Atividades culturais marcam o Dia da Consciência Negra em Nova Friburgo

segunda-feira, 21 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Para comemorar o Dia da Consciência Negra, o Centro Cultural Afro-Brasileiro Ysun-Okê realizará neste fim de semana uma série de atividades. No sábado, 19, a Casa de Cultura receberá uma roda de capoeira. Às 20h haverá a abertura da exposição “Fatos, fotos e imagens da cultura afro-brasileira ontem, hoje e sempre”. Na ocasião, o músico Paulinho Cruz fará uma apresentação de voz e violão e serão exibidos os curtas “A voz do quilombo” e “Vista a minha pele”. Já no domingo, 20, será feito o hasteamento da bandeira Pan-Africana na Praça Dermeval Barbosa Moreira. As atividades contam com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra visa homenagear e resgatar as raízes do povo brasileiro, além de ser dedicado à reflexão sobre a presença do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares.

Consciência negra e valorização da diversidade

Por Rosa Andrade*

Em 2011 a ONU celebra o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, um ano dedicado à luta contra racismo, a xenofobia e todas as formas de intolerância. Aqui no Brasil, desde a década de 90, o dia 20 de novembro é celebrado como o “Dia Nacional da Consciência Negra”—homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da liberdade.

No mês da consciência negra, destaca-se a divulgação da história de lutas e reivindicações da população afrodescendente, suas conquistas por reconhecimento e reparações e a implementação das ações afirmativas que objetivam a efetiva participação do negro nas decisões políticas e econômicas da nação.

Vivemos na atualidade um momento importante para o combate ao racismo e a discriminações; há avanços significativos como a criação da Lei 10639/03—que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira na educação—, a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e os processos de reconhecimento, titulação e promoção de desenvolvimento socioambiental de territórios quilombolas.

 A Care Brasil trabalha em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, sem pobreza e com oportunidades para todos e respeito à diversidade. A situação de pobreza, que vitima em especial os afrodescendentes, foi produzida ao longo de nossa história através de mecanismos sociais que ainda promovem injustiça e discriminação. A atuação da Care Brasil no desenvolvimento local foca as causas estruturais que estão por trás destes mecanismos.

Ao promover o desenvolvimento local, nosso trabalho envolve a população (mais vulnerável), ou seja, os mais pobres, a população negra, as mulheres e os jovens. Nossa abordagem busca criar condições favoráveis ao desenvolvimento local justo e inclusivo, considerando as dimensões de inclusão social, inovação na gestão pública, diversificação e fortalecimento da economia local, uso sustentável dos recursos naturais e a mobilização da sociedade civil.

Proporcionar uma vida digna para a população significa criar condições para que o acesso aos direitos civis, à educação de qualidade e às oportunidades de trabalho e renda. O desenvolvimento social e econômico são passos importantes na luta contra o racismo e a discriminação.

* Rosa Andrade é presidente do Conselho Deliberativo da ONG Care Brasil, bióloga especialista em biotecnologia e em projetos de estudo étnico-raciais com ênfase na população negra.

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