Editorial - Sem base para crescer - 9 de novembro 2011

quarta-feira, 09 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

AS PESQUISAS educacionais vêm comprovando que o Brasil alfabetiza muito mal os estudantes nas escolas públicas e mostram que o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população, medido através das habilidades pessoais de interpretar textos e fazer operações matemáticas. Somando-se aos 7% da população que é totalmente analfabeta, chega-se à constatação de que 75% dos brasileiros não possuem o pleno domínio da leitura, ou seja, apenas 25% estão num nível satisfatório de alfabetização. Um mau indicador para um país que precisa crescer e se desenvolver a passos largos.

O RESULTADO, mais uma vez, conduz ao raciocínio lógico e irrefutável dos benefícios que somente a educação poderá dar ao país para mantê-lo em desenvolvimento. Por mais que os governantes estufem o peito com o ufanismo das verbas para a educação, ainda falta muito para o país sair desta incômoda posição. Os resultados até agora são insatisfatórios.

AS POLÍTICAS públicas apresentadas nos últimos anos, mais especificamente nos governos FHC e Lula, evoluíram—porém não a ponto de significar uma melhoria de suas qualidade. O governo Dilma, por seu lado, ainda é uma incógnita quando o assunto é investimento na educação. Numericamente os dados educacionais apresentados pelas autoridades são animadores, porém, na prática, a realidade é outra. Trata-se de muito pouco para um país com uma problemática educacional gigantesca.

O ESTADO do Rio tem avançado em inúmeros setores educacionais. Tem destinado verbas para a educação, beneficiando todos os municípios, notadamente os do interior, dentro de uma política de valorização de cidades que até então viviam à margem do desenvolvimento. A inclusão digital torna-se realidade; os programas de formação profissional do magistério têm elevado a qualificação do professor; os estímulos de integração comunitária são muitos.

O MUNICÍPIO, por seu lado, tem feito grande trabalho na valorização do ensino público, inclusive fomentando atividades extracurriculares e no incentivo à leitura. Contudo, apesar dos avanços, ainda é pouco para preparar os jovens com uma educação mais qualificada. Sabe-se que a evolução dos indicadores sociais é lenta. A posição brasileira no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não mostra avanço compatível com sua importância econômica numa lista de 177 países. É preciso investir muito mais e sem a educação fundamental completa o nosso desempenho continuará apresentando os baixos resultados.

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