(SECOM) Em reunião na última semana, na sede da Secretaria Municipal de Ordem Urbana, foi anunciada a autorização da Prefeitura para que seja restabelecida a Feira Orgânica de Nova Friburgo. Na ocasião, compareceram o subsecretário de Posturas, André Luis Santos; o secretário de Agricultura, José Carlos Siqueira, o coordenador de Posturas, Guilherme Spitz, a coordenadora da Associação dos Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro—Abio—, Cristina Ribeiro; e a pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro—Pesagro—, Maria Fernanda Fonseca.
No encontro foi discutida a viabilização de um novo formato para a feira, que funcionou no Cônego até 2011, dentro do objetivo do prefeito Sérgio Xavier de movimentar a economia local e favorecer prioritariamente os produtos de Nova Friburgo.
Foram reafirmadas as bases da agricultura orgânica que nortearão os produtores licenciados na nova feira. A agricultura orgânica não significa simplesmente deixar de usar agrotóxicos e adubos químicos nas lavouras e, para que isso possa acontecer, é preciso:
• Tratar o solo como um organismo vivo, protegendo-o da erosão e fornecendo-lhe matéria orgânica;
• Nutrir as lavouras através desse solo vivo, suplementando-as com materiais naturais de acordo com as necessidades das plantas;
• Tornar as plantas resistentes a pragas e doenças e, só em último caso, lançar mão de extratos e caldas, defensivos elaborados com elementos naturais de baixa ou nenhuma toxicidade;
• Utilizar água de boa qualidade na irrigação das lavouras e na higienização dos produtos;
• Respeitar a natureza dos animais, proporcionando bem-estar às criações através de alimentação e tratamentos adequados.
Um sítio orgânico é um ecossistema onde interagem animais, plantas nativas e cultivadas, microorganismos e seres humanos, intervindo o mínimo possível, e sempre levando em conta os processos naturais.
Na agricultura orgânica, o trabalho humano é respeitado e valorizado, e sua grande aliada é a biodiversidade: a vida manifestada em todas as suas formas, em um meio ambiente protegido. Ela busca a sustentabilidade: a chance de gerações futuras de agricultores poderem produzir e se desenvolver, e de consumidores poderem se alimentar de forma saudável.
Outra questão é a autonomia do pequeno agricultor: aquele que é o grande responsável pela produção de alimentos e que vem sendo eliminado por um modelo tecnológico e social que impõe o uso de insumos de alto custo, a produtividade a qualquer preço e o lucro imediato como único parâmetro de eficiência.
A agricultura orgânica não pode conviver com os transgênicos. “Esta feira, recriada, representará o modelo de feira de produtos rurais que sugerimos para Nova Friburgo. Deve primar pela limpeza, organização e qualidade dos produtos. Propusemos parceria com a Abio e com a Pesagro no sentido de que eles homologuem a condição de produtor orgânico de cada pessoa que solicite licença na feira, de forma que seja um mercado voltado exclusivamente a este produto diferenciado”, afirmou André Luis Santos.
A intenção da Prefeitura é criar um mercado que propicie o escoamento da produção local que, hoje, vem sendo levada, a alto custo, pelos produtores à cidade do Rio de Janeiro, onde a Prefeitura criou um circuito de feiras orgânicas, dado à demanda por produtos agrícolas diferenciados; e incentivar os pequenos produtores locais a aderir ao modelo de cultivo que prima pelo respeito à natureza.
A feira funcionará na Praça do Suspiro aos sábados e contará com uma barraca da Abio para esclarecimento a todos os interessados sobre os detalhes de cultivo de produtos orgânicos.
Na próxima semana haverá novo encontro para discutir o padrão das barracas, e a organização da feira, que contará inicialmente com oito barracas, podendo chegar até 20, e será acordada a data de início da nova feira.
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