Editorial - Altos e baixos - 2 de fevereiro 2012

quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

O EMPRESARIADO friburguense deu bons exemplos de superação e de revitalização frente à tragédia de janeiro de 2011, como mostrou reportagem ontem de A VOZ DA SERRA, relatando o drama vivido com a chuva e o enfrentamento da nova realidade. Muitos conseguiram se recuperar contando com apoio financeiro do governo federal. Porém, nem todos “deram a volta por cima”.

EMBORA a realidade financeira de muitas empresas friburguenses seja adversa devido às dificuldades em obter empréstimos, é de se ressaltar o trabalho desenvolvido pelas instituições friburguenses pressionando as autoridades para o trabalho de reconstrução. E também vem sendo dado pelo governo municipal apoiando as promoções e feiras que trazem mais recursos para a cidade.

HOJE, mais de uma centena de empresas friburguenses ainda aguardam o dinheiro oficial, sem poder arcar com os prejuízos da chuva e os empresários, em coro, estão revoltados com a situação. A quase totalidade desses pedidos de empréstimo vem dos micro e pequenos empresários, valores pequenos que podem fazer a diferença na manutenção dos seus negócios. Porém, muitos vivem na informalidade e não estão em dia com o fisco.

MESMO COM o estímulo ao empreendedorismo, dados da Fundação Getulio Vargas—FGV—que apuram o conjunto de atividades que não são reportados ao governo mostram que houve uma queda de 1,1% na economia informal em 2011. Em muitos aspectos da pesquisa, Nova Friburgo se encaixa perfeitamente bem, revelando que os problemas estruturais que impedem a evolução da economia são iguais.

AS EMPRESAS locais não se cansam de reclamar das elevadas taxas de juros, da concorrência desleal dos grandes conglomerados e da falta de crédito. Tais fatores, evidentemente, dizem respeito à rigidez da economia brasileira, atrelada a pagamento da dívida externa e sem condições de oferecer reais possibilidades de relaxamento para permitir novos investimentos.

TANTAS dificuldades impedem o crescimento, aumentam a crise de empregos e favorecem a economia informal com uma presença cada vez maior no PIB friburguense. Some-se às dificuldades estruturais a carga tributária municipal, que eleva ainda mais o ônus das empresas. A sociedade aguarda medidas que beneficiem o desenvolvimento, assim como cabe a cada eleitor pressionar seus representantes no Congresso para que a reforma tributária saia do papel para a realidade.

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