Leonardo Lima
O Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo (Codenf) reuniu autoridades municipais na manhã de ontem, 29, na sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf). Em pauta, a aprovação da minuta do projeto elaborado pela Câmara Temporária de Prevenção e o debate das questões levantadas pelo laudo enviado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ao Ministério Público, em abril, que veio à tona publicamente na última semana. No referido documento é apontada a existência de uma fenda no Morro da Cruz, que colocaria em risco os moradores da General Osório. “Nosso intuito é apresentar e desenvolver projetos para que as autoridades o executem, e também oferecer fontes de recursos para elas. Foram dois meses de muita pesquisa e criamos algo amplo, dentro dos nossos limites, e que não está fechado. Todo o projeto está aberto a sugestões”, esclareceu o segundo secretário da mesa diretora do Codenf, Jorge Maciel.
O evento contou com a participação de representantes de instituições que lidam direta ou indiretamente com prevenção de catástrofes. Entre as propostas apresentadas pelo Codenf estão o mapeamento topográfico e geológico de todas as encostas do município; a criação de um centro municipal de operações para gestão preventiva, e estratégias de segurança pública e mobilidade urbana. Jorge Maciel explicou que uma das maiores dificuldades encontradas pela sociedade civil organizada é o acesso a informações junto às autoridades. “Temos que diminuir esse trauma que está espalhado pela cidade. Com esse laudo liberado pelo Inea é impossível para quem mora na Rua General Osório não se preocupar. Por outro lado, é obrigação da mídia informar e um direito do cidadão saber o que está acontecendo”, afirmou.
O presidente da Associação Comercial, Cláudio Verbicário, considerou uma imprudência a divulgação do laudo do Inea, por gerar pânico e apreensão aos moradores das áreas afetadas, especialmente General Osório e adjacências, ao que o presidente da 9ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carlos André Pedrazzi, ponderou ser relevante informação de interesse público, cujos fatos necessariamente têm que ser debatidos. Corroborando tal opinião, o advogado José Carlos Alves, ex-presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) e da OAB local, enfatizou a necessidade de se colocar às claras as questões que envolvem a tragédia de 12 de janeiro e suas consequências, ainda mais a dois meses do início do período de chuvas, reconhecendo a importância da divulgação de laudos e informações pertinentes, que possam conduzir à busca de soluções para as diversas comunidades atingidas pela catástrofe.
Coronel Mori: “Não existe essa tragédia anunciada na Rua General Osório”
O subsecretário de Defesa Civil, coronel João Paulo Mori, revelou que após a divulgação do relatório—do qual disse ter tomado conhecimento somente na última terça-feira, 23—, um geólogo do Departamento de Recursos Minerais do Estado (DRM) veio até Nova Friburgo analisar a possível fenda existente no Morro da Cruz. “Também fomos surpreendidos com esta notícia durante a última semana. O fato é que o geólogo que esteve no complexo garantiu que o risco existe, mas não é tão iminente como foi especulado. De fato é possível que a Rua General Osório seja inundada novamente, mas a encosta não descerá toda de uma vez. Não existe essa tragédia prevista”, garantiu.
O coronel Mori aproveitou a reunião para apresentar o projeto de implantação de sirenes, que deverá contemplar dez comunidades em áreas de risco e que serão tocadas assim que as autoridades tiverem a previsão de fortes chuvas. “Estamos indo até as comunidades explicar como funcionarão essas sirenes, para que a população não entre em pânico quando forem acionadas. Elas servirão como sinal de alerta e contamos com a ajuda dos líderes comunitários para que possamos colocar essa ideia em prática”, comentou o subsecretário, que também informou que a iniciativa não será implantada em outros bairros porque não haverá tempo suficiente, tendo em vista que no país só há uma empresa que faz este tipo de serviço.
O subsecretário municipal de Ordem Urbana, André Luis Santos, apresentou projeto de monitoramento 24 horas de vários pontos da cidade. “Essa iniciativa favoreceria uma ampla visão de Nova Friburgo, que é algo que não tivemos em janeiro. Esse sistema funciona sem a necessidade de energia elétrica e além de facilitar a segurança pública facilitaria as autoridades a acompanharem situações de desabamentos de encostas”, ponderou.
O comandante do 6º Grupamento de Bombeiro Militar, tenente-coronel Luiz Emanuel Palencia Barbosa, divulgou as estratégias de ação preventiva da corporação. “Estamos estudando a aplicação de um produto sobre as encostas, que evita que a terra fique encharcada. A vegetação não é prejudicada e estamos analisando se haverá algum impacto ambiental. Além disso, estamos na terceira turma do curso básico de percepção para desastres. Esse curso é gratuito, aberto a toda a comunidade, e aborda, por exemplo, a utilização do vetiver, que é um vegetal que estabiliza o solo e evita deslizamentos”, apontou.
Também foi definida na reunião a criação de um comitê provisório de gestão estratégica, que se reunirá na próxima sexta-feira, às 14h, também na sede da Acianf. Mais informações sobre estes e outros projetos do Codenf podem ser encontradas no site da instituição: www.codenf.com.br.
Águas de Nova Friburgo divulga nota oficial garantindo que reservatório do Suspiro não oferece riscos à população
Ref: Reservatório Suspiro
Águas de Nova Friburgo informa que após interrupção preventiva da operação do reservatório Suspiro em janeiro deste ano, e posterior vistoria técnica realizada em 26/01, por consultores especializados em geotecnia e estruturas de concreto armado, uma análise detalhada das condições do reservatório com base em levantamentos geotécnicos e topográficos deu início a realização de procedimentos técnicos necessários ao retorno seguro da operação da unidade. Desta forma, o reservatório Suspiro, situado à Rua Silvio Henrique Braune, encontra-se operando normalmente, sem qualquer tipo de comprometimento estrutural e sem oferecer riscos a população. Sendo assim, a Concessionária reitera os seguintes aspectos;
l. Não há comprometimento estrutural ou vazamento no reservatório Suspiro.
2. As trincas existentes na rua são anteriores às chuvas de janeiro de 2011 e não impõem risco de qualquer natureza ao reservatório.
3. Não existe nenhuma restrição do ponto de vista estrutural ou geotécnico à operação segura da unidade.
Assessoria de Comunicação.
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