O Brasil inteiro venera nesta quarta-feira a Padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida

quarta-feira, 12 de outubro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
O Brasil inteiro venera nesta quarta-feira a Padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida
O Brasil inteiro venera nesta quarta-feira a Padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida

José Duarte

Comemora-se nesta quarta-feira, 12 de outubro, a Solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, uma data de total devoção nacional. Durante o dia, são realizados eventos religiosos em todo o país, celebrando a padroeira dos brasileiros. Desde que começou a novena, realizada em dois horários, às 15h e 19h30, mais de 600 mil pessoas passaram pelo Santuário Nacional e nesta quarta, a expectativa é de mais de 60 mil pessoas na missa de encerramento, às 10h, com a presença da presidente Dilma Rousseff, ministros, governadores e prefeitos de várias cidades brasileiras.

Ano passado, as comemorações levaram mais de 400 mil católicos ao Santuário da Basílica. Devotos de todas as partes do Brasil compareceram ao Santuário, o maior do mundo, com capacidade para 30 mil pessoas, perdendo apenas para a Basílica de São Pedro, no Vaticano, que acolhe 35 mil fiéis. Espera-se, este ano, 600 mil visitantes. Constantemente, o lugar passa por reformas para melhor acolher a multidão de fiéis.

A história de Nossa Senhora Aparecida, segundo narrativa do padre José Alves Vilela, vigário de Guaratinguetá, de 1725 a 1745, começa “na segunda quinzena de outubro de 1717. Passando por esta Vila de Guaratinguetá para as Minas Gerais, o governador daquela região e de São Paulo, o Conde Assumar, Dom Pedro de Almeida, notificou a Câmara de que os pescadores deveriam apresentar todo o peixe que pudesse haver para o dito Governador.

Domingos M. Garcia, João Alves e Felipe Pedroso foram pescar em suas canoas. Começaram a lançar suas redes no porto de José Correia Leite e continuaram até o porto de Itaguaçú, uma grande distância, sem pescar um único peixe. Neste porto, ao lançar a sua rede de arrasto, João Alves “pescou” uma escultura de uma senhora, sem cabeça; e lançando outra vez a rede mais abaixo, encontrou a cabeça da mesma senhora, não se sabendo nunca, quem ali a tivesse lançado.

Cuidadosamente guardou a imagem enrolada em um pano. Continuando a pescaria, a qual ainda não lhe dera sequer um peixe, de repente se viu diante de tão farta pescaria, em tão pouco tempo que, surpresos, mas receosos de naufragarem pelo peso da quantidade de peixes nas canoas, os companheiros preferiram voltar para terra firme. Coube a Felipe Pedroso conservar a imagem por seis anos, pouco mais ou menos, em sua casa, perto da localidade de Lourenço de Sá; na mudança para Ponte Alta, conservou-a em sua casa, por nove anos. Depois passou a morar em Itaguaçú, onde deu a imagem a seu filho, Atanásio Pedroso, o qual lhe fez oratório, e em um altar de paus, colocou a imagem, onde todos os sábados a vizinhança se reunia para cantar o terço.

Em uma dessas ocasiões, duas luzes de cera da terra, que iluminavam o altar, repentinamente se apagaram. A noite era serena; e querendo logo, Silvana da Rocha acender as luzes apagadas, também se viram acesas, sem intervir diligência alguma: foi este o primeiro prodígio.

Esse e outros fatos semelhantes se deram. Foi edificada uma capelinha e depois uma maior. A 24 de junho de 1888 foi bento solenemente o templo, hoje chamado de “Basílica Velha”. A monumental basílica atual começou a ser construída em 1844, concluído o frontispício em 1848. As obras foram suspensas até 1878. Nesse ano, a administração contratou o Cônego Dr. Joaquim do Monte Carmelo, que conseguiu terminar o templo a 24 de junho de 1888. Foi bento solenemente por Dom Lino Rodrigues, bispo de São Paulo, Em fins de 1893, Dom Lino agraciou-o com o título de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora Aparecida” e nomeou o primeiro vigário da Paróquia de Aparecida, Padre Calaro Monteiro do Amaral.

A 28 de outubro de 1894, como capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, chegaram os primeiros padres e irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, então bispo de São Paulo. Daí em diante, os filhos de Santo Afonso vêm prestando assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário Nacional.

Os triunfos da “Senhora Aparecida” começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 8 de setembro de 1900, com 1.200 peregrinos vindos de trem, de São Paulo, com seu bispo. Hoje, os romeiros são milhões vindos de todo o Brasil e países vizinhos. No dia 8 de setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de grande multidão de peregrinos do Rio de Janeiro, São Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de São Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel.

Em 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora foi proclamada Rainha do Brasil, sob a invocação de Aparecida. Em 31 de maio de 1931, a imagem de Aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda nata, estando presente também o Presidente da República Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi proclamada então por todos, Rainha e Padroeira do Brasil. Em 1958, a cidade de Aparecida foi elevada à categoria de arcebispado, sendo seu primeiro arcebispo, o Cardeal Mota. Em 1967, Aparecida recebe a “Rosa de Ouro”, enviada pelo Papa Paulo VI.

A devoção do povo brasileiro à Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira para a Pátria, a abertura de várias vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo. A atual basílica foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. No Congresso Mariano, de 1920, os redentoristas sentiram a necessidade de uma basílica ampla para abrigar multidões, localizada numa esplanada independente. Dom José Gaspar de Afonseca e Silva, em 1939, deu os primeiros passos para isso, continuados por Dom Carlos Carmello de Vasconcellos Motta. Em 10 de setembro de 1946, com a presença em Aparecida dos cardeais de São Paulo e Rio, do representante do Presidente da República, de autoridades, clero e multidão de fiéis, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Gonçalves Cerejeira, benzeu a primeira pedra do futuro Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Ela foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. Tem 250 metros quadrados de comprimento por 200 de largura. Seu altar no centro da basílica é diferente de todos os outros do mundo, com capacidade para 235 mil pessoas, das quais 15 mil sentadas. De 1965 a 1969, Dom Antonio Macedo, bispo auxiliar de Aparecida, levou a Imagem por todo o território nacional, percorrendo 885 cidades, para dar oportunidade aos brasileiros, principalmente os mais pobres, de venerarem sua padroeira. Essa prática ainda continua hoje e o administrador do Santuário leva a imagem a todas as cidades do Brasil.

Em Nova Friburgo, ela esteve em 1993, segundo ano de D. Alano Maria Pena em Nova Friburgo, e a Catedral recebeu mais de 10 mil pessoas em dois dias de visita. Hoje, o reitor do Santuário Nacional, o padre Joercio Gonçalves Pereira, e o administrador, padre Darci José Nicioli, são transferidos a cada três anos. D. Raymundo Damasceno de Assis é o cardeal Arcebispo de Aparecida do Norte em substituição a D. Aloísio Lorscheider, falecido ano passado.

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