Dalva Ventura
Convenhamos. Um único dia da semana para a realização do teste do pezinho em todos os recém-nascidos da cidade é pouco, muito pouco. Inevitavelmente, formam-se longas filas de espera e a demora pode chegar a três, quatro horas. O desconforto e a demora são exasperantes, quanto mais para mães recém-operadas, muitas ainda com pontos cirúrgicos e bebês com dias de vida.
Não deu outra. Denúncias começaram a pipocar aqui em A VOZ DA SERRA, um canal cada vez mais usado pela população para se queixar e cobrar soluções para seus problemas. Procurada pela reportagem, a direção da Apae reconheceu o problema e afirmou que o serviço deve ser normalizado com a ampliação dos dias de atendimento. Segundo a presidente da Apae, Maria das Dores Mello Pacheco, a Dorinha, a partir da semana que vem o teste passará a ser realizado às terças-feiras, de 12h às 13h30 e às quintas-feiras, de 9h às 10h30. No entanto, até a tarde de sexta-feira, 23, as atendentes ainda não haviam sido informadas da mudança.
Tomara que aconteça. Fazer o teste do pezinho em Nova Friburgo sempre foi um tanto problemática, independente de a mãe optar por fazer o mesmo na própria Apae ou nos postos de saúde do Suspiro como no de Olaria, onde os mesmos também eram realizados. Há cerca de dois meses, porém, a coisa ficou ainda mais problemática, pois a direção da Apae decidiu concentrar todos os exames em sua sede, até porque 70% dos mesmos já eram realizados lá.
Segundo Flávio Mello, a inclusão do chamado “Teste da Orelhinha”, que avalia a acuidade auditiva dos bebês, também passou a ser feita no mesmo dia do Teste do Pezinho, o que contribuiu para aumentar ainda mais o tempo de espera. A direção da Apae reconhece que não estava preparada para receber um acúmulo tão grande de bebês.
Além da ampliação dos dias de atendimento, a instituição prometeu melhorar o espaço onde mães e filhos aguardam a realização do teste, o que também motivava muitas queixas da população.
A Apae executa o Teste do Pezinho há cerca de 25 anos, em parceria com a Fundação Municipal de Saúde. O médico responsável pelo atendimento é o pediatra Gerson Bush. Já o Teste da Orelhinha, oferecido no mesmo dia, é realizado pela fonoaudióloga Raiane Almeida. O atendimento é feito por ordem de chegada, com a distribuição de senhas, mas segundo a Apae, todos os bebês—uma média de 30 e 40 por dia—são atendidos.
Não sem razão, quem pode pagar, acaba optando por fazer ambos os testes em clínicas particulares, cujo custo pode variar de R$ 30, (o mesmo realizado na Apae) a R$ 180, o teste ampliado, que diagnostica uma quantidade bem maior de doenças.
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