(Secom) A Cultura de Nova Friburgo agora tem um novo gestor. Na última semana tomou posse como secretário municipal de Cultura o jornalista David Massena. Considerado por muitos um homem polivalente, David tem muita intimidade com o mundo das artes e da cultura. O jornalista também já foi bailarino (formando gerações na dança), ator, carnavalesco, jurado de desfiles de escolas de samba e comentarista de TV e Rádio, isso para citar apenas algumas das atividades já realizadas pelo novo secretário, que também já esteve à frente da Comunicação da Prefeitura de Nova Friburgo.
Um dos trabalhos mais relevantes do novo secretário de Cultura é a sua coluna semanal “Em Foco”, no jornal A Voz da Serra. A coluna começou há mais de 30 anos e já faz parte da rotina dos leitores friburguenses, destacando sempre os eventos culturais da cidade e os artistas friburguenses.
Para David Massena, que lançou recentemente o seu segundo livro, “Até Quarta-feira ! ”, que traz um histórico detalhado do carnaval friburguense, seu maior orgulho atualmente é poder contribuir cada vez mais para a cidade que tanto ama e que adotou como sua, isso há muitos anos.
Confira a entrevista com o novo secretário de Cultura de Nova Friburgo, seus projetos, o que pensa e pretende fazer pela Cultura, sempre dividindo as decisões com a classe artística suas representações no Conselho Municipal de Cultura e na Associação de Artistas.
O que representa assumir a Secretaria de Cultura?
David Massena - Uma grande responsabilidade, acima de tudo. Vim da classe artística, já ansiei muito por mudanças, pelo respeito aos artistas locais e já percorri muitas vezes os corredores do poder em busca de apoio, com os meus projetos embaixo do braço. Por isso prometo fazer o meu melhor, podem ter certeza. É uma questão de honra. A Secretaria de Cultura não tem razão de existir se não valorizar os artistas friburguenses. Eu fui artista, bailarino, ator; logo, me sinto com uma responsabilidade muito grande
de abrir caminhos, fomentar e incentivar a descoberta de novos talentos. E propiciar que todos os talentos da nossa cidade se sintam
protegidos, acolhidos e incentivados para que estudem, aconteçam e realizem.
Qual o traço mais marcante da cultura friburguense?
DM - Eu acho que o friburguense tem talento, e isso para todas as áreas e segmentos artísticos. Nós temos bailarinos, oriundos de escolas de dança de Nova Friburgo, que hoje integram companhias internacionais, e isso é um grande orgulho para nós. A jovem Andreia Verbicário, Gabriela, Thiago, entre outros, são apenas alguns exemplos. Assim como artistas plásticos com exposições fora de Friburgo e trabalhos que figuram em coleções particulares e acervos de galerias. Também temos atores, como Gabriel Borges, que é da nova geração... Na Orquestra de Metais da Petrobras temos o friburguense Vinícius Lugon, oriundo da Campesina. Não podemos esquecer da Andréa Cavalcante, que faz coaching (capacitador/recrutador) de atores na TV Globo. Tem também a Eliane Heringer, que é uma das mestras da cenografia de televisão, que viaja
o mundo inteiro ministrando workshops em diversas redes televisivas da Europa. Por isso temos que abraçar todos esses talentos, pedir ajuda e abrir caminhos para os que estão na estrada e os novos que surgirão.
Muitas vezes eles precisam apenas de um “empurrãozinho”. Os nossos artistas precisam muitas vezes apenas de um tratamento com dignidade, apoio, um bom palco, uma competente luz, um bom som, um conselho ou uma oportunidade.
O que a cultura de Nova Friburgo precisa atualmente?
DM -A cultura em Nova Friburgo precisa só de “um pouco de óleo na engrenagem”. E o “óleo dessa engrenagem” é adequar o município às regras do Ministério da Cultura, retomar os convênios e parcerias, reaquecer o processo de acessibilidade e democratização das ações culturais com a efetiva participação da classe artística local nas tomadas de decisão. Uma Secretaria de Cultura não pode ser tratada como um escritório burocrático onde o chefe é o senhor das decisões. Se cultura é a tradução dos costumes e modos de vida de um grupo social, é preciso dividir com esta sociedade os rumos que querem tomar. Eu não vou conseguir realizar nada se os agentes culturais da cidade não estiverem ao meu lado.
Qual é o seu maior desafio hoje como secretário de Cultura?
DM - É fazer uma revolução em dez meses. Mas eu não tenho medo. Eu sou guerreiro! Vamos de início ampliar a atuação a Oficina Escola de Artes em parceria com a Secretaria de Educação. Criar núcleos e atender aos bairros e às comunidades mais distantes. Temos realizado diversos encontros de trabalho com o Sebrae, o Conselho Municipal de Cultura, o Sindicato Estadual da Dança, a Comissão de Cultura do Legislativo representada pelo Professor Pierre, o Sated—Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado do Rio—e também delineado novas parcerias que em breve serão anunciadas.
O que você mais gosta de fazer nas horas vagas?
DM - Eu não tenho horas vagas (risos). Eu gosto muito de escrever, ler, de ouvir as pessoas, contar histórias, ouvir as histórias dessas pessoas. Elas me servem sempre como um incentivo para tentar mudar o que é necessário na cidade que eu tanto amo. Eu não sou friburguense de nascimento, mas de coração. Foi em Friburgo que eu escrevi a minha história de vida.
E eu tenho história. É um orgulho estar investido no cargo [secretário de Cultura], que eu sei que é passageiro, mas que é de grande responsabilidade.
Espero poder retribuir o carinho que tenho recebido nas ruas, de artistas, amigos e pessoas da cidade. Acho que o processo de reconstrução da cidade começa na cultura. Eu acredito nisso. A cultura pode contribuir muito para que a Nova Friburgo que queremos realmente se materialize.
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