“O Arquivo e a Cidade” – Uma História de amor e compromisso –

segunda-feira, 30 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra
“O Arquivo e a Cidade” – Uma História de amor e compromisso –
“O Arquivo e a Cidade” – Uma História de amor e compromisso –

O 194º aniversário de nossa cidade se aproxima. Encurta-se, portanto, o tempo que nos separa dos duzentos anos. Apenas seis. Tempo que passa rápido, quase num estalar de dedos, e tanto ainda por fazer! Por mais que os trabalhos de digitalização avancem, ainda resta a outra metade do acervo. Um desafio para os seis últimos anos que estão à frente. Bem, por ora, vamos deixar o trabalho de lado, pois o momento é de comemoração.

Então, 16 de maio está chegando! A Fundação D. João VI, põe o bloco na rua com o tema “O Arquivo e a Cidade”, exposição que estreia no Centro de Arte no dia 4 de maio. Isso mesmo, o Pró-Memória, pela primeira vez, desfila para dizer a todos o quão importante se tornou. Um patrimônio valioso, construído por muitos, lenta e imperceptivelmente. Desde os tempos do Eldoradinho, ainda quando era menino e cabia em alguns poucos metros quadrados; depois, já adolescente, um pouco mais crescido, de espírito aventureiro, vagou por outras bandas, de um lado para o outro, em busca de ar fresco, de identidade, de respeito, sempre acompanhado de perto por sua tutora e mestre. E foi através dela que chegaram os primeiros ensinamentos. Passado a adolescência, época sabidamente difícil, já um rapazinho ajuizado, entra para a universidade e vai estudar em um prédio com instalações modernas onde ganhará status de arquivo. Inevitavelmente vai crescendo, uma doação aqui outra mais adiante, contribuições friburguenses de todo o tipo, uma foto de família, um caderno dos tempos de colégio, um simples cartão-postal com dedicatória, doações recheadas de carinho e de cuidados. Incansável, ao seu lado, permanecia ela, sempre vigilante, ensinando como se faz para crescer sadio, corrigindo erros e repetindo a lição quantas vezes fosse preciso. E assim foi a sua formação acadêmica, por longos onze anos, até a formatura, em 2009.

Já diplomado, os novos tempos sinalizavam o futuro promissor. Respeitado, como deve ser todo arquivo documental que guarda a História de uma cidade, foi residir em uma fundação, instituição pública, assim como ele próprio.

Todavia, era preciso mais, era preciso uma especialização, a tão sonhada “pós”, pois só assim conquistaria a credibilidade necessária para prosseguir em sua missão. Tão certo como decorre a vida, aprendera ele, um dia terá de caminhar sozinho. Jornada longa, através de um tempo que vaza gerações, que se multiplica continuamente, muito além do nosso próprio tempo, e parece não ter fim.

Dessa forma, se assim é, como garantir a continuidade e a permanência por tanto tempo? Posta a questão, eis a sua Tese de Doutorado. Trabalho que hoje está em curso e cujo fim se vislumbra próximo. Terminado, será ele Doutor, formado com louvor, esperamos! Poderemos, enfim, confiar a ele o nosso maior tesouro, o acervo de nossas lembranças, de nossas Histórias de vida. Estará ele protegido por uma instituição que deverá se tão querida quanto ele próprio, o seu oposto, visto que a segurança de um é o outro. Assim, atrelados, estarão prontos para seguir adiante.

Mas, por ora, ficará o nosso Pró-Memória, garboso como ele só, instalado no Centro de Arte, no decorrer de todo o mês de maio, aguardando a sua visita. Vá conferir!

Nelson A. Bohrer (Guguti)

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