A vitória e as incertezas dos moradores de Riograndina

sexta-feira, 23 de março de 2012
por Jornal A Voz da Serra
A vitória e as incertezas dos  moradores de Riograndina
A vitória e as incertezas dos moradores de Riograndina

Eloir Perdigão

Os moradores dos loteamentos Maringá, Vilares, Pinheiros e Progresso, em Riograndina, por um lado têm motivos para comemorar. Além da recuperação da estrada RJ-148 (Nova Friburgo-Sumidouro, que passa pelo distrito) desfrutam há um mês de uma quadra coberta, um sonho realizado. Por outro lado lamentam uma situação que se arrasta há cinco anos: as casas do Loteamento Progresso, evacuadas após as chuvas de 2007, ainda não demolidas, colocando em risco as pessoas, principalmente crianças.

A QUADRA COBERTA - Os quatro loteamentos, com uma população de 3.500 pessoas, têm uma associação de moradores presidida por Luiz Carlos Carvalho, que empreendeu uma verdadeira luta para que a quadra fosse conquistada junto ao vereador Roberto Wermelinger e ao ex-deputado Fernando Lopes. Quem ganhou foram os moradores de Riograndina, principalmente os jovens.

Cem crianças estão matriculadas na escolinha de futsal. Praticam esse esporte todos os dias, inclusive sábados e domingos. As segundas-feiras são reservadas aos amantes do basquete. As atividades são realizadas após as 18h nos dias úteis, com apoio de um funcionário da Prefeitura, através de parceria, que inclui também o pagamento das contas de água e luz. Aos sábados e domingos o próprio Luiz Carlos coordena as atividades.

A quadra foi inaugurada há 30 dias com a presença do prefeito Sérgio Xavier, do secretário municipal de Esportes, Renato Satyro, do vereador Roberto Wermelinger, entre outros convidados. Não tem as dimensões oficiais porque o terreno não permitiu, mas dispõe de boa estrutura, iluminação, vestiários e até um lance de arquibancada, também coberto. Houve quem duvidasse da realização desse sonho. “Eu mostrei o projeto para alguns jovens que disseram: você vai ver galinha nascer dente e não vai ver isso sair do papel. Na hora fiquei triste, mas depois pedi a Deus que não me deixasse passar vergonha. Quatro meses depois veio a notícia numa reunião da associação, em que o Roberto informou que na semana seguinte a companhia já estaria aqui. Para nós foi uma vitória”, salienta Luiz Carlos.

A obra da quadra coberta ficou pronta em seis meses. Ficou muito boa e a comunidade está aproveitando o novo espaço para práticas esportivas. “Foi uma conquista da associação em dois anos de luta. Eu não desisti porque sabia que um dia Deus iria abrir as portas para nós”, diz o presidente, feliz.

A quadra coberta também serve a eventos, inclusive religiosos, como ocorrido há 15 dias, da Comunidade Cristã de Olaria. É pensamento de Luiz Carlos ceder o espaço também para casamentos e aniversários dos moradores. A taxa cobrada será simbólica, ainda a ser definida em reunião da associação, para compra de materiais de consumo.

Anexo à quadra foi construída uma sala para a associação de moradores local. Até então as reuniões eram realizadas na casa do presidente. Agora faltam os móveis e quem puder colaborar que se apresente.

INCERTEZAS HÁ CINCO ANOS – Mas nem tudo são flores nos quatro loteamentos de Riograndina. As consequências das chuvas são vividas pelos moradores há cinco anos. Em 2007 o Loteamento Progresso foi assolado pelas fortes chuvas de então, afetando a maioria das casas, que literalmente afundaram no solo. Algumas pessoas receberam outras casas, se mudaram, e o que restou das construções continuam do mesmo jeito, juntando mato e cobras, um aspecto feio de se ver.

Nenhuma dessas casas pode ser aproveitada. A demolição é a solução. E os riscos são grandes, principalmente para crianças, que se valem das lajes para soltar pipas. “Vai acabar aquilo ali matando uma criança. Depois vai ser tarde. Os pais vão acabar culpando a associação dizendo que ela não fez nada. Nós estamos reivindicando isto não é de hoje ao poder público e até agora não fomos atendidos”, afirma Luiz Carlos.

OUTRAS REIVINDICAÇÕES – Os moradores de Riograndina clamam pelo funcionamento da torre de celulares, construída há oito meses, no entanto, sem operação. Em Riograndina celular só serve para jogos e música. Ninguém esclarece essa situação. A Defesa Civil tem interesse no funcionamento da torre porque em ocasiões de intempéries não há como passar informações fundamentais. “Desde o momento que o telefone residencial deixa de funcionar não temos mais comunicação”, lamenta Luiz Carlos.

O presidente da associação de moradores ainda luta pela tela da parte de cima do alambrado da quadra; construção de contenção da barreira da Rua João Fernandes Barradas (que motivou a interrupção da linha de ônibus local e ameaça a estrada principal—RJ-148); e implantação de caçamba ou um contêiner maior para lixo na Rua Oscar Gonçalves Corrêa.

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