Origem-Uerj em nova missão aos EUA

quinta-feira, 24 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Com o objetivo de conhecer experiências bem-sucedidas em parques tecnológicos norte-americanos, a Origem Incubadora de Empresas Inovadoras do Instituto Politécnico da Uerj participa, no período de 23 de novembro a 5 de dezembro, de uma nova missão aos Estados Unidos, desta vez à Universidade Estadual de Nova Iorque. Segundo a gerente da Origem, Lanice Fagundes, com esta viagem foi dada sequência a uma série de visitas técnicas iniciadas durante a IX Conferência Internacional da Hélice Tríplice, realizada em julho na Califórnia, onde fica o Vale do Silício e algumas das maiores empresas globais na área de tecnologia da informação.

“A nossa ida aos Estados Unidos já estava prevista desde 2009, quando a Origem, a Incubadora de Resende e a Escola de Desenho Industrial, todas ligadas à Uerj, aprovaram um projeto conjunto na Faperj [Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro]”, lembrou Lanice Fagundes. Na ocasião, além de participar das discussões sobre a importância da interação entre os sistemas acadêmico, governamental e industrial para a promoção da inovação e do crescimento econômico, o grupo também pôde visitar empresas como a HP, o Google, o Facebook e a Tesla (fabricante de carros elétricos), que nasceram dentro desse ambiente.

“Contudo, em razão da conferência internacional e do curto tempo de permanência do grupo fora do Brasil, não foi possível agendar todas as visitas técnicas para o mês de julho. Então, estamos realizando essas visitas agora”, explicou a gerente da Origem, lembrando ainda que ambas as viagens são uma segunda fase do edital da Faperj e que a primeira contemplou as incubadoras com recursos para investimento em infraestrutura e capacitação de seus gestores. “Temos aprendido muito com essas visitas, mas o mais importante é que também temos percebido que o nosso trabalho não fica muito atrás das experiências de sucesso que temos conhecido”, finalizou.

ORIGEM quer virar centro de referência

A Origem Incubadora de Empresas Inovadoras do Instituto Politécnico da Uerj em Nova Friburgo vem, desde 2010, implantando o Cerne (Centro de Referência para Apoio a Empreendimentos Inovadores)—uma nova plataforma de gestão proposta pela Anprotec (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e o Sebrae para a melhoria continuada da qualidade e dos resultados das incubadoras do país e das empresas a elas vinculadas.

Dando andamento a esse processo, este mês a gerente da Origem, Lanice Fagundes, o consultor Paulo Mangia e a assistente administrativa Rachel Rufino participaram de um workshop de nivelamento no Rio de Janeiro que é parte do programa de capacitação dos gestores de incubadoras quanto à metodologia Cerne, reforçando o conteúdo do termo de referência, bem como os requisitos para a obtenção da certificação Cerne e a manutenção do credenciamento.

“No evento pudemos ver o quanto já avançamos para atender a primeira etapa do Cerne, mas ainda não podemos nos submeter ao credenciamento, porque temos atualmente problemas de infraestrutura”, explicou a gerente da Origem. “Desde a tragédia de janeiro, que atingiu o campus da Uerj na antiga Fundação Getúlio Vargas, a incubadora tem funcionado numa sala cedida gentilmente pelo Sebrae, um dos nossos maiores parceiros”, continuou.

Ainda segundo Lanice Fagundes, esta situação é provisória e a expectativa é que no início do ano que vem a Origem já esteja funcionando em seu novo endereço, junto ao IPRJ, que está se transferindo para uma área dentro do complexo industrial da Triumph Internacional (Fábrica Filó), na Lagoinha. “Com a ida para um local definitivo, temos a perspectiva não só de avançarmos à fase seguinte do Cerne, mas também de consolidarmos todo esse processo de mudança que está apenas no início”, afirmou.

Vale destacar que a Origem Incubadora de Empresas Inovadoras é um programa de estímulo à inovação, geração e fortalecimento de micro e pequenas empresas. Tem atuação multissetorial, com foco nas áreas de competência do IPRJ/Uerj e no potencial econômico de Nova Friburgo e região. Possui 16 anos de experiência, contando, atualmente, conta com 14 projetos conveniados nas modalidades pré-incubados, incubados e associados.

Importância do Cerne

Criado para ampliar quantitativa e qualitativamente os resultados das incubadoras brasileiras, consequentemente o número de empresas graduadas e a competitividade delas no mercado, a certificação Cerne é similar a outras já consagradas, como o ISO 9000 ou 14000. Ela foi concebida com base nos modelos de atuação dos SBDCs (Small Business Development Centers) e do BICs (Business Innovation Centers), programas de apoio diferenciado às micros e pequenas empresas norte-americanas e europeias.

A certificação está dividida em quatro estágios, como foco no empreendimento, na incubadora, na rede de parceiros e na melhoria contínua. A Origem ainda está no primeiro, que objetiva profissionalizar o processo de geração de empreendimentos inovadores. E entre os requisitos que ela precisa cumprir para ganhar o selo da Anprotec está a implantação de sistemas formais de prospecção de oportunidades, planos de negócio, seleção de empresas e gestão.

“Muito do que propõe essa metodologia já fazia parte da rotina da incubadora. Por isso não temos tido dificuldades para nos adequar aos novos procedimentos. Estamos até bastante adiantados”, explicou Lanice Fagundes, para quem o selo da Anprotec dará mais visibilidade às ações da Origem e também às empresas conveniadas. “A ideia é que as incubadoras se tornem referência na prospecção, apoio e desenvolvimento de empreendimentos inovadores. A certificação, certamente, agregará mais valor ao trabalho realizado aqui dentro”, finalizou.

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