Cultura com reconhecimento, visibilidade e muitas realizações

segunda-feira, 07 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Cultura com reconhecimento, visibilidade e muitas realizações
Cultura com reconhecimento, visibilidade e muitas realizações

Henrique Amorim

Neste sábado, 5, comemora-se o Dia Nacional da Cultura e o setor em Nova Friburgo vive uma fase de renovação e mudanças, para melhor, com uma série de eventos, projetos e realizações que garantem o reconhecimento não só junto ao governo, mas principalmente da população, graças a democratização das ações que garantem o fácil acesso aos equipamentos culturais: uma prova disso se tem com o Teatro Municipal, carinhosamente atribuído pelo secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy, como a nossa “Catedral da Cultura”, que vem recebendo diversos espetáculos de qualidade através da parceria Sesi Cultural. A valorização dos artistas locais tem sido outra meta e garante à classe a possibilidade de capacitação com oficinas promovidas por artistas de renome. Mais que festejar a cultura em sua data maior com eventos e shows das bandas Rock Four, Toque Serrano e Expresso Santiago, na noite deste sábado, no Municipal, o setor vive uma efervescência nos seus mais variados ramos de atividade, buscando parcerias e apoios para as mais diversificadas realizações, já que o repasse anual da Prefeitura para o setor é menos de 0,5% do orçamento municipal. A VOZ DA SERRA reuniu-se com o secretário Roosevelt, a subsecretária de Cultura, Merilandy Schitino, o diretor do Centro de Arte, Chico Figueiredo, o coordenador de música e eventos, Mário José Bastos Jorge, e o coordenador de apoio administrativo, Sidney Mathias, para detalhar como anda a cultura em Nova Friburgo. Confira.

RECONHECIMENTO

Para o secretário Roosevelt Concy a cultura antes se mostrava acanhada, tentando ser reconhecida pelo governo municipal. Hoje a situação é outra. A Prefeitura sabe da real importância da pasta e a população sustenta a contrapartida com a formação de plateias e o prestígio aos eventos, muitos com entrada franca, outros com preços simbólicos, como acontece no projeto Sesi Cultural, que traz periodicamente a Nova Friburgo os mesmo espetáculos em cartaz no Rio de Janeiro. “É a democratização plena da cultura com o acesso aos equipamentos culturais de forma dinâmica e contínua. Sempre temos eventos”, diz ele. “Já chegamos ao ponto de ter que recusar espetáculos por falta de espaço na agenda do Teatro Municipal”, completa a subsecretária Merilandy Schitino. Um exemplo dessa dinâmica se tem hoje na fachada da Casa da Cultura: três banners anunciando eventos culturais que serão realizados em breve, como o Encontro de Bandas, mais uma etapa do Sesi Cultural e a programação especial do Dia da Cultura. Outro exemplo de reconhecimento da cultura local é a escolha do município para coordenação do Fórum Serrano de Gestores de Cultura que reúne 15 municípios.

VISIBILIDADE

A cultura friburguense conta também com o apoio do governo do Estado do Rio de Janeiro, que firmou parceria contínua para a realização do Circuito Estadual das Artes. O projeto viabiliza a apresentação de até oito atrações culturais (teatro e música) por ano. O diferencial é a promoção de oficinas com os atores e músicos para capacitação e aprimoramento profissional dos artistas locais que podem também trocar experiências com “experts” no ramo nas “residências” promovidas pelo projeto com grandes artistas. Outro quesito de destaque da Cultura no município é o Festival de Inverno, que teve sua fórmula original no Country Clube retomada e a cada edição ganha mais consistência e maturidade, tornando-se o grande produto cultural de Nova Friburgo com atrações de peso e indiscutível qualidade. “Os empresários que quiserem apoiar essa ideia podem se beneficiar com a lei de incentivo à Cultura sem terem que desembolsar nada”, observou Roosevelt, que pretende ampliar a democratização do setor com a incrementação dos Pontos de Cultura e a criação em breve do Ponto de Cultura do distrito de Conselheiro Paulino que terá seis cursos gratuitos para crianças e jovens, entre eles o de confecção de instrumentos e arcos e hip-hop.

CENTRO DE ARTE

O principal berço das galerias de arte de Nova Friburgo completou recentemente meio século de muitas histórias, sem muita festa devido às dificuldades enfrentadas no primeiro semestre com a interrupção de suas atividades devido as consequências das chuvas de janeiro, mas o espaço, coordenado atualmente por Chico Figueiredo, jamais perde seu encanto. Pelo contrário. Cada vez mais desperta o interesse dos jovens artistas que fazem questão de mostrar seu talento nas salas Nêgo, Guignard e Villa-Lobos do Centro de Arte. “Observo muitos novos talentos surgindo nas artes plásticas e eles interagem muito bem com nossos artistas que fazem suas exposições em variados espaços que temos na cidade, mas querem sempre coroar suas mostras no Centro de Arte. É o espaço onde a cultura se encontra e que está sempre sendo procurado. Ainda bem”, valoriza Chico, lembrando que desde a reabertura do espaço há quatro meses já foram promovidas quatro exposições, cada uma com média de dois mil visitantes e algumas até com visitas guiadas. “O Centro de Arte merece muito mais. Além da reabertura do teatro Bebeth Castilho, outros investimentos serão providenciados, como obras de revitalização do espaço com climatização, descupinização e nova e moderna iluminação, abrindo novas frentes de parcerias com entidades de peso, como o Centro Cultural Banco do Brasil e Caixa Cultural”.

MÚSICA

É outro setor de destaque com iniciativas permanentes como o projeto “Banda na Praça”, que ganhou novo contexto e agora percorre os bairros quinzenalmente levando cultura até onde o povo está. “A música abre espaço e congrega”, diz Mário José Bastos, coordenador de música e eventos, destacando a realização ano passado em Nova Friburgo do projeto Banda Larga que reuniu 180 músicos e maestros em Nova Friburgo e promoveu a capacitação de muitos jovens talentos da música instrumental, sem contar outra parceria com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) que trouxe a Nova Friburgo oficinas de arranjos e conjuntos camerísticos. Recentemente, a música ganhou mais uma valorização com o projeto em parceria com a Diocese local, o “Concertos na Catedral” que já atraiu bom público para prestigiar músicas de câmera e ao som de cravos e violoncelos à matriz que recebeu também a renomada orquestra Musique Montreal. “Nova Friburgo tem vocação para bandas com cerca de 400 músicos registrados. Tanto é que nos próximos dias 19 e 20, o município vai sediar o Encontro Estadual de Bandas. Buscamos sempre valorizar a prata da casa. Um exemplo se teve recentemente com a festa dos 100 anos de reintegração de Amparo a Nova Friburgo que teve os artistas locais na grade de programação numa grande festa”, observou Mário lembrando que vem mais por aí com as cantatas e concertos natalinos. São tesouros que ficavam só nas igrejas e agora vão de encontro ao público”, completou ele que festeja o investimento recente de R$ 60 mil oriundos do Estado para a aquisição de novos instrumentos e uniformes para a Banda Municipal.

INVESTIMENTOS

A Secretaria Municipal de Cultura dedica-se também a proposta de gestão cultural e para incrementar o setor busca parcerias que vem mostrando resultados. Uma delas é a adesão ao Programa de Desenvolvimento da Cultura (Padec), uma iniciativa do governo do Estado do Rio de Janeiro que vai viabilizar a injeção de R$ 260 mil em três linhas de beneficiamento: a aquisição de mobiliário para a própria Secretaria que dispunha de apenas um computador para gerenciar sua própria administração, a Oficina-Escola de Artes, o Centro de Arte e os Pontos de Cultura de Olaria e Riograndina. Graças ao Padec, a Secretaria de Cultura investe na aquisição de equipamentos para viabilizar a montagem de palcos, som, tendas, 25 mesas e 100 cadeiras para a plateia, além de 200 metros quadrados de tendas para eventos sem mais a necessidade de tê-los que alugar dependendo da burocracia do serviço público e da dificuldade inerente a reserva de menos de 0,5% do orçamento municipal para a cultura. Um exemplo da busca incessante da Secretaria por parcerias é a doação recente de um ônibus que irá permitir a viabilização do projeto “Estação da Cultura – Ônibus da Alegria”, que levará atividades artísticas como teatro, música, dança e concertos às localidades mais distantes do Centro e nessas atividades captar novos talentos populares para os mais de 20 cursos oferecidos gratuitamente na Oficina-Escola de Artes que reúne hoje mais de 600 alunos.

PATRIMÔNIO

A Secretaria de Cultura pretende iniciar em breve um mapeamento cultural do município com o intuito de descobrir quem são os artistas, onde vivem, como fazem, se vivem só da cultura. “Mais que um censo cultural que visa permitir traçar um raio X da cultura local, será editado um livro, uma espécie de anuário cultural de Nova Friburgo que servirá de consulta obrigatória sempre que for elaborado um novo evento”, diz Sidney Mathias, coordenador de apoio administrativo da Secretaria de Cultura. Os bens imóveis com interesses históricos do município também são alvo da Cultura local. Dois técnicos já identificaram 150 casas, 25 delas localizadas no Centro e já tombadas pelo patrimônio histórico. “Nossa intenção é criar um circuito histórico viabilizando parcerias para obras de reformas e pintura desses imóveis que passarão a integrar um circuito histórico com iluminação especial e placas com informações sobre cada imóvel”, acrescenta Roosevelt Concy.

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