino o Friburguense numa série A do carioca e numa série A do Brasileiro. Você observa times de São Paulo, como a Ponte Preta e o Guarani, brigando pelo título paulista. Isso é fundamental. Vivi muitos anos em São Paulo, comecei minha carreira no Paulista de Jundiaí como treinador, atuei em outros clubes de São Paulo e sei o quanto é difícil lá. Não vejo a forma como a gente trabalha aqui muito longe da deles. Devemos traçar uma meta, os órgãos do município ajudarem. Isso é importante. Mas, independentemente, temos projeto aqui. As coisas estão acontecendo e vão acontecer sim. Espero ver o Friburguense o melhor possível.
Governo municipal apoia o Fighting Way Championship
(Secom) Entre os dias 11 e 13, próximo ao aniversário de Nova Friburgo, será realizado na Praça Dermeval Barbosa Moreira o campeonato entre academias de luta de Nova Friburgo—Fighting Way Championship. Aberto ao público, o evento conta com apoio do governo municipal e será realizado pela Nova SGM Intermediações e Serviços Ltda. Serão mais de cem atletas de várias academias da cidade e os organizadores esperam um público de cinco mil pessoas.
A ideia de popularizar o esporte de combate e desmistificar a visão das pessoas a respeito do esporte de luta fez com que os organizadores optassem por realizar o campeonato em local público. O ringue será montado no meio da praça, com as dimensões de 49 m², suspenso um metro do chão.
O Fighting Way Championship terá como homenageado o friburguense Edson Barboza Jr., que empresta seu nome ao troféu. A Nova SGM, que incentiva os atletas amadores, solicita aos espectadores que levem algum tipo de alimento não perecível, cujo montante será doado a instituições beneficentes de Nova Friburgo. O evento foi homologado pela Confederação Brasileira de Muay Thai e Kickboxing e é filiado à Federação Interestadual de Kickboxing e Artes Marciais.
De acordo com o secretário municipal de Esportes, Renato Satyro, o FWC faz parte de um conjunto de eventos em comemoração pelo aniversário da cidade, que completa 194 anos em 16 de maio. Além dele, apoiaremos uma corrida de Downhill, uma minimaratona ecológica, o início dos jogos intercolegiais e do campeonato de futebol amador em Olaria, no antigo campo do serrano. O município também participará das finais do JAI, com o basquete, e pela primeira vez participará da copa de futsal da InterTV, através de apoio da Prefeitura e de um time.
“Não se pode restringir a atuação do governo municipal somente a produções de eventos próprios. A Secretaria Municipal de Esporte tem o objetivo de dar apoio a todas as empresas e empreendedores desportivos. Para o FWC, mobilizaremos o local (a Praça Dermeval), ambulância e equipe médica (parceria com a Fundação de Saúde), apoio da Autran e Guarda Municipal. O prefeito Serginho sempre nos determina para darmos atenção a todas essas pessoas que produzem eventos esportivos, mas sem falsas promessas. Apenas que atendamos a todos na medida do possível”, afirma Renato.
Deixe o seu comentário