Flávia Namen
Localizado a poucos minutos do centro da cidade, o bairro do Perissê é um dos mais tradicionais de Nova Friburgo, oferecendo uma boa qualidade de vida a seus moradores. A facilidade de acesso, a proximidade do comércio e serviços e a tranquilidade são as vantagens apontadas por quem mora no bairro, que continua estritamente residencial. Apesar disso, vários problemas têm prejudicado o cotidiano dos moradores, conforme constatou a equipe de A VOZ DA SERRA em visita recente ao bairro.
Uma das principais queixas da comunidade é a pavimentação precária das ruas, que estão com o asfalto cedendo em vários pontos. Um dos motivos foram as fortes chuvas de janeiro, que deixaram ruas como a Marechal Floriano Peixoto e a Thieres Perissê com as pistas esburacadas. Também contribui para isso o tráfego constante de carretas que abastecem o comércio do bairro. “As ruas do Perissê não comportam o peso dessas carretas e acabam danificadas, assim como as manilhas. A companhia de água está toda hora aqui fazendo reparos. Sem contar o tumulto provocado no trânsito. A Autran deveria proibir a circulação dessas carretas e permitir apenas o tráfego de caminhões pequenos”, sugere o comerciante Wadson Rodrigues de Oliveira.
Outro problema decorrente da tragédia de janeiro é a ameaça de desabamento do muro de uma casa na Rua Lopes Marins. “Desde a catástrofe, esse muro está pendurado, oferecendo risco. A Defesa Civil já esteve aqui várias vezes, mas até agora nenhuma providência foi tomada”, protestou um morador, que preferiu não se identificar. Segundo ele, o caso já foi até encaminhado ao Ministério Público e obrigou uma família vizinha a se mudar.
Ruas sem capina, com bueiros quebrados e falta de lixeiras
Outro problema constatado pela reportagem são as calçadas esburacadas e cheias de entulhos em ruas como a Marechal Floriano, Machado de Assis e Lopes Marins. Nesta última há um terreno baldio que virou uma lixeira a céu aberto, representando um risco à saúde pública. “A Prefeitura limpa, mas as pessoas não respeitam e estão sempre jogando lixo aqui, principalmente depois da catástrofe. Sofremos com a proliferação de insetos, ratos e camundongos. Sem falar no perigo da dengue. Até o ano passado, Friburgo não tinha nenhum caso da doença, agora temos vários”, diz Antônio Carlos Gomes de Medeiro, morador do Perissê há cinco anos.
Vários pontos do bairro também necessitam de serviços de capina, limpeza e manutenção dos bueiros. Muitos estão sem tampa ou quebrados, oferecendo risco a quem passa. “Na Rua Campos Salles há bueiros sem tampa que estão perigosos. Fora isso, o Perissê é um lugar muito tranquilo e bom de morar”, diz o aposentado Valdeir José Machado, que reside no bairro há cerca de 40 anos.
O lazer no bairro deixa a desejar e faltam espaços para diversão e recreação dos moradores. As crianças não contam com nenhum parquinho infantil e não têm onde brincar. A única área destinada à comunidade é a praça localizada na Avenida Conselheiro Sinimbu, na entrada do Perissê.
Completam a lista de problemas no bairro a falta de placas de identificação das ruas e de cestas de lixo nas calçadas, que têm ficado repletas de sacolas e detritos. “As lixeiras estão quase todas quebradas, o que contribui para aumentar a sujeira das ruas. A Prefeitura precisa olhar com mais atenção para o Perissê, que está muito largado”, reclama uma moradora.
No início desta semana, a reportagem encaminhou as queixas dos moradores à Secretaria de Comunicação Social, mas até o fechamento desta edição, a Prefeitura não havia se pronunciado sobre as reclamações dos moradores.
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