Eloir Perdigão
O lançamento do livro “Histórias e Memória de Nova Friburgo”, de autoria da pesquisadora Maria Janaína Botelho Corrêa, ocorrido na noite de terça-feira, 13, no Centro de Arte, alcançou êxito total. Com um dos maiores públicos já registrados naquele espaço cultural recentemente, a fila para o autógrafo da autora foi grande. O quinteto de metais da Escola de Música da Universidade Candido Mendes (Ucam) brindou a todos com belas canções.
Entre os presentes ao evento estavam alunos do curso técnico de turismo do Colégio Estadual Jamil El-Jaick, sob a orientação das professoras Elizabeth de Castilho, de Inglês, e Tânia Schettini, de História, colegas da Ucam e de A VOZ DA SERRA, que ganharam dedicatória especial de Janaína no livro. O grande público presente foi um desafio vencido para uma noite de terça-feira e marcou um encontro com a memória de Nova Friburgo. Foi uma manifestação de que a reconstrução da cidade passa também pelo aspecto cultural e de que o friburguense tem orgulho de sua história.
O livro reúne textos publicados por Janaína Botelho em A VOZ DA SERRA e a autora diz que é de várias mãos, pois foi escrito também pelos friburguenses que lhe abriram as casas, narraram coisas de suas vidas, momentos até dolorosos, inclusive leitores do jornal que contribuíram enviando documentos. Janaína chegou a receber um jornal do final do Século XIX e uma coleção de revistas antigas. “Este livro é um tributo muito grande a Nova Friburgo e aos leitores de A VOZ DA SERRA, que me ajudaram a construir essa história tão bonita, que começa no final do século XVIII e vai até metade do século XX”, comentou, agradecida.
UMA HISTÓRIA INSTIGANTE – Janaína Botelho iniciou suas pesquisas sobre a história de Nova Friburgo com sua tese de mestrado, quando ela escreveu sobre o final do Século XIX, incluindo os primeiros dez anos do período republicano. “E como a história de Nova Friburgo é muito instigante e interessante eu prossegui. Esse livro é material de A VOZ DA SERRA. Mas minha pesquisa, meu foco hoje está entre o final do núcleo colonial—que podemos colocar como 1830, quando se extingue—até o início do governo republicano”, explica.
A autora cita que há ainda em Nova Friburgo um vácuo de pesquisa entre o fim do processo da colônia de suíços e o início do período republicano. A partir deste período há teses de mestrado e trabalhos. “Por isso eu pretendo suprir esse vácuo. Isto é o resultado de uma pesquisa mais extensa, profunda, que eu pretendo dar de presente a Nova Friburgo nos seus 200 anos”.
Este foi o segundo livro de Janaína. O terceiro está a caminho e a série não deve parar, se depender do entusiasmo da autora. Ela cita como fundamental para o seu trabalho a Fundação D. João VI, o antigo Departamento Pró-Memória, da Prefeitura (que se encontra provisoriamente fechado para mudança de endereço), embora tenha acrescentado ao seu trabalho pesquisas no Arquivo do Estado e Biblioteca Nacional. “Nós estamos na expectativa de que ele seja reaberto logo”, finalizou.
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