A técnica do plantio direto foi o tema do dia de campo organizado pelo núcleo da Embrapa Agrobiologia em Nova Friburgo, no último dia 15 de fevereiro, na localidade Fazenda Rio Grande, na microbacia Barracão dos Mendes. O objetivo do evento, realizado em parceria com a Pesagro-Rio e a Emater-Rio, foi disseminar esta prática agrícola sustentável, incentivada pelo Rio Rural, que dispensa o revolvimento desnecessário do solo no momento do plantio.
Na primeira parte da atividade, o engenheiro agrônomo da Embrapa Hortaliças, Nuno Rodrigo Madeira, especialista em Fitotecnia e Olericultura, falou sobre o conceito de plantio direto, suas principais características e as vantagens para o produtor. A técnica foi introduzida na região pela Pesagro-Rio, responsável pelas ações de pesquisa do Rio Rural. Em seguida, o grupo visitou a propriedade do agricultor Osmar Fernandes Domingues, que produz couve-flor, tomate e abobrinha apenas com plantio direto. Ali foi possível demonstrar, na prática, os benefícios do revolvimento mínimo do solo, da rotação de culturas e da manutenção da palhada na superfície do plantio.
O evento reuniu moradores da localidade; técnicos executores do Rio Rural; pesquisadores da Pesagro-Rio e extensionistas da Emater-Rio em Nova Friburgo, Teresópolis e Santa Maria Madalena; membros do Comitê Gestor da Microbacia (Cogem) do Alto Imbé, de Santa Maria Madalena; e um grupo de estudiosos da Embrapa Hortaliças.
De acordo com a responsável pelo núcleo de Pesquisa Participativa do Rio Rural na Região Serrana, Maria Fernanda Fonseca, da Pesagro-Rio, a disseminação do plantio direto contribui para a pesquisa sobre recuperação de áreas degradadas (RAD), que está sendo desenvolvida na mesma microbacia pelo Rio Rural, em parceria com a Pesagro-Rio, Emater-Rio, Embrapa e Prefeitura de Nova Friburgo. “A ideia é mostrar os benefícios dessa técnica numa área já trabalhada, para que eles também mantenham o solo protegido”, disse a pesquisadora, que ressaltou ainda a importância do evento para fortalecer a Rede de Pesquisa que está sendo articulada pelo Rio Rural, com as instituições parceiras.
A agricultora Maria da Conceição Godinho Silva viajou quase cem quilômetros para participar do evento. Ela é produtora de cenoura na microbacia Alto Imbé, em Santa Maria Madalena. “Foi muito importante essa atividade, pois não conhecia a técnica. Quero colocar em prática em um pequeno pedaço de terra para, posteriormente ampliar”, explicou.
Na terceira e última parte do evento, foi apresentada a pesquisa participativa (UPP) sobre recuperação de áreas degradadas. De acordo com o consultor do Rio Rural, Tiago Andrade, o projeto consiste em restabelecer a vegetação, através de um sistema agroflorestal, em uma encosta que sofreu desbarrancamento por conta da forte chuva de janeiro do ano passado. Foram introduzidas algumas espécies de leguminosas e, futuramente, serão inseridas outras culturas perenes. Através do uso de paliçadas, está sendo possível conter a erosão daquela área, retendo sedimentos. A pesquisa está sendo coordenada pelo pesquisador da Embrapa, Aluísio Granato.
Também participaram do dia de campo o engenheiro agrônomo do núcleo da Embrapa Agrobiologia em Nova Friburgo, Renato Linhares de Assis; o pesquisador responsável pelo núcleo de Pesquisa Participativa do Rio Rural, Luiz Antônio Antunes de Oliveira; o chefe do Centro Estadual de Pesquisa em Horticultura da Pesagro-Rio, Márcio Pimentel; e o assessor técnico regional do Rio Rural, Marcos Belo; o supervisor do escritório local da Emater-Rio em Teresópolis, João Francisco Soares; e os extensionistas Ocimar Teixeira e Rafael Pereira.
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