Amine Silvares
Com a iminência das chuvas de verão, muitos friburguenses estão apreensivos em relação ao futuro da cidade. O medo de perder tudo e a vontade de ficar para ajudar possíveis vítimas dividem a população. A reportagem de A VOZ DA SERRA foi às ruas para saber se os moradores estão confiantes de que não haverá uma nova catástrofe ou se estão esperando apenas uma oportunidade para ir embora.
“Não, não pretendo sair daqui. A gente fica muito preocupado com o que pode acontecer neste período de chuvas, mas acho que é importante estar por aqui para prestar apoio ou em caso de necessidade, e acompanhar o que está acontecendo na cidade.”
Danielle Eddie, 30 anos, Jardim Califórnia, funcionária pública
“Não pretendo deixar Nova Friburgo. Acho que a situação está ruim, mas sou criado aqui. Não moro em área de risco e estou preocupado com a minha família, por isso quero ficar para poder ajudar caso eles precisem.”
Elias Moraes, 53 anos, aposentado, Catarcione
“Eu tenho que ficar aqui até o fim de dezembro, início de janeiro, por causa do trabalho, então não tenho planos para sair da cidade por enquanto. É mais provável que eu fique por aqui. Não estou com medo das chuvas.”
Sara Ferat, 24 anos, Centro, vendedora
“Não posso sair de Friburgo. Estou esperando resolverem a situação das duas casas que eu perdi em janeiro. Estou vivendo com o aluguel social, mas quero saber como a situação vai ficar. Disseram que tem que demolir, mas até hoje não demoliram. Com medo eu estou, só que preciso torcer pra que tudo dê certo. Se chover como choveu em janeiro, muitas outras coisas vão ser perdidas, mas acredito que em diversos lugares ainda dá pra sobreviver. Mas que há perigo, isso há.”
Alexandre Lopes, 63 anos, aposentado, Bairro Ypu
“Por enquanto, não pretendo sair de Friburgo. No momento estou tranquilo. Não estou com medo, não moro em área de risco.”
Ernan Carreiro de Barros, 68 anos, Varginha, aposentado
“Vontade eu tenho, mas não tenho condições de deixar a cidade. Não perdi ninguém da minha família, mas as coisas da casa, sim. Ficamos sem água também. Já pensei várias vezes em sair da cidade, mas não tenho pra onde ir. Quando as coisas têm de acontecer, elas acontecem em qualquer lugar.”
Liliane de Fátima, 28 anos, Amparo, dona de casa
“Não pretendo sair de Friburgo. Não perdi nada. Caiu uma barreira atrás da minha casa em 2005 e tiraram muita terra. Desta vez, nada aconteceu. Acho que medo todo mundo tem, mas não vou sair da cidade. Pretendo construir uma casa em outro lugar, sair de Duas Pedras. Essas galerias que estão construindo estão todas próximas a minha casa.”
Ronilda Thurler, 53 anos, aposentada, Duas Pedras
“Pretendo sair de Nova Friburgo não só no fim do ano, mas quando houver oportunidade pretendo sair definitivamente da cidade. Estamos com diversos problemas no setor político da cidade e aquela chuva no fim de semana do dia 15 inundou a cidade, então, eu acho que quando chover com mais força vai ficar muito complicado pra gente. Não sou morador de área de risco e não perdi nenhum parente, mas muitos deles perderam tudo o que tinham.”
Leonardo do Canto,23 anos, Conselheiro Paulino, funcionário público
Deixe o seu comentário