Juliana Scarini
Energisa realizou de quarta, 16, até ao meio-dia desta sexta, 18, uma simulação com todos os setores e funcionários da empresa com o objetivo de atuar de forma correta em situações de emergência, como a ocorrida na cidade em janeiro. Essas simulações são conhecidas como “drills”—de emergency drill, termo da língua inglesa que significa treinamento ou exercício para situações de emergência. Nesse tipo de exercício, os sistemas da empresa são utilizados para simular desarme de alimentadores e subestações, situações de risco de vida e priorização dos atendimentos a clientes essenciais (hospitais, órgão públicos e outros).
O Plano de Contingência da empresa teve que passar por uma revisão em função da tragédia de 12 de janeiro, e com isso, o plano foi ampliado e envolve agora todos os setores da empresa, com uma frente exclusiva para logística e outra de Tecnologia da Informação (TI) e Telecomunicações, com um número maior de rádios e celulares.
Saúde e segurança dos funcionários também são pontos fortes no novo plano, que para 2012 foi dividido em 3 níveis, no qual o terceiro nível equivale a situações de caos como a do início do ano. O principal obstáculo enfrentado pela Energisa nessa situação, segundo Flávio Martins, gerente do departamento de operações, foi a dificuldade de acesso aos bairros, devido a queda de barreiras. Outra dificuldade para restabelecer a energia foi a comunicação, já que o sistema da empresa ficou prejudicado—falta de internet e saturação dos meios de comunicação disponíveis na empresa.
Para solucionar os empecilhos e pontos fracos encontrados, a revisão do plano conta com helicóptero e contato com todas as empresas privadas e órgãos públicos responsáveis por rodovias, como por exemplo, Rota 116 e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). “Com esse novo Plano de Contingência não só a empresa, mas a cidade ganha mais agilidade e tempo, antecipando o restabelecimento de energia”, destacou o engenheiro Flávio Martins.
Nesses quase três dias de treinamento, equipes da Energisa-Nova Friburgo e de outras cidades, como Cataguases em Minas Gerais, estão dentro das subestações de Conselheiro Paulino e Thadeu Aor (Av. Euterpe Friburguense) simulando o restabelecimento de luz. Desde quarta, estas equipes estão dormindo em colchões e se alimentando na empresa, recriando o ambiente vivido em janeiro.
No entanto, para Flávio, apesar da situação de normalidade, o objetivo dessa simulação “é fazer uma manutenção preventiva das estações”. Segundo ele, o drill vai ajudar com atitudes de prevenção, como por exemplo, suspensão de 40 cm das caixas de luz, para que, em caso de nova tragédia, a água não alcance o gerador de energia. “É um trabalho em conjunto, no qual nós estipulamos prazos através dos auditores do drill, que fiscalizam essas operações e depois produzem relatórios com os resultados obtidos”, lembrou Flávio, dizendo que todos os resultados servirão de base para o novo Plano de Contingência da empresa.
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