Tragédia na RJ-130: Defesa Civil notificará Estado para retirar pedras soltas de encosta

Henrique Amorim

O coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, tenente-coronel João Paulo Mori, acompanhado de técnicos e geólogos do órgão, vistoriou segunda-feira, 19, o alto da encosta na altura do quilômetro 12 da RJ-130 (Nova Friburgo–Teresópolis), onde uma pedra com mais de cem quilos rolou de uma altura de aproximadamente 150 metros no domingo, 18, e atingiu um Gol que passava pela rodovia na pista de sentido ao bairro Duas Pedras. A pedagoga Maria Helena Tofani Mineiro, 68 anos, que viajava no banco traseiro do veículo, morreu na hora. Seu marido, Antônio Valcir Mineiro, 75 anos, que estava ao lado dela, teve traumatismo craniano com perda de massa encefálica e permanece internado em estado grave no CTI do Hospital Municipal Raul Sertã. O casal junto com um dos filhos—que dirigia o carro—e a nora voltavam de Teresópolis, onde Antônio retirou um curativo de uma cirurgia oftalmológica.

Na inspeção, Mori e a equipe constataram que a pedra rolou do terreno do pedreiro Aroildo Constantino, próximo ao local onde foi instalada uma piscina de fibra. O morador não deve ser punido, pois o cume da encosta por onde foi aberta a Rua Adolfo Júlio Bom já possui diversas outras residências e é utilizada como descarte de lixo e entulhos de obras, o que pode ter facilitado a movimentação da pedra. O coordenador da Defesa Civil disse que irá notificar o Departamento de Estradas de Rodagem do estado (DER-RJ) para que seja providenciada com urgência a retirada de pelo menos cinco pedras que estão soltas no alto da encosta e que podem rolar atingindo novamente a pista da RJ-130.

Mori informou ainda que solicitará à concessionária responsável pela coleta de lixo no município, a Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA), a instalação de caçambas coletoras na Rua Adolfo Júlio Bom, evitando que a encosta bastante íngreme continue sendo equivocadamente utilizada como vazadouro. O coordenador frisou ainda as pedras soltas no alto da encosta, inclusive a que rolou e matou a pedagoga, não são reflexos da tempestade de 12 de janeiro.