Após passar pelas cidades de Silva Jardim, Macaé e Miracema, em 2011, o Circo Volante chega, nesta sexta-feira, 13 de abril, em Cantagalo. A lona itinerante permanecerá na cidade até o dia 22 de abril. Durante este período, serão realizadas oito apresentações de três espetáculos diferentes, criados por três companhias da cena circense contemporânea: “Passos”, da Companhia Crescer e Viver de Circo; “Intermezzo”, do Teatro de Anônimo e “No Pocket—Um espetáculo que Cabe no Bolso”, do Coletivo Nopok. Os ingressos serão vendidos a preços populares, R$ 6 a inteira e R$ 3 a meia-entrada. A lona está montada na Rua Manoel Pinto Vilela s/n, Parque das Árvores.
A recém-criada Secretaria Municipal de Cultura de Cantagalo recebeu de braços abertos o Circo Volante, dando todo o suporte para a execução do projeto. O ex-secretário municipal de Cultura e, atualmente, assessor de Cultura, Rafael Carvalhaes, aponta a importância de iniciativas como esta, que democratizam o acesso à cultura para cidades interioranas. “Desde a minha infância não recebemos a visita de um circo na cidade. Acho ótima a iniciativa para que as pessoas possam ter acesso à cultura e se estimulem a fazê-la. Através da Secretaria de Cultura, estamos buscando outras possibilidades similares por meio de parcerias com a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e organizações não governamentais”, comenta. Além dos espetáculos, o Circo Volante receberá grupos locais para se apresentarem e participarem de interações estéticas com as companhias artísticas.
O Circo Volante é um projeto da Secretaria Estadual de Cultura que, com patrocínio da Petrobras e a realização do Crescer e Viver, visa resgatar e fortalecer a tradição da itinerância das lonas de circo como espaço de difusão da produção criativa das artes circenses, como linguagem e forma de organização de espetáculos acessíveis a diferentes públicos e classes sociais, bem como de interação estética e intercâmbio de linguagens e manifestações da cultura fluminense. Ao todo, oito cidades fluminenses receberão a lona. Em 2011, três cidades foram contempladas: Silva Jardim, Macaé e Miracema. Em 2012, mais cinco serão visitadas. Além de Cantagalo, já estão marcadas apresentações para as cidades de São Gonçalo (região metropolitana do Rio de Janeiro) e Duque de Caxias (Baixada Fluminense). Cerca de 50% dos ingressos são distribuídos gratuitamente para escolas públicas, pontos de cultura e organizações assistenciais em articulação com as prefeituras locais.
Os espetáculos
Passos (Cia. Crescer e Viver de Circo)—13 a 15 de abril (sexta, às 20h; sábado, às 17h e às 20h; e domingo, às 18h
Uma cigana, um andarilho, um sonhador, um fugitivo, uma exilada, um estudioso, uma apaixonada e uma insatisfeita são as personagens que, “passo a passo”, viajam no universo imaginário do circo. Sem preocupações ou objetivos de chegar em algum lugar, eles valorizam os caminhos e a busca, que significam os seus percursos. “Passos” é a representação estética das diversas etapas, oportunidades, escolhas, encontros e desencontros, relacionamentos, ciclos que começam e terminam para recomeçar em seguida, que dão forma à vida como um lugar de passagem. Quarta grande montagem da companhia circense do Crescer e Viver, “Passos” tem direção de Cláudio Baltar e se destaca pelas personagens que caminham simultaneamente em diferentes planos, se deslocando em metamorfose e estabelecendo relações com aparelhos singulares e movimentações coreográficas inspiradas na obra do artista holandês Escher.
No Pocket (Coletivo Nopok)—19 a 20 de abril (quinta e sexta-feira, às 20h)
“No Pocket—um espetáculo para todos os bolsos” é um espetáculo de circo que utiliza as “charlas” clássicas, a música, a dança e a comédia física na criação de “gags” e cenas cômicas. O espetáculo é uma sucessão de números que exploram o virtuosismo técnico acompanhado por música ao vivo. O fio condutor da dramaturgia é a relação direta dos artistas com o público, sendo este um importante elemento no jogo estabelecido. Foi concebido não para ser fechado e sim para se moldar a cada apresentação, sendo aberto ao improviso. A relação intensa com a plateia fornece vida ao espetáculo. O público torna-se mais um “ator” em cena.
Intermezzo (Teatro de Anônimo)—21 a 22 de abril (sábado, às 20h, e domingo, às 18h)
A partir do seu repertório de espetáculos, o Teatro de Anônimo criou Intermezzo, um espetáculo modular polifacético, apropriado para todos os públicos e para as mais diversas ocasiões. Intermezzo é um espetáculo que tem como base a estrutura dramatúrgica clássica dos espetáculos de circo baseados na variedade, na grande eloquência e na relação de jogo empático com o espectador. Intermezzo explora, principalmente, a linguagem da comicidade, utilizando técnicas como magia, dança, equilibrismo e acrobacias aéreas, tais como trapézio, lira, tecido, etc. Este bricabraque só é possível, porque os palhaços/atores do Teatro de Anônimo foram forjados sob uma prática onde o jogo é a técnica fundamental do ator e a improvisação é compreendida com uma possibilidade aberta entre dois pontos fixos e devidamente elaborados.
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