Depois das fortes chuvas de janeiro, cidadãos e empresários optaram por instalar comportas anti-enchentes nas portas de suas casas e estabelecimentos comerciais. Os materiais utilizados na fabricação dessas comportas são os mais variados possíveis: ferro, alumínio, aço, chapas galvanizadas, entre tantos outros. Além do material que o acessório é feito, outra variante é seu tamanho: a maior parte das comportas é de 60 centímetros de altura, e algumas podem chegar a um metro e 30 centímetros.
Durante as chuvas do início do ano, diversos comerciantes já utilizaram as comportas anti-enchentes na tentativa de impedir que as águas entrassem nas lojas. No entanto, em alguns casos ela conseguiu impedir que isso acontecesse. E os motivos são dois: primeiro, o tamanho das comportas era pequeno demais; segundo, a intensidade das chuvas foi muito grande, o que implicaria dispor de um sistema anti-enchente mais eficiente - maior e mais alto.
Segundo Maximiliano Junjer, serralheiro com 11 anos de experiência, atualmente a maioria das comportas usadas na região é feita de chapa galvanizada. O motivo pelo qual a demanda é grande é a leveza e fácil oferta para o serralheiro. Outro diferencial também é a utilização de uma tinta mais concentrada, que retarda o processo de enferrujamento, evitando a deterioração precoce da comporta. “Água com ferro enferruja rápido, então a gente cobre essa chapa com essa tinta mais espessa, para proteger mais a comporta”, diz Junjer. Além da tinta, também são usados uma espécie de borracha na lateral das comportas, para que a vedação fique completa e evite a passagem de água.
Ainda de acordo com Junjer, depois das fortes chuvas de janeiro o número de encomendas subiu relativamente. “Para esse próximo mês, eu tenho sete pedidos de comportas de 80 centímetros. Nessa mesma época no ano passado eu tinha um ou dois pedidos e o tamanho era em média, de 60 centímetros de altura. Acho que a tragédia do início do ano assustou um pouco os comerciantes e, nesse sentido de se prevenir melhor, ninguém quer perder nada”, revelou Junjer.
Junjer também informou que as comportas atualmente servem para, além de tentar conter a entrada de água e lama em caso de enchentes, como um espaço para estampar publicidade. “Há uma farmácia no centro da cidade que tem em sua comporta a marca de um famoso laboratório de remédios. E o interessante é que os custos para a fabricação da comporta são divididos entre o laboratório e o comerciante”, conta Junjer.
O custo de cada comporta varia de acordo com o material utilizado em sua fabricação e também o tamanho. Os tipos de material não variam muito, já o tamanho é sob medida, ou seja, cada cliente encomenda de acordo com sua necessidade. É claro que, quanto maior o tamanho, mais caro o produto final. Além dessas variantes, o custo engloba ainda a instalação final das comportas. “Em média, uma comporta pode variar até R$ 200 por metro”, revela o serralheiro. Ainda segundo Junjer, o funcionamento dessas comportas é muito simples.
Quase todos os estabelecimentos comerciais próximos à Praça Getúlio Vargas possuem o sistema de comportas contra enchentes, pois nessa região a incidência de alagamento é frequente. Um caso bem típico é a Drogaria Nacional, com comportas de um metro e 30 centímetros, uma das maiores da cidade. Outro comércio que utiliza este sistema é a padaria Pão da Praça. Segundo o gerente Clóvis Riker, as comportas de 60 centímetros de altura não foram suficientes para evitar que as águas da chuva de janeiro entrassem na padaria, porém, ainda assim, suavizaram o impacto da enchente dentro do estabelecimento. “Uma chuva como foi aquela do início do ano não seria uma comporta que seguraria a água completamente, mas ajudou, sim, a amenizar o problema”, atesta Riker.
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