A Universidade Candido Mendes realizou na segunda-feira, 16, em sua sede, no centro da cidade do Rio de Janeiro, no Teatro João Theotonio, aula magna proferida pelo ministro secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Estiveram presentes todos os diretores e pró-reitores da Ucam, e o reitor, o professor Cândido Mendes.
O professor Cândido Mendes destacou o aniversário da instituição, em junho deste ano. “Estamos dando início às comemorações dos 110 anos da Universidade Candido Mendes e é com muita alegria que recebemos em nossa casa o ministro Gilberto Carvalho, uma amizade que devo graças ao meu irmão, Dom Luciano Mendes”, disse.
O reitor fez uma breve apresentação do convidado: “Ele é formado em Filosofia e em Teologia, e luta pela presença da fé dentro do cotidiano das pessoas. É secretário-geral da pastoral operária nacional e dentro da organização da sociedade civil já mobilizou mais de sete milhões de pessoas, no que é o crescimento desta democracia profunda hoje do país. Sua preocupação principal é a participação social nas políticas públicas e essa interface entre o social e o estatal. O ministro está com toda a força e o mais importante, está trazendo a sociedade para a participação social e prezando por uma justiça ambiental”, apresentou Cândido.
O ministro Gilberto Carvalho procurou, ao longo de sua fala, evidenciar a importância da sociedade na esfera pública e política. Para ele, as manifestações da população são reivindicações legítimas e que pressionam o governo a tomar decisões mais rapidamente. “O tema que vamos conversar hoje é exatamente a problemática questão da construção da democracia e a participação social. A pergunta que nós trazemos é sobre a importância que a cidadania exerce hoje na construção de nossa nação e qual a possibilidade de um papel efetivo, influente e eficaz da participação na verdadeira condução dos destinos do Brasil e na formação de nossa sociedade. É possível, de fato, um papel decisivo das organizações sociais? Ou trata-se apenas de um processo de concessões que os governos fazem à participação, ou se trata de uma dificuldade de uma imperialidade dos governos aos clamores e a participação social?”, indagou o ministro.
E seguiu com um breve histórico sobre a participação da sociedade na política. Segundo ele, isto não é algo novo, “vem desde o descobrimento do Brasil”. Ele destacou ainda os instrumentos que permitem a interação entre sociedade e estado. “A criação de conselhos (da criança, do adolescente), a democracia participativa, a democracia representativa, as mesas de diálogo, o voto, o plebiscito, são de extrema importância para qualquer nação.” Para ele, ainda existe a necessidade de se intensificar a participação social no Brasil, pois existe, por parte do governo, uma miopia com relação aos problemas sociais. “A participação social traz, necessariamente, o interesse das maiorias. Nesse sentido, devemos colocar a luz sob as sombras, com o objetivo de processos transparentes no combate à corrupção. Deve-se haver uma vigilância em todos os setores, pois a corrupção é algo que não é exclusivo do setor político. Desta forma, os movimentos sociais não perdem a sua força e vamos de encontro no melhor caminho: a democracia”, disse.
Gilberto Carvalho também falou sobre a influência positiva da internet na ação da população. “As redes sociais são extremamente importantes. Elas massificam a fala para a consequente mobilização e conscientização das pessoas em todas as esferas”, finalizou.
Presentes ao evento, o pró-reitor de expansão, professor Alexandre Gazé, o diretor do campus de Nova Friburgo, Roosevelt Concy, e o diretor financeiro da Universidade, Nilson Alves da Costa Junior. O ministro permaneceu durante a tarde na universidade, quando foi homenageado pelo reitor Cândido Mendes e sua equipe, para prestigiar a abertura das comemorações aos 110 anos da instituição.
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